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domingo, 26 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ler antes de dormir faz bem


Ler antes de dormir é um hábito comum que geralmente tem origem na infância, quando pais sentam-se à cabeceiras de seus filhos e narram histórias para ninâ-los. Mas, será que o costume traz efeitos benéficos?

Pesquisadores apontam que sim. Desde a infância, o hábito da leitura feita pelos pais auxilia no desenvolvimento das habilidade linguísticas das crianças, tendo ainda efeito na coordenação motora (o manuseio do livro e suas páginas) e na memória dos pequenos, estimulando-a. A leitura também implicam na conduta da criança em sua vida. Conforme as palavras de Barry Zuckerman, professor universitário responsável pela pesquisa, “as crianças, por fim, aprender a amar os livros porque estão compartilhando-os com alguém que amam”.

Um dos muitos benefícios da leitura é a qualidade do sono. Quando se lê antes de dormir, tornando a atividade um hábito, a leitura age como um alarme para o corpo e emite o sinal de que aproxima-se a hora do sono. Calcula-se que de 30 a 40% da população adulta sofra com insônia e outros distúrbios do sono e a leitura pode ser um bom aliado para quem sofre destes maus. Especialistas indicam ainda que a forma da leitura deve ser feita de forma calma, tranquilo, com ritmo mais lento.

Além de facilitar o sono, a leitura é apontada por alguns como uma forma de melhor absorção de conteúdos e informações. Ao adormecer, o subconsciente está mais acessível e quando você lê, a mente tende a facilitar colocar seu psicossoma naquilo que está concentrando antes de dormir. Daí a maior absorção.

Mas cuidados. A leitura antes de dormir pode ser um agravante se feita sem alguns cuidados. Estar em uma posição confortável durante a leitura evita que haja dores nas costas e que problemas lombares sejam agravados. É preciso não ter um apoio confortável e que não se force o pescoço. Especialistas indicam ainda não fazer a leitura já deitado na cama, sendo preferível a escolha de uma poltrona confortável. Os novos tabletes e notebooks não são aconselháveis para a leitura que antecede imediatamente o sono. Especialistas afirmam que telas e displays muito brilhantes despertam a atenção de cérebro e olhos, impedindo que o hormônio melatonina, um dos grandes responsáveis por regular o sono, seja ativado no organismo.

Fonte: Blog Dicas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ministros do Brasil discutirão a implantação definitiva de tablets na educação dos brasileiros



O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, revelou na manhã do último dia 7, que encontrará os ministros da Educação, Fernando Haddad, da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para discutir o uso dos tablets para a educação.

"Na viagem ao Uruguai com a presidente Dilma, coloquei a experiência da Coreia do Sul, que em 2014 já não vão mais oferecer livro didático impresso. Ela me pediu para procurar o Haddad sobre o assunto, e o ministro revelou que já tem iniciativas sendo discutidas por lá. Então, até a próxima semana, devemos nos encontrar", afirmou Paulo Bernardo.

Segundo Paulo Bernardo, mesmo antes de a presidente Dilma Rousseff assumir o cargo, já havia procurado ele para tratar dos tablets. "Nós não incluímos o tablet nas leis de isenção que beneficiam o computador com isenções porque ainda não existiam. Agora, já estamos incluindo ele. Mas precisamos de um plano abrangente para aproveitar essa tecnologia, não só na educação, mas em outras áreas também", afirmou.

Mas o ministro descartou que a proposta brasileira deva seguir a coreana, culminando com o fim das versões impressas. "Lá eles editam em pequenas quantidades só para as bibliotecas. Aqui, a condição é diferente, ainda há gente que prefere o livro. Mas com certeza haverá estudantes que terão seu primeiro contato com o livro didático em meio digital", disse.


