Resenha: MSP 50

Item de colecionador

Este livro, ou melhor, "gibizão", é muito especial, pois se trata de um marco importante no universo dos quadrinhos nacionais. Através dele você verá a Turma da Mônica através de outros olhos, em uma belíssima homenagem aos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, prestada por 50 grandes nomes dos quadrinhos nacionais. O livro traz histórias criadas por importantes personalidades tais como Ziraldo, Laerte, Angeli, Spacca, Ivan Reis, Erica Awano, Fernando Gonsales, Fábio Moon e Gabriel Bá, Jean Okada e muitos outros artistas de reconhecimento nacional e internacional, cada qual interpretando, à sua maneira e com muita sensibilidade, o microcosmo dos personagens da Turma da Mônica.

O resultado, na prática, foi satisfatório (para mim, que li o material em um dia). O formato e o acabamento da obra estão impecáveis (deve ser por isso que ela custa tão caro), porém o conteúdo é um pouquinho limitado, com algumas historinhas irritantes e sem nexo, o que era de se prever, pois tanto desenho e roteiro ficaram à parte dos prestadores da homenagem. Particularmente não gostei das histórias onde os artistas convidados parecem mais interessados em vender seu próprio "jabá", divulgando seus personagens em vez de homenagear Maurício.

Surpreendentemente, as melhores histórias do livro são estreladas pelos personagens considerados mais chatos do Maurício: o insosso Astronauta e o filosófico dinossauro Horácio. Tal fato demonstra que alguns personagens têm muito potencial para boas histórias (especialmente Astronauta), mas não são bem explorados nas histórias "oficiais".

Outras histórias que merecem destaque: a de Jean Galvão, estrelando Cebolinha e o Louco, a de Fernando Gonsales, estrelando toda a turma e a de Samuel Casal, com a turma do Penadinho. Esta, em particular, com um trabalho de arte fenomenal em preto e branco que torna a turma do cemitério bem assustadora, mas sem perder sua ternura, claro.

Alguns novos artistas impressionaram pela qualidade dos desenhos, como Vítor Caffagi, que fez uma singela historinha que mostra como Chico Bento conheceu Rosinha. Esse cara ainda vai dar o que falar no meio quadrinístico, vocês vão ver.

No fim das contas, MSP 50 anos é um livro bonito, com algumas histórias divertidas e digno de seu homenageado. Mesmo longe de valer o que custa, deve ser adquirido imediatamente pelo valor sentimental e guardado para as próximas gerações. Foi o que fiz.

Portanto, se você gosta de Maurício de Sousa e de seus personagens, corra logo e adquira o seu. Edição provavelmente limitada e item para colecionadores.