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quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Poesia (III)


Batizada originalmente com o pomposo nome de Flor Bela de Alma da Conceição, Florbela Espanca (1894 - 1930) foi uma poetisa portuguesa ímpar, nascida em uma pequena vila do Alentejo. Durante trinta e seis anos, sua vida foi tumultuada, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotismo e feminilidade. 

Hoje compartilho com os leitores do blog uma poesia de Florbela, especialmente  escolhida  pela minha amiga Nathália Paccola, de Indaiatuba, SP. Trata-se de "A mensageira das violetas", que pode ser encontrada em uma antologia homônima, publicada recentemente pela editora Martin Claret.


A mensageira das violetas


Eu quero amar, amar perdidamente!
Amar só por amar: aqui…além…
Mais este e aquele, o outro e toda a gente….
Amar!Amar! E não amar ninguém!
Recordar? Esquecer? Indiferente!…
Prender ou desprender? É mal? É bem?
Quem disser que se pode amar alguém
Durante a vida inteira é porque mente!
Há uma primavera em cada vida:
É preciso cantá-la assim florida,
Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar.
E se um dia hei de ser pó, cinza e nada
Que seja a minha noite uma alvorada,
Que me saiba perder... pra me encontrar…


Apreciaram tão delicada poética? Procurem então pelas obras de Florbela nas melhores livrarias. Até a próxima!

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