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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Resenha: Aos meus amigos


Amizade à flor da pele

Eis um livro inusitado e ao mesmo tempo fascinante de se ler. Aos meus amigos, de Maria Adelaide Amaral, conta a história do reencontro de uma turma de antigos amigos, onde passado e presente se misturam em cada diálogo, mostrando que viver é fazer uma série de escolhas. 

O livro inspirou a minissérie Queridos Amigos, também exibida em 2008 na TV Globo, também assinada pela autora. A história do romance, baseada em fatos reais de sua vida, se articula em torno de um suicídio, o do escritor e publicitário Leo (inspirado na morte real de Décio Bar, amigo da escritora, a quem o romance é dedicado).  É o suicídio deste personagem que, no agitado ano de 1989 (frente ao impeachment de Fernando Collor da presidência do Brasil), mobilizará a retomada da 'velha turma', que reviverá, intensamente, os ideais da esquerda nos anos da ditadura militar brasileira (1964-1985). Um reencontro feito também de desencontros, inclusive políticos.

Outrora, os amigos apenas se encontravam em ocasiões festivas ou de protesto. Agora,  reúnem-se para velar o corpo de Leo e tentar manter viva sua memória, enquanto procuram com certa ânsia os originais de um livro que ele teria deixado e que retratava cada um deles.

Aos meus amigos é ágil, mais baseado em diálogos do que em descrições, e retrata fidedignamente o tema amizade, em todas as suas nuances, sejam elas boas ou más. Portanto, prepare-se para lidar com um turbilhão de emoções que envolvem não só amor e carinho, mas sentimentos concretos como inveja, ciúme, paixões mal-resolvidas, preconceito, medos, arrependimentos e demais coisas que giram em torno desse grupo de aproximadamente dez amigos, formado por jornalistas, escritores, médicas, ex-modelos, professores, hippies... Os fatos e personagens são construídos e reconstruídos constantemente por meio de referências e reminiscências, como nas conversas reais que temos com nossos próprios companheiros de amizade.

Isso sem contar a aula de literatura, música e cinema, pois muitas são as referências pop na obra. E quem gosta do assunto, terá um verdadeiro prato cheio à sua frente. Não assisti a minissérie completamente pela TV. Mas confesso que ao ler o livro, fiquei com vontade de fazer isso. Pelo pouco que vi, notei que existem grandes diferenças entre um e outra. Preciso logo resolver essa lacuna.
Quanto aos demais, não deixem de ler ao menos esse livro. Se você possui um grupo grande de amigos como o de Leo, provavelmente se identificará com algumas de suas passagens e situações. Recomendo.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

O que o hábito de ler pode fazer por você


Os livros podem mudar seu futuro. E bastam quinze minutos de leitura diários. Não é exagero!

Com poucos minutos você já aproveita os benefícios que a prática da leitura traz e nem é preciso ler textos complicados. Acompanhe um jornal, uma revista ou mesmo um blog.

A atriz Regina Casé, que é amiga dos livros, nos fala a respeito do hábito de ler: “Sempre leio algo relativo ao trabalho, a uma viagem, à entrevista que farei. Às vezes invento um programa só para estudar um assunto interessante”.

Veja então o que a leitura faz quando você a incorpora em sua vida:

  • Solta sua imaginação.
  • Estimula sua criatividade.
  • Aumenta seu vocabulário.
  • Facilita a escrita.
  • Simplifica a compreensão das coisas.
  • Melhora a comunicação com os outros.
  • Amplia seu conhecimento geral.
  • Mostra semelhanças em pessoas diferentes.
  • Revela novas afinidades.
  • Leva a mares nunca antes navegados.
  • Desenvolve seu repertório.
  • Emociona e causar impacto.
  • Liga seu senso crítico na tomada.
  • Muda sua vida e até amplia sua renda.
  • Melhora seu rendimento na escola (claro).

Portanto, leia.

Fonte: Revista Viva Mais, Abril/2009.
Ilustração: "Meninas lendo", de Pablo Picasso.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Frases (XI)


"Acreditar é monótono, duvidar é apaixonante, manter-se alerta: eis a vida!" 

[Oscar Wilde]

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Resenha: Fogo nas entranhas


 ¡Caliente!


Fogo nas entranhas é um dos dois livros deliciosos, bem-humorados e escrachados de Pedro Almodóvar que saíram aqui no Brasil sem o menor resquício de alarde entre o público leitor. O outro é Patty Diphusa, que leio atualmente e que em breve resenharei por aqui também.