Reportagem de Tiago Falqueiro, de Brasília, para o site G1.
07/06/2011.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nossa Língua (IX)


O português falado em Angola, na África


Angola é o terceiro país lusófono, onde mais de 30% da sua população fala português como língua principal (60% em Luanda), isto num total de cerca de 7,5 milhões de habitantes (entre 12,5). A variante da língua portuguesa aqui utilizada é o chamado “português angolano”. Foneticamente, esta variante é muito semelhante à variante brasileira (veja-se p.ex. a palavra “menino” e o contraste com Portugal), com algumas marcantes excepções, como a pronuncia da palavra “Portugal” (idêntica entre Portugal e Angola e diversa entre estes dois países e o Brasil).

A ortografia seguida tinha sido a da variante escrita portuguesa, algo que a partir da esperada ratificação do Acordo Ortográfico de 1990 por Angola (em resultado das pressões das camadas mais cultas da sociedade angolana, representada pelo escritor Agualusa, por exemplo).

De todos os países lusófonos, Angola é – com a natural excepção do Brasil – o país onde a língua de Camões mais se propagou pela população e aquele onde a percentagem de falantes de português como primeira língua é maior. Um fenómeno tão intenso resulta evidentemente do cruzamento de várias influências entre os quais se destaca sobretudo a existência de uma política determinada e clara que passava pela “assimilação” de uma extensa camada populacional de indivíduos de raça mista de forma a transformá-los em ferramentas da administração e do exército colonial. No âmbito desse processo de “civilização”, a adopção da língua portuguesa era factor essencial e condição essencial para o ingresso nas camadas médias da administração colonial. Um segundo factor, provavelmente ainda mais determinante que o primeiro foi a existência de uma política de colonização nesta colónia. Angola foi – de facto – a única colónia africana onde, desde finais do século XIX, havia uma política oficial de “colonização”. Muitos portugueses partiram com as suas famílias para fundarem quintas nas regiões rurais do planalto angolano e as maiores cidades estavam relativamente bem povoadas de colonos vindos da metrópole. Esta colonização não se repetiu com esta intensidade em mais nenhuma colónia africana, nem mesmo em Moçambique, onde em 1974 o grosso da presença de portugueses continentais era ainda de membros do exército ou de quadros administrativos.

O português foi rapidamente adoptado pelos angolanos, mesmo em meados do século XX, sendo utilizado como língua-franca entre as diversas etnias e línguas locais e usado pelas elites intelectuais que, décadas depois, se haveriam de rebelar contra a ocupação colonial, sem contudo nunca deixarem de usar o português como sua língua de eleição. Paradoxalmente, aliás, a língua portuguesa serviria de ponto unificador entre as várias organizações que combatiam a ocupação colonial, já que a maioria dos grupos tinham raízes étnicas e que o próprio MPLA que haveria de ganhar o poder assentava a sua base popular de apoio, nos mestiços de Luanda que se distinguiam das etnias locais precisamente pelo facto de terem o português como sua primeira língua.

O fim da guerra colonial e a erupção da violenta e longa guerra entre a UNITA e o MPLA levou à fuga de muitas centenas de milhares de angolanos desde as zonas rurais até às grandes cidades provinciais e para Luanda. Datam desta época a construção das zonas de habitações precárias que ainda hoje caracterizam infelizmente a capital angolana. Esta deslocação interna haveria, contudo, de vir ainda a favorecer a difusão da língua portuguesa, já que esta se tornaria a língua de contacto destes refugiados internos com os anteriores habitantes destas cidades e quando começaram a regressar – após a paz entre a UNITA e o MPLA – trariam de volta para estas regiões rurais o português como primeira língua.

