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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Resenha: 1808


Vale a pena ser conferido


O livro surpreende seu leitor pela riqueza de detalhes graças ao rigoroso processo de pesquisas que lhe deram vida, envolvendo fontes oficiais (do Brasil e de Portugal) e não-oficiais, retiradas de diários particulares de pessoas importantes ou semi-anônimas que viveram no século XIX, como artistas, marujos e comerciantes, a maior parte deles com ligações estreitas com a família real portuguesa.

E falando nesta, confesso que ri bastante com ela e demais pessoas da corte, com seus hábitos estranhos, suas manias e peculiaridades bizarras, como as possíveis infidelidades da princesa Carlota Joaquina, os surtos de D. Maria I e as gulodices de D. João VI, que mesmo carregando má fama, foi um soberano exemplar em alguns momentos.


Também refleti bastante lendo o livro, principalmente sobre as influências destes primeiros anos de civilização brasileira que, de certa forma, refletem o que somos hoje. A postura pacata diante das injustiças sociais, o moralismo exacerbado com algumas questões (principalmente quando envolvem costumes e religião), o descaso com educação, a produção científica e com o pensamento livre são heranças indesejadas do povo português.


A colonização portuguesa em si foi uma via de mão dupla. Da mesma forma que eles nos tiraram muitas riquezas, sugamos da metrópole as bases que tornaram o Brasil uma grande civilização. Se D. João VI e sua família não tivessem vindo para o Brasil, provavelmente estaríamos bastante atrasados na escala evolutiva das nações, ou na pior das hipóteses, nem seríamos uma.


O livro só peca com algumas repetições desnecessárias do autor em alguns assuntos. No geral, excede as expectativas. Recomendo a todos que gostam do tema História ou que gostam de fugir um pouco de livros de ficção.

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