"Ele queria subir, a mediocridade o sufocava, a pobreza cheirava morte. E a sua carreira finalmente tinha sido como um elefante sagrado caminhando sobre um tapete de criaturas humanas, de almas que suas patas brutais esmagavam.
Agora todo o seu velho sonho está desfeito em poeira, é como cinza áspera que lhe foge por entre os dedos, deixando-lhe na alma um ressabio amargo. No fim de contas que é ele ao cabo de tantas crueldades? De tanta agitação, de tantos conflitos? Nada. Um homem medíocre que, tendo procurado o sucesso através dum casamento rico, acabou encontrando nele apenas as mesmas inquietudes e incertezas do tempo de pobreza, a antiga e dolorosa sensação de inferioridade."
[Trecho de Olhai os lírios do campo, de Erico Veríssimo]
Selecionado para o blog especialmente por
Soeli Forte, de São Pedro de Alcântara, SC. Muito obrigado, Suca!
Este para mim, é um dos melhores livros do Érico. Os personagens são marcantes, a história é intensa. Desperta tantos sentimentos. Obrigada pela postagem, Marcelo. Um abraço.
ResponderExcluirEu é que agradeço, Suca! Fico muito feliz quando os leitores e seguidores do blog contribuem com o mesmo, tornando sua qualidade melhor.
ResponderExcluirAdoro o Erico também e sou suspeito em falar bem dele. Abração!