A construção de uma estrutura administrativa nova pelo MPLA e a sua multiplicação após o fim da Guerra Civil, favoreceu também a disseminação do português para além das áreas urbanas onde estivera confinado durante a maior parte do período colonial, servindo a língua como forma de imposição do poder da longínqua administração central e como forma de afirmação durante a derradeira fase da Guerra nos territórios que as forças do Governo iam “libertando” aos guerrilheiros da UNITA. O português tem assim servido em Angola, como um elemento de reforço do conceito de “Estado nacional” e é um dos raros esteios que permitem ancorar os angolanos no seio de um Estado único e coeso, mais importante que os tribalismos regionais, associados inevitavelmente a línguas nacionais que se fossem favorecidas ou acarinhadas pelo Estado central iriam colocar em questão a sua autoridade sobre estas periferias e relançar sementes para um novo conflito intra-regional, sempre possível num continente de fronteiras tão novas e artificias, como é África.

A língua portuguesa em Angola não estagnou. Bem pelo contrário, desenvolveu-se e acolhendo influências várias das línguas locais, especialmente do quimbundo e do umbundo, ganhou uma feição própria e única, cuja descrição não cabe no âmbito deste resumido artigo. Este dinamismo permite explicar porque é que de todos os países da Lusofonia africana é em Angola que o português mais depressa se está a transformar na língua nacional angolana. Como começamos por dizer, onde mais habitantes usam o português como língua principal e a situação tende ainda a progredir ainda mais no sentido da Lusofonia já que a maioria dos jovens em idade escolar já só fala português e não domina nenhuma língua nativa.


terça-feira, 14 de junho de 2011

Frase (XIX)


"O declínio da literatura indica o declínio de uma nação."

[Johann Wolfgang Von Goethe, escritor, 
artista, cientista, historiador e filósofo humanista alemão]

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poesia (XVII)


A descoberta do amor


Ensaia um sorriso 
e oferece-o a quem não teve nenhum. 
Agarra um raio de sol 
e desprende-o onde houver noite. 
Descobre uma nascente 
e nela limpa quem vive na lama. 
Toma uma lágrima 
e pousa-a em quem nunca chorou. 
Ganha coragem 
e dá-a a quem não sabe lutar. 
Inventa a vida 
e conta-a a quem nada compreende. 
Enche-te de esperança 
e viva à sua luz. 
Enriquece-te de bondade 
e oferece-a a quem não sabe dar. 
Vive com amor 
e fá-lo conhecer o Mundo.


[Mahatma Gandhi, líder espiritual indiano]

sábado, 11 de junho de 2011

Trecho selecionado (XVI)



"Meu maior medo não é morrer sozinho, ainda que morrer sozinho, sem visitas em um hospital ou sem pássaros num asilo, é tão triste quanto uma pilha de discos de vinil para vender. Meu maior medo é viver sozinho e não me acompanhar. Meu maior medo é ter um dia de aniversário por ano para lembrar de que não nasci, de que estou "apenas olhando". Meu maior medo é perder a curiosidade da solidão. Ficar com alguém para disfarçar a espera, esquecendo do egoísmo de prender esse alguém de uma nova chance. Meu maior medo é ser reconhecido por aquilo que poderia ser. Meu maior medo é dizer sim para desistir depois, dizer não para querer depois. Meu maior medo é não ser avisado pelo medo. Meu maior medo é fingir que estou bem e me contentar em afirmar "o problema não é você, sou eu" em cada fim de relacionamento. E não acreditar nisso, seguir sendo o problema dos outros para me livrar de meu problema. Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."

[Trecho de Pais e Filhos, Maridos e Esposas II, 
de Fabricio Carpinejarinédito em livro e publicado em seu blog]

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Resenha: Saudades do Século XX


Mais que um livro de memórias, um verdadeiro legado

Saudades do Século XX pode parecer exclusivamente um livro de memórias à primeira vista, ainda mais com o termo "saudades" tão destacado e onipresente no título.

Mas não se engane. O livro, realmente, é sobre recordações, mas ao lê-lo, ficou claramente explícito para mim que a finalidade maior da obra é legar a uma nova geração aquilo que Ruy Castro, o autor, apreciou em seus anos dourados de juventude e continua apreciando em idade madura.

