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quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Poesia (X)


A Solidão e sua Porta


Quando mais nada resistir que valha

a pena de viver e a dor de amar

E quando nada mais interessar,

(nem o torpor do sono que se espalha).

Quando, pelo desuso da navalha

a barba livremente caminhar

e até Deus em silêncio se afastar

deixando-te sozinho na batalha

a arquitetar na sombra a despedida

do mundo que te foi contraditório,

lembra-te que afinal te resta a vida

com tudo que é insolvente e provisório

e de que ainda tens uma saída:

entrar no acaso e amar o transitório.


[Poesia do poeta pernambucano Carlos Pena Filho, retirada de sua antologia Poemas e escolhida por mim. Ilustrando o post, uma de suas raríssimas fotografias, com a filha Clara Maria, por volta dos anos de 1960.]

Um comentário:

  1. Bom começar a manhã lendo poesia.
    Abraço grande, Marcelo.
    Parabéns pelo blog.
    Márcia Regina.

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