Viajar é conhecer
Em tempos de guerras e desentendimentos pelo mundo afora, muitas vezes motivadas pela intolerância entre as pessoas, falar ou escrever sobre religião é algo complicado. Mas, é inegável o fato de que o tema, apesar de difícil para alguns, é fascinante para outros.
Por que então muitas pessoas acreditam na existência de seres supremos capazes de controlar seus destinos? Por que algumas pessoas também insistem em não acreditar nestas deidades? Foi motivada por essas perguntas que a escritora francesa Catherine Clément escreveu o livro A Viagem de Théo, também conhecido como O Romance das Religiões.
Com um enorme conhecimento da causa, devido às incansáveis pesquisas realizadas para que esta sua obra fosse possível, Catherine deu vida a Théo, um pré-adolescente que nasceu e que vive em Paris, França.
Ao contrário de outros meninos de sua idade, ávidos por aventuras ao ar livre e desafios radicais, Théo é melancólico e recluso, vivendo preso aos ínumeros livros que mantém em seu quarto, para a perplexidade de seus pais e algumas pessoas próximas, que gostariam de vê-lo mais solto e sociável.
Mas o que aparentemente parecia irremediável começa a se transformar quando Théo é diagnosticado com câncer de natureza maligna e terminal. E em seus momentos de dor e solidão auto-infligida, ele começa a se questionar qual seria o sentido da vida, ainda mais para ele, que nunca professou qualquer tipo de religião por ser filho de pais ateus.
É nessa deixa que surge na história a riquíssima irmã de seu pai, a cosmopolita e espertíssima Tia Marthe, que lhe faz a inusitada proposta de viajar mundo afora e buscar respostas para as suas indagações. Juntos visitarão os berços das principais religiões do mundo, como o Vaticano, em Roma (catolicismo), Varanasi, na Índia (hinduísmo), Jerusalém, em Israel (judaísmo) e muitos outros lugares. Até onde eles conseguirão ir juntos e o que Théo e sua tia aprenderão com essa jornada?
Cabe a você, leitor, descobrir, ainda mais se gosta do tema, se é espiritualizado ou se simplesmente ama obter conhecimentos sobre outras culturas ou assuntos relacionados a viagens pelo mundo afora. Na época em que li o livro (final dos anos 1990), quando era mais jovem, gostei muito da história, apesar de achar o estilo da autora um pouco didático e maçante em alguns momentos da trama. Porém, apesar da lentidão, a história de Théo prendeu-me do começo ao fim.
Portanto, se for do seu interesse, não perca mais tempo: vamos viajar?
Considerando que cada livro que lemos é uma verdadeira viagem, tenho certeza que esta aqui será bem fácil e prazerosa de se encarar. Isst é algo que eu, viajante experiente nas páginas desta obra, lhe garanto.
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