Confesso que fiquei empolgado com esses livros, quando, de alguns anos para cá, tomei conhecimento de suas existências. Almodóvar de longe é o meu cineasta estrangeiro favorito e quem não conhece as suas obras, faça o favor de conhecer. Embora ele não seja santo, é um sacrilégio total desprezar o que ele tem feito ao longo dos anos em matéria de filmes. Valem a pena conferir.

Este livro, em particular já começa bem, com uma introdução escrita pela atriz Regina Casé chamada “Calor na bacurinha” que chega até ser interessante. Um aperitivo para o que está por vir nas próximas páginas.

O livro, com nuances eróticas, narra a insólita história de um grupo de mulheres que possuem em comum a ligação com Chu Ming Ho, um chinês que chegou a terras espanholas na década de 50 e se estabeleceu na capital, Madri, como um proeminente empresário no ramo de absorventes íntimos femininos.

Porém, a sorte que acompanha Ming nos negócios não se estende à parte amorosa. Das cinco amantes que mantém em sua estadia no país, todas o abandonam por motivos inexplicados, provavelmente entediadas com ele. Sentindo-se desprezado e movido por uma misoginia cada vez mais crescente, resolve bolar então uma vingança bem arquitetada contra todas as mulheres da cidade, que como o título do livro sugere, ficarão com um fogo avassalador em suas entranhas.

A narrativa, em pequenos capítulos, mistura sexo, feminismo, espionagem e assassinatos com um toque de nonsense. Com maestria e genialidade, Almodóvar reproduz um pouco do cotidiano de Madri entre as décadas de 60 e 80. Ao ler este livro, é impossível deixar de rir em algumas de suas passagens, tamanha o surrealismo de alguns de seus acontecimentos, com destaque a Isidra, empregada doméstica septuagenária que é tia-avó de uma das cinco mulheres de Ming. Uma figura!

Fogo nas entranhas é isto: uma leitura descontraída e de boa qualidade que fica difícil de largar depois que se começa a ler. Seu único pecado talvez seja a falta de mais diálogos, que de certa forma tornam sua leitura breve e mais ágil.

Espero, um dia, que Almodóvar reveja o potencial desta sua pequena obra de arte literária e a adapte com êxitopara o cinema, corrigindo então esta falha e nos premiando com diálogos mais ricos e interpretações majestosas que só os seus filmes possuem.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O que é Leitura Dinâmica?


A maioria das pessoas, quando perguntada, diz que não gosta de ler, porque isto lhe dá sono. Na verdade, não é a leitura que dá sono, e sim o modo como ela é realizada. Devido ao modo como aprendemos a ler, as pessoas ficam com hábitos prejudiciais de leitura , tais como:

1) Sub-vocalização(leitura como os lábios ou com a garganta).
2) Leitura Linear (palavra por palavra).
3) Leitura desatenta (com constantes re-leituras do mesmo trecho, e uma baixa retenção do conteúdo lido).


Também em razão deste tipo de leitura, as pessoas acostumam-se a ler pouco, o que acarreta na maioria dos casos num pequeno repertório de palavras. Assim, qualquer palavra que desconheçam (devido a pouca leitura) provoca-lhe um desconforto interno inconsciente, que elas (as pessoas) procuram justificar-se dizendo para si próprio e para os outros que não gosta muito de ler. Existem, então, dois motivos básicos pelos quais você lê errado:

01) O modo como aprendeu a ler.
02) Ler de modo inconstante.


Na verdade, um decorre do outro: você lê pouco, devido ao modo como aprendeu a ler. É claro que isto não significa que não saiba ler; isto significa apenas que, em sua aprendizagem, foi imposto um limite à sua velocidade de leitura, limite este que você jamais tentou superar.

Quando se ensina uma pessoa a ler, as palavras são divididas em sílabas, para facilitar a aprendizagem da leitura. Além disso, as palavras são lidas em voz alta, sílaba por sílaba. Infelizmente, depois de aprendida a leitura, as pessoas continuam a ler fazendo esta vocalização das palavras; mesmo que silenciosamente. Na verdade, este é o maior obstáculo à leitura rápida.

Para aprender a ler dinamicamente, de um modo veloz e produtivo, você deve mudar o seu método de leitura, o que se pode conseguir com um treinamento especial. Primeiro, você deve perder o hábito de subvocalizar as palavras. Depois, deve habituar-se a enxergar o conjunto de palavras, ao invés das palavras isoladas. À medida que progredir nos exercícios, você conseguirá enxergar blocos cada vez maiores de palavras de uma só vez. Com os exercícios, você conseguirá enxergar blocos cada vez maiores de palavras de uma só vez. Com os exercícios de atenção, aprenderá a aumentar a sua atenção durante a leitura, o que fará que retenha cada vez mais o conteúdo do que ler.

