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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Resenha: As mulheres mais perversas da História



A perversidade também usa esmalte e batom

As mulheres são consideradas por muitos como o sexo frágil, incapazes de ferir uma mosca. Entretanto, muitos leitores mudarão de idéia ao ler as páginas deste livro.

No decorrer da História sempre ficamos a par dos grandes feitos dos homens e do caráter deturpado de muitos deles. Com o gênero feminino não poderia ser diferente neste As mulheres mais perversas da História, da americana Shelley Klein.

Ele traz consigo histórias de crimes cometidos por um seleto rol de mulheres que viveram em várias épocas e lugares distintos. Grande parte de seus crimes foram realizados com tantos requintes de perfídia e crueldade que jamais atribuiríamos estas atrocidades às mesmas, tais como assassinatos de bebês, de familiares próximos, amigos, alguns assassinatos em série e cumplicidade em crimes que foram cometidos por seus parceiros de alcova.

Os casos do livro seguem um roteiro bem nítido, começando sempre com um relato breve da história da criminosa, como vida pessoal, as formas como iniciou e progrediu em sua carreira de crimes e a eles relacionados, que nem sempre são minuciosos, especialmente a respeito das investigações, o que fica bem notório nas trajetórias de criminosas como Agripina (a Jovem) e Valéria Messalina, que viveram no império romano.  

Algumas lacunas também podem ser verificadas também em certas passagens do livro, como o destino de algumas pessoas envolvidas em boa parte dos casos, detalhes importantes sobre alguns crimes, que foram narrados de forma superficial, sem falar no quesito tradução, que demonstrou algumas precariedades. Mas, no geral, o livro excede expectativas. Sua leitura é bem dinâmica e acredito que prenda o leitor interessado, pois me prendeu completamente. Curiosidade às vezes é algo muito mórbido.

Além de Messalina e Agripina, encontramos aqui as histórias das imperatrizes Catarina da Rússia, Tsi-Hi, da China, da Rainha Ranavalona I de Madagascar, da primeira-dama romena Elena Ceausescu (famosas por promoverem genocídios em suas nações), das cidadãs comuns Lizzie Borden (carrasca do próprio pai e da madrasta), Aileen Carol Wournos (a primeira assassina em série da história dos Estados Unidos), Rose West (famosa na Inglaterra por sua casa de horrores), Marie Noe (que matou envenenados todos seus sete filhos) e muitas outras mais, num total de quinze.

Fazendo um parênteses aqui, confesso que senti a falta de uma perversa bem notória neste livro, a condessa romena Erzsébet Báthory, famosa pela alcunha nada lisonjeira de ”Condessa Drácula”, graças a imensa crueldade com que matou centenas de mulheres residentes em seu condado e adjacências para beber-lhes o sangue, em busca de eterna juventude. Porém, notória ausência é explicada pelo fato de sua história ter entrado em outro livro similar, da mesma editora que foi lançado praticamente na mesma época, chamado Os mais perversos da História, da autora Miranda Twiss, que retrata tanto homens como mulheres que ficaram famosos por suas perversidades. E, pela variedade de títulos que se seguiram sobre seres perversos após estes livros, acredito que originalmente os mesmos fazem parte de uma mesma série de livros em seu país de origem, os Estados Unidos.

Por fim, fica um conselho para quem quiser arriscar a leitura desse livro: prepare seu estômago e prepare principalmente o seu espírito, pois o relato da vida destas mulheres nos causa repulsa, consternação e até mesmo piedade em alguns casos.  Suas existências e seus feitos servem apenas para provar que a maldade não tem sexo, idade, raça e nem orientação sexual. Ela existe. Nos espreita sorrateiramente  e cruza nossos caminhos quando menos se espera.

Este é um livro muito bom. Mas recomendado apenas para quem gosta do tema.

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