Escritor de reputação insuspeita, Ruy é um dos melhores do Brasil no quesito biografias. E neste livro é o que não faltam, mesmo sucintas. Billie Holiday, Anita O'Day, Doris Day, Fred Astaire, Mae West, Orson Welles, Billy Wilder,  Alfred Hitchcock, Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Humphrey Bogart, Glenn Miller e Frank Sinatra, com histórias de suas vidas, o esperam aqui.

Em sua obra, Ruy conta a vida desses nomes universalmente admirados do cinema, da literatura e da música popular. Vidas tão ricas e emocionantes quanto as obra que deixaram. E, em muitos casos, vidas que foram o exato oposto das imagens que eles passavam em seus filmes, livros e discos, por conta de tragédias pessoais.

Portanto você conhecerá uma Billie Holiday às voltas com drogas pesadas e casamentos infelizes, uma Doris Day implacavelmente atacada pela crítica e por seus credores, uma Mae West supostamente frígida (logo ela, uma deusa do sexo), um Orson Welles que não conseguia concluir seus projetos, mesmo sendo considerado um gênio e um Frank Sinatra com sérios infortúnios na vida amorosa e profissional.

Se você já aprecia estes artistas, excelente! Se não aprecia, recomendo que um dia resolva averiguar suas vidas por meio da leitura deste livro, que é ótimo, na minha mais sincera opinião, mesmo não trazendo relatos mais completos e detalhados das vidas daqueles que foram retratados em suas páginas. 

Saudades do Século XX, como disse antes, é um livro feito para despertar uma espécie de bom gosto nos leitores para as coisas que o autor aprecia. E espero que consiga este propósito. Confesso que após a leitura, fiquei interessadíssimo em saber um mais a respeito da vida destas pessoas e também sobre suas dignas contribuições para tornar este mundo um pouco mais melhor.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Resenha: Almanaque da Telenovela Brasileira


As paixões nacionais retratadas em livro

Entre os brasileiros, mesmo em tempos de grande popularidade de tevês pagas e da internet, as telenovelas (exibidas em canais abertos) ainda são opções de entretenimento bastante populares, principalmente nas camadas mais simples da população. Outrora, já foram mania nacional, quando o leque de opções de diversão em horas vagas era ainda reduzido.

De salões de beleza a bares, as novelas sempre estão nas mentes e nas bocas dos brasileiros. E também difundidas entre pessoas de várias parte do mundo, para onde elas são importadas quando são sucesso de público e crítica em terras tupininquins. Portanto, é bastante comum o turista brasileiro ser abordado por nativos (geralmente estranhos) de Cuba, Rússia, China e Filipinas, ávidos em busca de maiores informações sobre o final de determinadas novelas brasileiras que estão sendo exibidas naquele momento em seus países.

Mas mudando um pouco de assunto, foi por conta da paixão de Nilson Xavier pelos folhetins que surgiu este Almanaque da Telenovela Brasileira. Quando era mais jovem, costumava ter o hobby de fazer anotações, em um caderno escolar, a respeito das novelas que assistia com avidez no conforto de seu lar e junto de sua família.

A primeira de muitas foi Marrom Glacê, de Cassiano Gabus Mendes, exibida pela Rede Globo entre os anos de 1979-1980. E o que de início era apenas um caderno, acabaram-se tornando vários, ao longo dos anos. Inclusive recheados de ilustrações de revistas da época. Neles, Nilson colocava informações relevantes como elencos, diretores, trilhas sonoras, curiosidades, além de outras minúcias que não escapavam de sua implacável observação, especialmente costumes de época.

Com isso, Nilson fez um trabalho digno de um historiador. E os resultados, anos mais tarde, foram um site na internet o qual ele batizou de Teledramaturgia e depois, claro, este livro, muito bom, por sinal, que se tratando de uma obra de autor iniciante, é um verdadeiro mérito.

