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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Resenha: A morte tem sete herdeiros


A noite em que Agatha Christie visitou Jacuruçunga

Imagine um livro em que só pelo título já o idealizamos recheado de mistérios, mortes terríveis e situações de suspense que beiram a angústia. E logo depois que o lemos, acabamos descobrindo que o mesmo não era nada daquilo que aparentava ser antes e que, involuntariamente, acabamos mesmo foi rindo de sua trama, do início ao fim e até não poder mais.

Este é o caso de “A morte possui sete herdeiros” (ou A noite em que Agatha Christie visitou Jacuruçunga), de Stella Carr e Ganymedes José. O mesmo é o resultado da união feliz de dois autores distintos que legaram ao mundo literário infanto-juvenil uma verdadeira obra-prima do suspense e do nonsense, cheia de mistérios, mas com situações surreais que beiram o absurdo, o engraçado e fazem com que o leitor ria compulsivamente enquanto está avançando as páginas da obra.

O livro gira em torno de Rogério Matta Leitão, um riquíssimo fazendeiro de uma cidade fictícia do interior do Brasil que não teve filhos em seu casamento com sua amada esposa, Sabina, mas que por conta de laços de parentesco acabou acumulando durante sua vida sete indesejados sobrinhos, cada um mais irritante e cretino do que o outro, salva uma única exceção que o leitor descobrirá ao ler.

Rogério, viúvo já há muitos anos, bate as botas subitamente. E com isso, os ambiciosos parentes esperam herdar muito com a sua morte. Porém, o que não esperavam era a existência de uma estranha cláusula do testamento: todos, sem exceções, deverão pernoitar no casarão (supostamente mal-assombrado) da família em que Rogério vivia, na noite anterior à leitura do testamento.

O que ninguém esperava (incluindo-se aí alguns amigos próximos de Rogério, sua suposta amante caolha, os cônjuges esquisitos de alguns sobrinhos e a empregada da família) era que uma série de assassinatos começasse a acontecer noite a dentro, sendo os herdeiros os potenciais alvos da sanha assassina de alguém que está entre eles, eliminando um atrás do outro e todos por meio de crimes absurdos que beiram o ridículo.

Quem seria o assassino? Qual a sua motivação? Qual das sobrinhas vendia uísque falsificado do Paraguai? Qual dos sobrinhos posava de rico, mas comia carne de cachorro desidratada para não passar fome? Onde estaria o valiosíssimo anel de diamantes de vários quilates de Tia Sabina? Quem é o misterioso vulto que anda com a bengala que pertenceu a Tio Rogério pela casa e ainda por cima vestido de Carmem Miranda? E Agatha Christie, a dama do crime, realmente participa da história?

Participa. Mas não teria a menor graça se eu contasse aqui como e por que, não é?

Ficaram curiosos? Corram logo então atrás deste livro, uma sátira muito gostosa aos livros policiais ingleses. A leitura dele será tão prazerosa, prendendo-lhes tanto a atenção que duvido que muitos de você não consigam lê-lo em apenas um único dia. É batata!

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