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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Resenha: A descoberta do chocolate


Mediano



Quando li a sinopse de "A descoberta do chocolate" em um periódico que recebo bimestralmente da Editora Record em minha casa, achei que o livro possuía uma narrativa de grande potencial, daquelas que nos dão avidez e prazer em ler sem restrições e, por conta disso, resolvi adquiri-lo sem mais demora.

A obra de James Runcie conta a fictícia história de Diego de Godoy, um homem de origem espanhola contemporâneo da época das grandes navegações européias, que acompanha seus conterrâneos à América Central em busca de fama e fortuna instantâneas, presenciando assim todo o processo da conquista hispânica na região, caracterizada pelos famosos saques e genocídios a povos indígenas que já todos nós já conhecemos através do estudo da História em anos escolares. 

Entrando em contato com os nativos da região, em especial com uma misteriosa índia chamada Inácia, Diego acaba descobrindo o chocolate (oriundo das sementes de cacau) e todos os seus sabores, encantos e mistérios. O mais  especial deles é um elixir mágico a base de chocolate que lhe dá longa vida, assim como também ao seu cão de estimação, o galgo Pedro.

Inácia desaparece misteriosamente da vida de Diego. E em suas andanças pelo mundo afora em busca da amada,  ele resolve propagar aos quatro ventos as maravilhas do chocolate, sempre presenciando e interagindo com os mais diversos acontecimentos e personagens históricos dos últimos séculos, inclusive encontrando pelo caminho alguns personagens verídicos da História.



Porém, o livro fica só na promessa. As tramas são muito mornas e o conjunto da obra não empolga muito, tanto que uma das passagens mais interessantes que achei do  livro foi o insólito encontro do protagonista com o Marquês de Sade, em uma prisão francesa.



"A descoberta do chocolate" com certeza agradará a quem goste de História, especialmente aos que apreciam o tema das conquistas européias no continente americano. E provavelmente também comoverá os românticos de plantão, em especial os que acreditam em questões como destino e almas gêmeas.

Mas a mim, não convenceu muito. Achei apenas médio, justificando assim o título desta resenha.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Resenha: O segredo da bastarda





Uma grata surpresa

O livro de Cristina Norton, uma profícua historiadora argentina radicada em Portugal, é fruto de uma extensa pesquisa a respeito da família real portuguesa formada por, D. Maria (a louca), seu filho e sucessor, o príncipe regente D. João VI e sua consorte, a temperamental princesa de origem espanhola Carlota Joaquina.

Trata-se de do tipo livro de ficção que mistura personagens reais com personagens fictícios. Muito bem escrito (em português da terrinha), o livro tem os seus ótimos momentos e o que o torna diferenciado e especial é sua narrativa, contada através três pontos de vista distintos: o da própria autora, o de Eugénia (a bastarda em questão) e o de Nossa Senhora, mãe de Deus e madrinha de batismo da desafortunada mãe da protagonista. A princípio, os leitores poderão ficar um pouco confusos com a forma como a história é contada, assim como fiquei, mas logo saberão diferenciar quem é que conta a história no determinado momento em que lêem.

A história se passa em Portugal, na época do Brasil Colonial, quando a dinastia dos Bourbon estava no poder. Enfoca principalmente o triângulo amoroso inusitado que surgiu entre o insosso D. João, a mãe de Eugénia (uma fidalga de alta estirpe da corte) e  Carlota Joaquina, uma esposa traída vingativa e cruel, que não poupou esforços para acabar com a felicidade de seu marido e (supostamente) de sua rival, que ironicamente era uma de suas mais queridas damas de companhia.

Por conta destas situações, já é de se prever que o final da história não é muito feliz. O mesmo é frio, brusco e desesperançoso, especialmente para o vértice mais fraco do triângulo. Apesar disso, creio que muitos leitores provavelmente gostarão da obra e se afeiçoarão à protagonista, caso resolvam lê-la. Inevitavelmente se compadecerão de todo sofrimento pelo qual ela passou e que não foi fruto de sua vontade.