No almanaque, o leitor interessado encontrará informações sobre novelas de várias emissoras, exibidas desde 1963 até o ano de publicação da obra (2007) e relembrará momentos emocionantes da teledramaturgia brasileira, endossados por Mauro Alencar, historiador da televisão brasileira (que escreveu o prefácio) e por Sílvio de Abreu, autor consagrado de vários folhetins (que escreveu a orelha da obra).

Você quer saber ou relembrar quem matou Odete Roitman, em Vale Tudo? Ou quem sabe descobrir que coisas Dona Lola fazia para ajudar o marido nas despesas do lar, em Éramos Seis? Sacie então a sua curiosidade. Busque por este livro e não se arrependerá. Obra muito bem planejada, feita por alguém que gosta mesmo do assunto para pessoas de semelhante gosto.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Resenha: 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer


Insatisfatório

Eis um livro que já me causou aborrecimentos desde o momento em que folheei pela primeira vez suas páginas, em especial o índice dos tais discos.

Não pude crer que os 90 jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos (selecionados e supervisionados por Robert Dimery), que supostamente deveriam apresentar uma rica seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos, puderam deixar de fora os clássicos!

Não digo os clássicos de jazz, blues, rock, pop e outras vertentes musicais, que pipocam aqui e ali na obra, muito bem divididos de acordo com as décadas em que foram feitos. Mas me refiro aos artistas de música clássica, que foram omitidos sem explicação. E as melhores trilhas sonoras de todos os tempos então? Onde estariam?

Munido já de uma certa vontade, comecei a ler. E conforme fui avançando, o rótulo de mediano não cansava de surgir em minha mente enquanto eu lia este 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer.

Foram raros os momentos de entusiasmo durante a leitura, pois quase a metade dos discos retratados na obra são de artistas que não conheço ou com os quais antipatizo. Embora todos representem um convite à uma audição futura, confesso que não fiquei muito estimulado com a maior parte das sugestões e resenhas.

Mas, gosto musical é que nem umbigo. Cada um tem o seu.

O livro é apenas bom. Duvide seriamente de quem lhe disser que é ótimo, excelente. Pois muita coisa boa ficou de fora, inclusive entre os gêneros musicais que ele prioriza. Sem falar na música que é feita no Brasil.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Resenha: Crianças Como Você


Uma emocionante celebração da infância no mundo

Celina, do Brasil, ajuda nos afazeres de casa todos os dias buscando água com seus irmãos em um poço próximo do lugar onde vive. Sabah, da Jordânia, tem um pai, duas mães e vinte e três irmãos. Bogna, da Polônia, adora fazer fantoches e máscaras, especialmente na época de Carnaval. Na casa de Ari, na Finlândia, há uma sauna que ele e sua família usam duas vezes por semana. Meena, uma menina pobre da Índia, é um tanto vaidosa: usa óleo nos cabelos para deixá-los brilhantes e também pinta suas unhas com henna, uma espécie de corante natural. Taylor, dos Estados Unidos, coleciona adesivos e quer ser bombeiro ou um Power Ranger quando crescer.

Quem nunca reservou um único momento de sua vida para imaginar como pessoas de outros países vivem. Imaginar o que fazem no dia-a-dia, o que comem, o que bebem, como se divertem, como são suas casas.. Qualquer um que traga dentro de si o espírito de cidadão do mundo já deve ter passado horas, minutos e quem sabe até segundos devaneando a respeito do assunto.

Por meio deste livro, tal curiosidade pode ser saciada. Embora seja direcionado aos pequenos, como o título sugere, Crianças Como Você, de Barnabas e Anabel Kindersley, pode ser lido tranqüilamente por pessoas das mais diversas faixas etárias. Em relação a mim, caiu como uma luva quando resolvi fazer pesquisas para escrever meu primeiro livro, cheio de personagens do mundo inteiro.

Nesta obra, crianças de verdade falam e escrevem sobre sua vida e seu jeito de ser. E o melhor de tudo é que cada relato é ricamente ilustrado. Não apenas descobrimos peculiaridades a respeito das crianças, como também vemos. Pudera, já que os pequenos apreciam muito livros com figuras. E neste, elas não faltam.

