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quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Resenha: O menino do pijama listrado


Surpreendente e trágico

Confesso que fiquei chocado com o final inesperado deste livro. Chocado, mas totalmente ciente de que algo do tipo iria acontecer. Mesmo assim, passei o dia seguinte à conclusão da leitura sem conseguir dormir, pensando fixamente no acontecido.



Ouvi falar deste livro apenas neste ano e com um certo atraso. Descobri até que os estúdios Disney já fizeram um filme sobre o mesmo, que pretendo assistir em breve.

“O menino do pijama listrado”, segundo o autor, foi escrito em dois dias. Talvez isto justifique muito a sua simplicidade. O autor, mesmo escrevendo um livro para adultos, deu vida a um livro com uma linguagem muito infantilizada,apesar do protagonista ser uma criança com apenas 9 anos de idade.

Bruno, filho de um oficial do 3º Reich, vivia feliz e tranqüilo com sua família em uma grande e confortável casa na capital alemã, Berlim, até seu pai ganhar um cargo de confiança do ‘Fúria’ (ou melhor, Führer), Adolph Hitler e ser transferido para um novo domicílio nos arredores de um campo de concentração chamado por Bruno de ‘Haja-Vista’, que depois sabemos ser, na verdade, Auschwitz, na Polônia.

Completamente desinformado das coisas que acontecem ao seu redor, na Europa daquela época e das coisas que o pai faz, mesmo tendo um professor particular para si e sua irmã de 12 anos, Gretel, Bruno quer mais é curtir a sua infância, estar com amigos e parentes. Porém, na nova casa torna-se incapacitado de fazer as coisas que quer e gosta, como brincar e fazer explorações. Tudo isto, agora, faz parte de um passado já distante para ele.

Mas isso não o impede de tornar seu cotidiano menos tedioso. Intrigado com a grande cerca de ferro e arame farpado que separa a sua casa de muitas outras, onde se vê inúmeras pessoas vestindo pijamas listrados (o campo de concentração), resolve investigar as proximidades. E numa dessas andanças, conhece, próximo à cerca, um menino polonês (e judeu) da mesma idade chamado Shmuel, nascendo daí uma grande amizade, mesmo impedidos de interagir mais um com o outro por causa da cerca.

O livro de John Boyne é belíssimo, mas de antemão aviso que seu final não é feliz. Mas mesmo assim, trata-se de uma obra profundamente humana que nos convida a reflexão sobre assuntos ligados à Segunda Guerra Mundial que envolveram os povos que nela tomaram parte.

De cinco estrelas, dou apenas quatro ao livro. Profundo conhecedor de questões relacionadas a esta época, por conta de leituras e documentários que vi exaustivamente na televisão, sei que na realidade um personagem como Bruno jamais existiria, pois naquela época era costume os alemães bancarem os espartanos e separarem filhos de pais, para que estes fossem educados rigorosamente na disciplina nazista, em todas as áreas do conhecimento, pois segundo a concepção distorcida de Hitler, eles fariam parte da raça suprema e escolhida que iria repovoar a Terra, caso a Alemanha conseguisse sua intenção de dominar o mundo.

Mesmo assim, é um livro que vale a pena ser lido. Por questão de humanidade e de conhecimento. Por isso, saia um pouco da internet e o pegue para ler. Mesmo triste e realista, creio que você, leitor, apreciará.

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