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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Resenha: Eu queria tanto, ainda viver



Entre em um sebo e busque por esse livro

"Eu queria tanto, ainda viver" é fruto de uma co-edição entre a Comunidade Luterana Letã e a Editora da Biblioteca do Exército do Brasil e há muito tempo não é editado no mercado literário de nosso país, sendo encontrado atualmente apenas em sebos.

Li este livro no finalzinho da minha infância, emprestado por uma amiga desta época e no decorrer dos anos nunca me esqueci dele, pois confesso que tocou tanto meu coração e mexeu tanto com as minhas emoções que muitas lágrimas derramei com a história. E agora, já depois de adulto, resolvi resgatá-lo das cinzas do tempo e lê-lo novamente a fim de saber se ele ainda me causaria a mesma impressão de outrora. 

Desta vez, o efeito que me causou foi bem mais ameno, talvez pela familiaridade que, infelizmente, tenho hoje em dia com questões que envolvem crimes e atrocidades que envolvem a raça humana. Embora esteticamente limitado, a mensagem deste livro ainda permanece intacta e mais atual do que nunca, afinal a crueldade humana e a obsessão pelo poder existem e parecem estar muito distantes de terem um fim.

A obra conta a história de Rutina U., chamada carinhosamente por seus familiares e amigos pelo hipocorístico 'Ruta'. Nascida na Letônia, uma das três províncias do Mar Báltico (ao lado de Estônia e Lituânia), Ruta e seus familiares foram forçosamente removidos de sua nação, dominada pelos Soviéticos, para ir trabalharem em condições escravas, exaustivas e desumanas em campos de concentração da Sibéria.

Assim, enfrentando o frio inclemente, a falta de uma moradia digna, de assistência médica, a luta pelo pão de cada dia, a perda de familiares no decorrer do processo, presenciamos o crescimento físico e psicológico de Ruta, que por meio de anotações em um diário rudimentar procura manter-se forte e mentalmente sã, registrando todos os horrores pelos quais passa, junto de parentes e amigos.

"Eu queria tanto, ainda viver" surgiu das páginas deste diário. Trata-se de uma obra pungente, que retrata como nenhuma outra os horrores de um regime totalitário e injusto, e sua influência nefasta na vida de pessoas que perderam, forçosamente, suas liberdades, vontades próprias e suas vidas. A publicação deste livro foi uma das últimas vontades de Ruta, antes de partir deste mundo.

Para quem quer conhecer profundamente aspectos sobre  a ambição, a sordidez, a crueldade e injustiça humanas, recomendo a procura e a leitura deste livro, impregnado de situações chocantes, revoltantes e comoventes. 

E que essa leitura traga a mente de quem lê a consciência dos males que assolam o mundo
 .

Um comentário:

  1. Também li este livro duas vezes em épocas diferentes da minha vida. Recomendo.Quem acha que têm dificuldades na vida leia. Leia mesmo.

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