Os autores fizeram um trabalho minucioso, rico, onde Barnabas fotografou e Anabel entrevistou as crianças. Surpreendente e emocionante, o livro é um marco: fez uma viagem pelas diferentes culturas do mundo mostrando o cotidiano dos menores nos mais variados países como ninguém havia feito antes.

Por ter sido editado em associação com o Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a compra deste livro reverte fundos para projetos da instituição no mundo todo. Portanto, se você pretende unir o útil ao agradável, adquira o seu nas melhores livrarias.

E descubra que os relatos contidos nesta obra representam muito mais do que simples viagens. Cada um deles, na verdade, retrata uma verdadeira comunhão com o mundo, nos aproximando ainda mais daqueles que muitas vezes consideramos diferentes de nós. Mas que em um contato mais profundo e minucioso, revelam ser mais parecidos com a gente do que imaginamos.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Resenha: Lendas e Mitos do Brasil


O melhor do imaginário nacional

Lendas e Mitos do Brasil, de Theobaldo Miranda Santos, é o livro mais completo sobre histórias de nosso folclore que já li. Recomendo.

Esta "pequena grande obra", em tempos de criança e nas horas prazerosas dedicadas a biblioteca escolar, era uma das minhas favoritas do recinto, sendo lida e relida exaustivamente ao longo dos anos. A capa, inclusive, não era esta verde-amarela atual. Ela trazia, originalmente, um risonho e convidativo saci desafiando-nos a mergulhar de cabeça em todos os mistérios que o livro continha.

Aliás, contém. Dividido em cinco partes, Lendas e Mitos do Brasil traz aos leitores as lendas e mitos mais conhecidos e divulgados em cada uma das cinco regiões brasileiras: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul, oriundas da sabedoria e das tradições de três povos distintos que deram origem a todos os brasileiros: os índios, naturais da terra, os negros, vindos da África e os brancos, que vieram de Portugal.

Portanto, na região Norte encontramos mitos como o da Iara (Mãe d'água), da Vitória-Régia, do Uirapuru, do Curupira, da Criação da Noite, do Japiim (pássaro que inclusive dá nome ao bairro onde moro), do Guaraná e muitos outras mais, de origem indígena.

Na região Nordeste já conhecemos então mitos de natureza mais européia, como o do Lobisomem, do Barba Ruiva, da Cidade Encantada, do Pecado da Solha, etc.

No Centro-Oeste, contos variados, destacando-se A Mula-Sem-Cabeça, A Origem das Estrelas, A Mãe do Ouro e a história terrível do Moleque Amaldiçoado (Romãozinho).

O Sudeste contribui com lendas de teor mais histórico, geralmente ligados às missões que os bandeirantes paulistas desempenhavam no período colonial brasileiro. Portanto, nesta parte você conhecerá O Filho do Trovão (Caramuru), A História de Chico Rei, O Segredo de Robério Dias,  lendas envolvendo milagres de São Sebastião e Nossa Senhora da Glória e muito mais.

Por fim, o Sul nos lega alguns de seus mitos mais populares, como o Boitatá, a história d'O negrinho do Pastoreio, o Nascimento das Cataratas do Iguaçu, as origens da Erva-Mate e um de seus mais populares, a Lenda do Lagarto Encantado (a Teiniaguá)

Adquira já o seu, caso aprecie histórias do tipo. A diversão será garantida para crianças e adultos, que juntos também ganham mais em saber e cultura relacionados à sua pátria-mãe.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Resenha: O Livro de Ouro da Mitologia


Compilação de temas fascinantes

A mitologia grega, em nossos tempos, permanece mais viva do que nunca.

Basta verificar isto em livros como os da série Harry Potter e Percy Jackson, recheados de referências a deuses e criaturas mitológicas. Sem falar em filmes como Odisséia, Tróia e Fúria de Titãs, que lotam as salas de cinema mundo afora.