“O segredo da bastarda” possui uma história bastante rica, pois a autora soube, com grande maestria, reproduzir muito bem os ambientes, os personagens e os costumes da época, numa riqueza de detalhes de impressionar. Quem aprecia romances históricos como eu, ainda mais temperados com intrigas palacianas e momentos de suspense de tirar o fôlego, apreciará muito esta obra.

E é por isto que recomendo com entusiasmo a sua leitura.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Trecho selecionado (IV)







"Histórias, assim como pessoas, borboletas, ovos de aves canoras, corações humanos e sonhos, também são coisas frágeis, feitas de nada mais forte ou duradouro do que 26 letras e um punhado de sinais de pontuação. Ou então são palavras no ar, compostas de sonhos e idéias — abstratas, invisíveis, sumindo no momento em que são pronunciadas -, e o que poderia ser mais inútil do que isso? Mas algumas histórias, pequenas, simples, sobre gente embarcando em aventuras ou realizando maravilhas, contos de milagres e de monstros, duram mais do que todas as pessoas que as contaram, e algumas duram mais do que as próprias terras onde elas foram criadas."

[Neil Gaiman - Trecho de Coisas Frágeis]

Escolhido por Lucelma Carvalho (Comunidade Prosiverso, orkut).

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Resenha: Um mundo perfeito



Decepcionante. Um dos piores livros que li na vida.

Vi tantas resenhas positivas a respeito deste livro em uma rede de relacionamento de leitores que fiquei bastante empolgado em lê-lo, mas sem tanta prioridade a princípio. Tomei conhecimento de sua existência por meio de um recado de punho do próprio autor que, polidamente, pediu-me que adquirisse “Um mundo perfeito” e conhecesse seu primeiro trabalho.

Após alguns meses onde priorizei outras leituras e já bastante intrigado com a insistência dele para que eu lesse logo a sua obra, adquiri o livro, alimentando as melhores expectativas possíveis a seu respeito, ainda mais por conta da capa, um trabalho de arte muito bonito. Porém, a cada página lida, fui decepcionando-me gradativamente com o teor da obra, que, sinceramente, achei MUITO fraca e limitada. Por pouco não parei de lê-la completamente.

Das duas hipóteses, uma: ou alguns resenhistas daqui da rede de relacionamentos que mencionei fizeram uma espécie de propaganda previamente combinada do livro com o autor ou então são, na verdade, amigos dele que não quiseram ou que tiveram a vergonha de magoá-lo com críticas verdadeiras como esta que faço. Não consigo entender como estas pessoas podem ter achado esta obra digna de cinco estrelas e uma obra-prima do suspense e do terror.

O livro, na verdade, pertence à literatura fantástica de baixa qualidade. Leonardo Brum, o autor, como já citei, é iniciante, e me passa a impressão de que não sabe realmente o que quer escrever em determinados momentos. Demonstrou ser bastante inseguro, escondendo-se atrás de vocabulário limitado, de um padrão irritante de parágrafos curtos, típicos de livros paradidáticos e de personagens que não são e jamais serão nem um pouco cativantes. Sua sintaxe de redação é bastante primária e os erros de concordância saltaram constantemente aos meus olhos durante toda a leitura.

Na pior das hipóteses, acredito eu, os perfis que elogiam a obra são falsos, mas não tenho certeza disso, embora outros usuários da rede de leitores que freqüento, que não gostaram do livro, tenham esta mesma desconfiança, já que foram atacados sem dó e nem piedade por lá . Posso até estar sendo injusto, mas sei que, para vender seu peixe e obter lucro irrestrito, as pessoas são capazes de criar as mais ardilosas artimanhas para conseguirem seu objetivo.

Porém, considerando que muitas pessoas leram e gostaram, tudo o que nos resta dizer ou pensar é aquela velha frase que diz “gosto é gosto, não é?” Mas mesmo assim fiquei pasmo com toda essa unanimidade em torno do livro, cuja narrativa primária, crua e óbvia é claramente "inspirada" em filmes e séries de TV que quase todo mundo já conhece ou assistiu, tipo “Lost”, "Predador" ou “A Ilha da Fantasia”.