A velocidade que conseguir atingir, a par desta retenção de conteúdo, dará um prazer cada vez maior às suas leituras.

Leitura dinâmica passo a passo

Luiza Destri deu à Revista Superinteressante algumas dicas, que reproduzo aqui.

Elimine os ruídos: Desligue a TV, coloque o computador para descansar, prenda o cachorro e esqueça o celular. Sente-se confortavelmente sob um abajur e faça estes exercícios com um texto da SUPER que você já leu várias vezes, porque é importante treinar com uma informação que você domina.

Descubra a sua marca inicial: Cronometre um minuto no relógio e conte quantas palavras você consegue ler nesse tempo. Um leitor normal lê 150 palavras por minuto, com 60% de aproveitamento. Já um leitor dinâmico lê de 5 a 8 vezes melhor: 800 palavras, com compreensão de 80%.

Use os dedos: Tome cuidado para não pronunciar o que lê, mexendo a boca. Também tente evitar voltar sempre para a mesma linha do texto. Aí o jeito é acompanhar as linhas com o dedo. Agora é só acelerar e ler mais rápido. Você não vai entender nada no começo, mas seu cérebro vai ser forçado a absorver informações.

Visualize blocos: Com a aceleração, seu pensamento vai mudar e seus olhos aprenderão a focar em um único ponto da palavra. É aí que acontece a mágica: você não verá mais o texto como uma seqüência de letras, mas em unidades de pensamento. Para ler, você vai passar das sílabas para as palavras e das palavras para as idéias centrais do texto.

Troque de leitura: Vá aos poucos mudando o tipo de texto. Daquela reportagem que você já decorou, passe para notícias sobre celebridades, por exemplo, que são simples. Você conhecerá rapidamente as últimas bagunças de Paris Hilton talvez até antes de ela cometer outra. Depois procure algo mais denso. Quer ter uma noção exata? É possível ler Dom Casmurro, que tem mais de 65 mil palavras, em 80 minutos.

Fonte: Site Algo Sobre Vestibular.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Nossa Língua (V)



Mais algumas curiosidades. Vamos a elas?

O mundo está cheio de matanças, mas há algumas diferenças entre elas: o filho que mata o pai comete um parricídio. O filho que mata a mãe comete um matricídio. Os pais que matam o filho cometem um filicídio. A mulher que mata o marido comete um mariticídio. E o marido que mata a esposa comete (que horrível) um uxoricídio.

Para cada realidade concreta existe uma palavra adequada. Quando um avião desce no aeroporto, aterrissa ou aterriza. Quando o hidroavião pousa no mar, amerissa. E quando uma nave pousa na lua, alunissa ou aluniza.

É bom saber que algumas palavras do nosso vocabulário vieram do francês e, embora possamos usá-las tranqüilamente, possuem correspondentes exatos no português. Para ateliê temos oficina; para complô temos conspiração; para menu temos cardápio; e para omelete temos fritada de ovos. Uma rara exceção é abajur, que foi aportuguesado do francês abajour.

Hoje, há quem diga que precisamos falar politicamente correto, evitando expressões racistas como: ele judiou de mim, a coisa tá preta ou você está denegrindo minha imagem. Até os brancos começam a se revoltar quando ouvem o vestibulando reclamar: Xi... me deu um branco! 

A distinção entre hora e horário é delicada, mas real. Hora pode ser definida como a 24ª parte de um dia inteiro ou como um período de 60 minutos. Já horário (tanto substantivo como adjetivo) refere-se a um período com mais de 1 hora: horário do ônibus, horário nobre, fuso horário, carga horária. Uma comparação: calendário é o período de dias, palavra proveniente de calendas que, em latim, era o primeiro dia do mês.

Falar e dizer não são sinônimos. Quem fala, fala bem, fala muito, fala com alguém, fala diante dos outros. Já quem diz, diz a verdade, diz o que pensa, diz besteira, diz o que não deve. Falar tem a ver com o ato da fala. Dizer tem a ver com o conteúdo expresso por aquele que fala. Falou?

Existe uma doença que admite os quatro usos que médicos e pacientes fazem dela: a diabete, a diabetes, o diabete e o diabetes. Por outro lado, no caso da palavra terminada em s, o adjetivo que lhe segue fica no singular: diabetes insípido, diabetes melito, diabetes sacarino ou diabetes sacarina.