São histórias que praticamente já fazem parte do inconsciente coletivo das pessoas, de tão contadas e perpetuadas através dos tempos por meio das linguagens oral, escrita e visual. E mesmo assim continuam tão fascinantes quanto outrora, ou seja, desde a época em que surgiram.

Quem nunca temeu pela vida de Teseu quando este resolveu enfrentar o Minotauro dentro do Labirinto de Creta? Quem nunca torceu para que Eros (o Amor) e Psiquê (a Alma) terminassem juntos, mesmo com a ferrenha oposição de uma ciumenta e possessiva deusa Afrodite, mãe do próprio Eros? Sem falar nas aventuras de Jasão e dos Argonautas até a distante Cólquida, para conseguirem o lendário e valiosíssimo velocino de ouro.

Poderia contar em detalhes muitas outras histórias como o mito do belo Narciso, que se apaixonou pela sua própria imagem refletida nas águas de uma fonte. Ou então a do ambicioso Rei Midas, que sem medir as conseqüências de seu ato, pediu ao deus do vinho, Baco, para ter o poder de transformar em ouro tudo o que tocasse com as mãos. Entretanto, sugiro aos leitores desta resenha que mergulhem de cabeça nas páginas deste Livro de Ouro da Mitologia, de Thomas Bulfinch e deliciem-se por si mesmos com as narrativas que ele contém. Considero-o um dos melhores do gênero entre todos o que tive o privilégio de ler nesta vida, mesmo com algumas ressalvas.

A obra retrata a mitologia greco-romana de uma forma abrangente e rica em detalhes. Entretanto, os temas e narrativas tratados não estão muito bem agrupados, já que contos de origem latina encontram-se misturados com os de origem grega, sem qualquer critério, o que pode confundir o leitor caso ele não esteja familiarizado com as nomenclaturas de alguns personagens e lugares. O maior exemplo disso é que em alguns contos temos Apolo, deus da Luz e em outros, o deus Febo, que na verdade se trata do mesmíssimo Apolo, mas com outro nome.

Desorganizações à parte, o livro é um excelente apanhado de narrativas contadas com maestria, retratando deuses e heróis desde suas concepções até seus esquecimentos como divindades verdadeiras em lugares míticos como o Monte Olimpo. Além, disso, abrange também algumas histórias e informações sobre as mitologias nórdica, egípcia, hindu e outras mais. Pena que sejam poucas.

Nem todas as histórias têm finais felizes. De antemão aviso que o livro e a própria mitologia grega é um caldeirão de guerras, assassinatos, amores, ciúmes, maldições, feitiços, monstros, suicídios... Portanto, prepare-se para o melhor e o pior. Afinal de contas os próprios deuses, além de possuírem imagem e semelhança idênticas aos humanos também possuíam todos os seus (piores) defeitos e suas virtudes a tiracolo.

E é isso. Se você gosta de temas históricos, adora conhecer as cosmogonias de outros povos ou se é simplesmente fascinado pelos mitos gregos que talvez tenha conhecido um dia por outros meios como a TV, o cinema ou em referências de outros livros, invista no Livro de Ouro da Mitologia. Variedade de temas para se divertir e até para se aprofundar em questões que eles lhe trarão não lhe faltarão, pois cada uma de suas histórias também pode ser, lá no fundo, um fascinante ou intrigante convite à reflexão. 

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Resenha: Bórgia - Volumes 1 a 4


"A casa do Senhor" a serviço da devassidão

Em minha infância, assistindo a alguns programas de TV, descobri que nomes como Messalina, Agripina e Lucrécia Bórgia eram sinônimos de mulheres sedutoras, lascivas e que poderiam ser bastante traiçoeiras e perigosas, do tipo que deveriam ser mantidas à distância. Mas até então, não tive a menor inspiração ou timing para me aprofundar mais a respeito das pessoas por trás destes nomes. 


