Superou minhas expectativas
Adquiri este livro em meio a sentimentos contraditórios, que mesclavam curiosidade, incredulidade e um certo preconceito literário.
Curiosidade porque a autora tinha sido altamente elogiada pela crítica por sua obra. Incredulidade porque estava sendo comparada até com seu mais famoso conterrâneo, Erico Veríssimo. Preconceito porque ao meu julgamento, A Casa das Sete Mulheres parecia ser mais um dos inúmeros romances açucarados tipo "mulherzinha" que abarrotam as prateleiras das livrarias mundo afora. Tanto que tinha sido transformado em minissérie por uma emissora de TV brasileira famosa em distorcer histórias quando o assunto é a própria História, principalmente a do país em que vivemos.
Confesso que fui precipitado em julgar. Depois de dois longos anos "embolorando" em minha pilha de livros por ler,resolvi dar uma colher de chá à obra. E a conclusão a que chego se resume em uma única pergunta: "Por que não li este livro antes?"
A Casa das Sete Mulheres está longe de ser um romance de mulherzinhas. Fala de mulheres fortes e determinadas que durante quase dez anos viveram juntas sob o mesmo teto, às voltas com os temores, as incertezas e as poucas alegrias que um período prolongado de guerra fatalmente traz consigo.
Fala também de homens como Bento Gonçalves: de suas batalhas e de seus ideiais, de suas alegrias e de suas tristezas, todas narradas em perfeita descrição de detalhes, como se a autora estivesse presente em cada evento decisivo da Guerra dos Farrapos.
Por conta de seu talento em narrar histórias, Letícia Wierzchowski agora pode orgulhar-se de figurar entre os melhores talentos da literatura nacional, na minha mais sincera opinião.
Recomendo!
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