Li, certa vez, numa placa: "É proibida a instalação de autofalantes." O ouvido doeu. Não tanto pelo medo de ouvir alguém gritando pelo alto-falante, mas por imaginar como alguém poderia fazer o casamento entre um automóvel e um falante, que ainda por cima era proibido instalar.

A prosódia indica-nos a maneira certa de pronunciar as palavras, levando em conta a sua tonicidade, conhecimento que ajuda a grafá-las corretamente. Rubrica fala-se rubrica, com o i tônico, mas não acentuado. Ruim é ruim, com i tônico, mas não acentuado. Maquinaria é maquinaria, com i tônico mas não acentuado. E pudico fala-se pudico mesmo, com i tônico, e esse i também não é acentuado.

Metonímia é uma figura de linguagem em que se usa uma palavra no lugar de outra, estando as duas estreitamente relacionadas. Quando eu digo que a novela está sem ibope trata-se de uma metonímia, porque ibope é a sigla do Instituto Brasileiro de Opinião Pública, e o que a novela não tem mesmo é audiência, cujo índice, aí sim, é calculado pelo Ibope.

Às vezes falamos com imprecisões de sentido, e valeria a pena caprichar. Por exemplo: febre alta. Na verdade, toda febre é temperatura alta.Febre baixa, pelo menos na medicina gramatical, também não existe. Outro exemplo: tirar a pressão. Se uma enfermeira tirar a minha pressão sangüínea eu morro na hora. É bem melhor pedir-lhe para medir a pressão.

Hoje é hoje. Amanhã é depois de hoje. E depois de amanhã (sem hífens) é daqui a dois dias. E como voltar para o passado? Ontem foi antes de hoje. Antes de ontem é anteontem. E antes de anteontem? Trasanteontem. Por incrível que pareça.

Depois do décimo carneirinho, podemos contar, sem hífen: décimo primeiro, décimo segundo. Depois: vigésimo, vigésimo primeiro, vigésimo segundo, também sem hífen. Depois: centésimo, centésimo primeiro... também sem hífen. E se a insônia for longa, milionésimo, bilionésimo, trilionésimo primeiro, trilionésimo segundo... e boa-noite!

O vocativo é a palavra que serve para chamar alguém ou um animal. Se estiver no meio da frase, vem entre vírgulas. Se estiver no início, põe-se uma vírgula depois. Se vier no final, põe-se uma vírgula antes. Vejamos: José, e agora? E agora, José? Mas, José, e agora?

Na frase acima, a palavra melhor pertence a três categorias gramaticais diferentes. O melhor (substantivo), se for melhor (adjetivo), melhor (advérbio) viverá. Deles, o último é invariável. A frase no plural fica assim: os melhores, se forem melhores, melhor viverão.

Como tratar pessoas que ocupam cargos importantes? Um cardeal é Vossa Eminência. Um ministro é Vossa Excelência. Um prefeito também. Um reitor é Vossa Magnificência. Um padre é Vossa Reverendíssima. Um gerente de banco é Vossa Senhoria. Um coronel também. E o papa é Vossa Santidade. Se estamos acostumados a chamar todo mundo de você, é melhor mudar de hábito...

Até no açougue é preciso falar bem. Quando queremos comprar a parte traseira acima das coxas do animal, devemos pedir alguns gramas ou mesmo um quilo de coxão. Trata-se do aumentativo de coxa. Há quem fale colchão, mas isso já é conversa pra boi dormir.

O que comemoramos no dia primeiro de maio? Quem respondeu o Dia do Trabalho, deveria trabalhar em dobro nesse dia. Comemoramos o Dia do Trabalhador, em analogia com outras datas ao longo do ano em que lembramos o jornalista, o médico e a secretária. Esse feriado nasceu para homenagear operários mortos durante uma passeata no dia 10 de maio de 1889, em Chicago.

Vários nomes que, no singular, possuem na sílaba tônica um o fechado - povo, poço, glorioso e olho - no plural experimentam mudança de timbre. As palavras povos, poços, gloriosos e olhos são pronunciadas com o o aberto. É o caso também de novos, porcos e coros. Este é um exemplo de apofonia. E como toda a regra tem a sua exceção, gostos, tronos e bolsos têm o o tônico fechado.

O uso contínuo de uma expressão errada torna o erro invisível. Poucos vêem o equívoco de usar a palavra penalizar no sentido de punir e castigar. É comum ouvirmos, por exemplo: os jogadores foram penalizados com a expulsão. Penalizar, na verdade, significa causar dor e tristeza. Ele ficou penalizado (ficou triste) ao ver a expulsão dos jogadores. O certo, então, é mudar o verbo da frase anterior, e escrever assim: os jogadores foram punidos com a expulsão. 