E foi apenas em anos recentes é que descobri o peso e a má fama confirmada que o pomposo nome Bórgia carrega no decorrer dos séculos, ao ler, em um livro do jornalista inglês Nigel Cawthorne (chamado A vida sexual dos papas, o qual recomendo) a respeito da vida do cardeal Rodrigo Bórgia, que desprovido de virtudes e alçado de forma ilícita ao posto de papa, comandou o vaticano no comecinho do século XVI com o nome de Alexandre VI.

Cobiça, poder, conspiração, política, luxúria, messianismo são, então, alguns dos ingredientes polêmicos da série de quadrinhos Bórgia, roteirizada pelo poeta, escritor e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky e ilustrada pelo cartunista italiano Milo Manara, ambos conceituadíssimos no que fazem. Seus quatro volumes são uma espécie de biografia não autorizada da família, notória na exposição dos excessos e pecados da igreja católica do início do século supracitado (Alexandre era o papa quando o Brasil foi 'descoberto', em 1500) período que fez com que a própria instituição, numa tentativa patética de redimir seus erros, legasse a muitos papas do mesmo período e da mesma estirpe torpe de Alexandre, os vergonhosos título de anti-papas.


No primeiro volume da série,  Sangue Para o Papa, presenciamos os últimos dias de vida do infame papa Inocêncio VIII às voltas com inúteis tentativas de sobrevivência, sua morte e principalmente os artifícios sórdidos que o cardeal Rodrigo Bórgia utiliza para manipular as eleições papais de 1492 e chegar ao poder como Alexandre VI.

No segundo volume, O Poder e o Incesto, conhecemos melhor a beleza, os caprichos e a má índole da filha predileta do Papa, Lucrécia Bórgia, retirada de um convento para um casamento de conveniências com Giovanni Sforza, o duque de Pesaro, sua iniciação sexual pelo próprio irmão, César e a reação do rei da França frente à eleição fraudulenta do novo papa, planejando assim invadir a Itália com o apoio dos monarcas da Inglaterra, da Espanha e da Áustria. 

Em As Chamas da Fogueira, terceiro volume de Bórgia, conhecemos melhor os bastidores do Vaticano, que sob a administração de Alexandre VI, encontra-se constantemente maculado por orgias, compras de cargos e execuções arbitrárias de colaboradores. Também presenciamos a ascensão de César, filho mais velho do papa, ao cargo de cardeal sem possuir a menor vocação para tal. Em vida foi um ser tão perverso e torpe que inspirou Nicolau Maquiavel, escritor da época, a escrever seu livro mais famoso, O Príncipe., o manual predileto de nove entre cada dez seres corruptos deste mundo.

E finalmente, no quarto e último volume, intitulado Tudo é Vaidade, chegamos à conclusão da história acompanhando, finalmente, a decadência e os momentos finais de todos os Bórgia e suas consagrações definitivas como membros de uma das famílias mais repugnantes que existiram na face terrena. 

Se eu fosse você, corria logo atrás. E lembre-se que os volumes de Bórgia não são indicados para menores de 18 anos, caso você seja um deles.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Harry Potter em quadrinhos


A cartunista Lucy Knisley resolveu facilitar a vida de leitores preguiçosos que ainda não leram todos os livros do bruxinho assinados por J. K. Rowling. Se você é um deles ou não, vale a pena dar uma conferida nos belos trabalhos de ilustração desta jovem e talentosa artista norte-americana.
Dica: clique em cada uma das ilustrações para visualisá-la em tamanho original. 


Harry Potter e a Pedra Filosofal

Harry Potter e a Câmara Secreta


Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban


 Harry Potter e o Cálice de Fogo


 Harry Potter e a Ordem da Fênix



O chato de tudo é que ela só fez ilustrações para os cinco primeiros volumes da saga. Esperamos então que ela complete os demais algum dia. Até a próxima!
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