O pior de tudo é que a história deixou muitas lacunas e situações inacabadas, especialmente o destino de alguns personagens e a origem de uma misteriosa criatura monstruosa que rondava a Ilha de Pedra-Luz, o lugar onde se passa a história, que apareceu pouquíssimas vezes e depois sumiu do nada. O final, então... um verdadeiro clichê de ruindade, muito mal feito.

Indico a leitura de “Um mundo perfeito” a um público mais infanto-juvenil e principiante em literatura, que com certeza o apreciará mais, por pura diversão e/ou sem maiores neuras. Para quem faz leituras mais elaboradas e densas como eu, o conselho que dou é: fique longe.

“Um mundo perfeito" só não é um fiasco completo porque possui alguns pequenos momentos memoráveis, como o capítulo do menino que é transformado em melão, que particularmente, achei até um pouco poético.

Espero que no futuro Leonardo conscientize-se de suas limitações e passe a escrever melhor. Ou então desista de escrever de uma vez por todas, caso não tenha a humildade de reconhecer as suas limitações.

Por fim, jamais escolha um livro apenas pela sua capa. Você pode se decepcionar amargamente com isto.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Poesia (II)


A FLOR E A NÁUSEA

Preso à minha classe e a algumas roupas, 

Vou de branco pela rua cinzenta.

Melancolias, mercadorias espreitam-me.

Devo seguir até o enjôo? 

Posso, sem armas, revoltar-me? 

Olhos sujos no relógio da torre: 

Não, o tempo não chegou de completa justiça. 

O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera. 

O tempo pobre, o poeta pobre 

fundem-se no mesmo impasse. 

Em vão me tento explicar, os muros são surdos. 

Sob a pele das palavras há cifras e códigos. 

O sol consola os doentes e não os renova. 

As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase. 

Vomitar esse tédio sobre a cidade. 

Quarenta anos e nenhum problema 

resolvido, sequer colocado. 

Nenhuma carta escrita nem recebida. 

Todos os homens voltam para casa. 

Estão menos livres mas levam jornais 

e soletram o mundo, sabendo que o perdem. 

Crimes da terra, como perdoá-los? 

Tomei parte em muitos, outros escondi. 

Alguns achei belos, foram publicados. 

Crimes suaves, que ajudam a viver. 

Ração diária de erro, distribuída em casa. 

Os ferozes padeiros do mal. 

Os ferozes leiteiros do mal. 

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim. 

Ao menino de 1918 chamavam anarquista. 

Porém meu ódio é o melhor de mim. 

Com ele me salvo 

e dou a poucos uma esperança mínima. 

Uma flor nasceu na rua! 

Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego. 

Uma flor ainda desbotada 

ilude a polícia, rompe o asfalto. 

Façam completo silêncio, paralisem os negócios, 

garanto que uma flor nasceu. 

Sua cor não se percebe. 

Suas pétalas não se abrem. 

Seu nome não está nos livros. 

É feia. Mas é realmente uma flor. 

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde 

e lentamente passo a mão nessa forma insegura. 

Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se. 

Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico. 

É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


[Carlos Drummond de Andrade]

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Frase (V)


"O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com que acontecem. Por isso, existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis."

[Fernando Pessoa]

sábado, 21 de agosto de 2010

Resenha: Delta de Vênus (Histórias Eróticas)


Fantasias para todos os gostos, com direito a muitas perversões

Antes de começar esta resenha, uma pergunta ao leitor interessado: Tem certeza que você deseja mesmo ler Anaïs Nin? Se sua resposta for positiva, prepare-se antecipadamente para um turbilhão de emoções e sensações que podem oscilar entre o agradável e o desagradável. E siga o meu conselho: tenha a mente aberta.

A primeira vez que ouvi falar da liberal Nin foi em 1990, quando eu tinha apenas 16 anos de idade. Foi o ano do lançamento do filme “Henry e June – Delírios Eróticos”, do cineasta Philip Kaufman. O filme conta a história do escritor americano Henry Miller (Fred Ward) e de sua esposa June (Uma Thurman), que resolvem viver na efervescente e exótica Paris dos anos 30 e conhecem Anaïs (Maria de Medeiros).