Várias palavras, no plural, adquirem significados diferentes. Ouro, no singular, é o metal precioso. Ouros, no plural, é um dos naipes das cartas do baralho. Bem é o contrário de mal. Bens são as propriedades que uma pessoa tem. Letra é um caractere do alfabeto. Letras é o curso universitário. Liberdade é o poder de escolher. Liberdades é quando a moça repreende o rapaz apressadinho: - Vamos parar com essas liberdades?

No mundo da diplomacia, um deslize verbal pode abalar o relacionamento entre dois países. Jamais devemos chamar uma embaixadora de embaixatriz. Ambas as palavras fazem o feminino de embaixador. Porém, a diferença entre uma e outra é imensa: embaixadora é a mulher que ocupa o cargo mais elevado numa embaixada, e embaixatriz é apenas... a esposa do embaixador.


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Resenha: A Fantástica Fábrica de Chocolate


Adquiri este livro de Roald Dahl e sua seqüência, O Grande Elevador de Vidro (que resenharei futuramente aqui) porque sou um fã incondicional dos filmes que foram feitos a respeito dele: o de 1971 estrelado por Gene Wilder e o mais recente, estreado por Johnny Depp e dirigido por Tim Burton. 

Quem viu os filmes, provavelmente notou diferenças marcantes entre ambos. Por conta disso, resolvi averiguar qual deles era mais fidedigno ao livro e, a conclusão que cheguei é que o de Depp é o que mais se aproxima da obra. Além do mais, li posteriormente em sites de cinema que a versão de 1971 irritou profundamente o autor, por conta de muitas deturpações que ele observou na trama.
Opiniões do autor à parte, continuo gostando das duas versões. E deixando o mundo do cinema de lado, vamos ao que interessa, o livro.

Se você é adulto e não tem o menor problema em ler livros infantis, pode mergulhar nas páginas deste sem maiores problemas. A questão é que “A fantástica fábrica de chocolate” – o livro – foi feito para crianças. Sua linguagem poética, suas ilustrações, suas lições, tudo remete ao mundo dos pequenos e desde já alerto que alguns adultos podem ficar frustrados ao perceberem que o livro não possui a mesma dinâmica dos filmes. E embora isto aconteça, as obras literária e cinematográficas tem a intenção louvável de ensinar às crianças a como se comportarem no dia-a-dia, demonstrando que aquelas mal-educadas, como Violeta Chataclete, mimadas como Veroca Sal, gulosas como Augusto Glupe e violentas como Miguel Tevel jamais se darão bem na vida.

Acima de tudo, os menores devem seguir o exemplo de Charlie Bucket, um garoto humilde, compreensivo, generoso e que trata todas as pessoas bem, constituindo assim o exemplo perfeito em que todas as crianças leitoras devem se espelhar.

Estranhou os nomes dados aos personagens? Coisas da tradução.

A Fantástica Fábrica de Chocolate, volto a ressaltar, adequa-se mais à apreciação de um público infantil. Recomendo-o também aos pais que gostam de motivar o hábito de leitura aos filhos. Mas se você é aquele adulto que gostou do que viu no cinema e que geralmente não dá muita vazão a criança dentro de si, o conselho que dou é: presenteie uma criança, mas não o leia. 

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Poesia (VI)


Soneto do amigo

Enfim, depois de tanto erro passado 
Tantas retaliações, tanto perigo 
Eis que ressurge noutro o velho amigo 
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado 
Com olhos que contêm o olhar antigo 
Sempre comigo um pouco atribulado 
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano 
Sabendo se mover e comover 
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...

[Vinicius de Moraes - escolhido por mim e dedicado aos amigos]

Trecho selecionado (VI)


"Peguei uma folha de papel, alva e em branco, como um lençol récem-lavado para fazer amor, e a introduzi no rolo. Então senti algo estranho, como uma brisa alegre pelos  ossos, percorrendo os caminhos das veias sob a pele. Acreditei que aquela página esperava vinte e tantos anos por mim, que eu vivera apenas para esse instante, e desejei que a partir desse momento meu único ofício fosse o de captar as histórias suspensas no ar mais sutil, para torná-las minhas."

[Trecho de Eva Luna, de Isabel Allende]


Selecionado para o blog especialmente pela minha querida 
Joana Angélica Andrade, de Salvador, BA. Valeu, "Jô Eva Luna" e obrigado por tudo!
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