I made this widget at MyFlashFetish.com.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Resenha: A bolsa amarela


A obra-prima de uma escritora extraordinária

A gaúcha Lygia Bojunga é figurinha carimbada em todas as bibliotecas públicas do Brasil. Lembro com gosto de minhas idas à biblioteca escolar durante a infância. Lá, eu sempre via as suas obras com grande destaque nas prateleiras.

Pudera: esses livros, como descobri ao lê-los, faziam por merecer.

E nessa época gostosa da vida, li dois de seus livros: Os colegas e A Casa da Madrinha, sendo este segundo um dos livros infantis que mais me fascinaram. E o fascínio foi tanto que até hoje em dia o recomendo a amigos, mesmo que estes já sejam adultos feitos, e aos seus filhos também.

Mas, voltando à Lygia, seus livros são encantadores e intensos. Têm a capacidade de ultrapassar as barreiras da infância e encantar também as pessoas adultas, caso estas parem um pouco as suas atribuladas vidas, e resolvam esquecer por um momento os seus problemas, proponham a si a leitura dos escritos da autora. Em resumo, os livros desta ex-atriz, dramaturga, tradutora e ganhadora do principal prêmio de literatura infantil mundial (o Hans Christian Andersen, em 1982), foram feitos para a apreciação de toda a família.

“A bolsa amarela” é considerada sua obra-prima. E voltando aos tempos de biblioteca na minha infância, constatei que este livro possuía alta rotatividade de empréstimos entre os alunos da minha escola. Por conta disso, ele jamais chegou às minhas mãos, por mais curiosidade que eu tivesse a seu respeito. É por isso que somente agora, depois de adulto, é que tive a oportunidade de tê-lo em mãos e assim saber mais um pouco sobre seu teor e talvez os fatores que justificam os seus êxitos.

O livro é sobre uma menina chamada Raquel e sobre seu grande sonho: tornar-se uma escritora. Seria um alter ego infantil da autora? Penso que sim. E talvez seja até uma forma de chamar a atenção das crianças para esta profissão, pouco difundida entre as escolhas vocacionais dos mais jovens.

Mas voltando ao livro, Raquel é a caçula de quatro irmãos e todos bem mais velhos do que ela, que a ignoram por completo por ser criança. E como se isso não fosse o bastante, a menina foi fruto de uma gravidez não-esperada pelos pais, que a criam com uma certa má-vontade, sempre sendo um pouco mais exigentes com ela.

Por conta disso, Raquel vive em um mundo à parte e possui uma visão muito crítica e aguçada de sua vida como criança, tendo também uma imaginação muito fértil que a leva a criar alguns amigos imaginários que se originam nos textos que ela escreve de próprio punho, tais como o menino André, a menina Lorelai, os galos falantes Afonso e Terrível, o Alfinete de Fralda de Bebê e a Guarda-chuva .

Por causa desses estranhos amigos, Raquel quase sempre está se metendo em encrencas, principalmente com a sua intolerante família incapaz de compreender seu mundinho particular. E, por isso, cercados por adultos chatos de todos os lados (e todos grandessíssimos bisbilhoteiros que não podem descobrir de forma alguma a associação deles com Raquel,) os amigos buscam refúgio seguro, perfeito e secreto em um lugar inusitado, onde ficam livres da curiosidade alheia. Trata-se de uma enorme bolsa amarela que Raquel ganhou de presente de sua tia rica, chamada Brunilda.

Ficou curioso(a) com Raquel e seus amigos? Para saber como a história termina e como cada personagem encontra um rumo na vida, aconselho a leitura deste livro com entusiasmo. Se você é criança, absorva bem os ensinamentos que a autora lhe passa durante a história. E se é adulto, permita-se mais uma vez ser criança e aprender também estas lições, aplicando-as à sua vida atual, especialmente na forma como você lida com os pequenos e também se divertindo com a história, que é excelente e bem-humorada.

Um comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...