Compilação de temas fascinantes
A mitologia grega, em nossos tempos, permanece mais viva do que nunca.
Basta verificar isto em livros como os da série Harry Potter e Percy Jackson, recheados de referências a deuses e criaturas mitológicas. Sem falar em filmes como Odisséia, Tróia e Fúria de Titãs, que lotam as salas de cinema mundo afora.
São histórias que praticamente já fazem parte do inconsciente coletivo das pessoas, de tão contadas e perpetuadas através dos tempos por meio das linguagens oral, escrita e visual. E mesmo assim continuam tão fascinantes quanto outrora, ou seja, desde a época em que surgiram.
Quem nunca temeu pela vida de Teseu quando este resolveu enfrentar o Minotauro dentro do Labirinto de Creta? Quem nunca torceu para que Eros (o Amor) e Psiquê (a Alma) terminassem juntos, mesmo com a ferrenha oposição de uma ciumenta e possessiva deusa Afrodite, mãe do próprio Eros? Sem falar nas aventuras de Jasão e dos Argonautas até a distante Cólquida, para conseguirem o lendário e valiosíssimo velocino de ouro.
Poderia contar em detalhes muitas outras histórias como o mito do belo Narciso, que se apaixonou pela sua própria imagem refletida nas águas de uma fonte. Ou então a do ambicioso Rei Midas, que sem medir as conseqüências de seu ato, pediu ao deus do vinho, Baco, para ter o poder de transformar em ouro tudo o que tocasse com as mãos. Entretanto, sugiro aos leitores desta resenha que mergulhem de cabeça nas páginas deste Livro de Ouro da Mitologia, de Thomas Bulfinch e deliciem-se por si mesmos com as narrativas que ele contém. Considero-o um dos melhores do gênero entre todos o que tive o privilégio de ler nesta vida, mesmo com algumas ressalvas.
A obra retrata a mitologia greco-romana de uma forma abrangente e rica em detalhes. Entretanto, os temas e narrativas tratados não estão muito bem agrupados, já que contos de origem latina encontram-se misturados com os de origem grega, sem qualquer critério, o que pode confundir o leitor caso ele não esteja familiarizado com as nomenclaturas de alguns personagens e lugares. O maior exemplo disso é que em alguns contos temos Apolo, deus da Luz e em outros, o deus Febo, que na verdade se trata do mesmíssimo Apolo, mas com outro nome.
Desorganizações à parte, o livro é um excelente apanhado de narrativas contadas com maestria, retratando deuses e heróis desde suas concepções até seus esquecimentos como divindades verdadeiras em lugares míticos como o Monte Olimpo. Além, disso, abrange também algumas histórias e informações sobre as mitologias nórdica, egípcia, hindu e outras mais. Pena que sejam poucas.
Nem todas as histórias têm finais felizes. De antemão aviso que o livro e a própria mitologia grega é um caldeirão de guerras, assassinatos, amores, ciúmes, maldições, feitiços, monstros, suicídios... Portanto, prepare-se para o melhor e o pior. Afinal de contas os próprios deuses, além de possuírem imagem e semelhança idênticas aos humanos também possuíam todos os seus (piores) defeitos e suas virtudes a tiracolo.
E é isso. Se você gosta de temas históricos, adora conhecer as cosmogonias de outros povos ou se é simplesmente fascinado pelos mitos gregos que talvez tenha conhecido um dia por outros meios como a TV, o cinema ou em referências de outros livros, invista no Livro de Ouro da Mitologia. Variedade de temas para se divertir e até para se aprofundar em questões que eles lhe trarão não lhe faltarão, pois cada uma de suas histórias também pode ser, lá no fundo, um fascinante ou intrigante convite à reflexão.
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