A Solidão e sua Porta
Quando mais nada resistir que valha
a pena de viver e a dor de amar
E quando nada mais interessar,
(nem o torpor do sono que se espalha).
Quando, pelo desuso da navalha
a barba livremente caminhar
e até Deus em silêncio se afastar
deixando-te sozinho na batalha
a arquitetar na sombra a despedida
do mundo que te foi contraditório,
lembra-te que afinal te resta a vida
com tudo que é insolvente e provisório
e de que ainda tens uma saída:
entrar no acaso e amar o transitório.
[Poesia do poeta pernambucano Carlos Pena Filho, retirada de sua antologia Poemas e escolhida por mim. Ilustrando o post, uma de suas raríssimas fotografias, com a filha Clara Maria, por volta dos anos de 1960.]
Bom começar a manhã lendo poesia.
ResponderExcluirAbraço grande, Marcelo.
Parabéns pelo blog.
Márcia Regina.