Ainda é tempo?
Nem uma vida inteira de desculpas
Vai dar graça à tua face, minha cara.
Teus pecados mortais, as mil culpas,
Que te afligem agora, a dor não sara.
Tua beleza se foi, vieram as pústulas
Do tempo e contra elas nada salva,
Nada pode. A dívida são multas
Que a vida cobra à tapa na tua cara.
Cinqüenta anos passaram e não viste
Nada, que não fosse o espelho em tua frente.
E se a imagem que vês hoje te fere,
É porque tua alma, de dedo em riste,
Vê em ti, apenas a sombra indiferente
A tudo que ela amou e sentiu na pele!
[Poesia de Konstantino Kaváfis, poeta egípcio
de nascimento e grego de criação ]
Selecionada para o blog especialmente pelo querido Flavio H. Lorenzi, de São Paulo, SP. Obrigado, Flavio!
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