Resenhas da época em jornais e revistas ecoavam que o filme era de grande voltagem erótica, por conta da vida de seus protagonistas, que quando (bem) vivos deram vazão a um triângulo amoroso bastante comentado e conturbado, tendo Anaïs como o vértice. Embora tenha me interessado bastante pelo filme na época e por conhecer as obras e vidas dos envolvidos, nenhum deles chegou a ser disponibilizado aqui em minha cidade, para minha total frustração. E é por isso que volta e meia digo ironicamente que é muito difícil viver longe das grandes centros e no meio da selva, por perder oportunidades como essa.

Só agora, depois de adulto (e ainda sem ter assistido ao filme) é que o destino resolveu por em minhas mãos a mais controvertida das obras de Anaïs, o incensado Delta de Vênus (Histórias Eróticas).

Embora não tenha mais o vigor da juventude, este livro chamou muito a minha atenção. Logo no início, numa espécie de prefácio, a autora, muito franca, deixa escapar que escreveu esse tipo de literatura com apenas uma intenção: ganhar dinheiro.

Os anos em que viveu em Paris, que sofreu muito os efeitos das guerras no continente europeu não foram exatamente perfeitos, imersos em um mar de rosas. Para poder viver, tanto ela, Miller e outros escritores tiveram que se submeter aos caprichos e aos generosos pagamentos de um mecenas muito rico que patrocinava esse tipo de literatura para seu voraz consumo pessoal: uma espécie de colecionador de histórias picantes.

E Delta de Vênus é um dos muitos resultados da criação destes contos. Longe de serem românticos, por exigência do seu patrocinador (embora a autora tenha se esforçado por deixá-los mais sentimentais), os contos do livro são puro erotismo carnal, em suas mais diversas nuances, sejam dentro do tradicional papai-e-mamãe, passando por relações bi e homoafetivas e chegando às conhecidas e muitas vezes incompreendidas parafilias (perversões sexuais) descritas nas obras de Sigmund Freud, de quem Anaïs era muito fã e seguidora. Portanto, não estranhe e nem se acanhe com os relatos de voyeurismo, sadomasoquismo, exibicionismo, pedofilia, zoofilia, necrofilia, coprofilia, urofilia, bondage, frottage e incesto que você encontrará nesta obra tão peculiar.

Os melhores contos desta edição, na minha opinião, são “Artistas e Modelos” e os seis que finalizam o livro. Por si sós já valem a leitura do livro, que também possui seus momentos de fraqueza, caracterizados em alguns contos mornos, sem-graça ou repetitivos.

Portanto, se você gosta de sexo sem pudores e de literatura de qualidade que foge do convencional, originados na mente de uma mulher excepcional à frente de seu tempo, arrisque-se neste Delta de Vênus. Sua satisfação será garantida.

Resenha: Roberto Carlos em Detalhes





Valeu cada centavo!


Comprei o livro por um preço bastante salgado por conta de sua proibição nas livrarias brasileiras e nem sou tão fã assim do Roberto. Mas o que motivou minha busca por este livro foi a grande curiosidade a respeito de todas as controvérsias que supostamente estavam contidas na obra, que como todos sabem, levaram o biografado a mandar recolher todas as cópias, num ato muito arbitrário de censura. 

Roberto Carlos provavelmente não gostou do teor do livro porque não trata apenas de suas glórias em vida, mas também de assuntos espinhosos de sua esfera pessoal. Eu, particularmente, acho que ele nem chegou a lê-lo, afinal não há absolutamente nada neste livro que o desabone. A obra tornou apenas públicos alguns acontecimentos traumáticos da trajetória do biografado, tornando assim a figura mítica, o "Rei", em algo mais humanizado, um mero mortal dotado de qualidades e defeitos. E olha que os defeitos nem são tantos assim.

"Roberto Carlos em Detalhes" é mais do que uma mera biografia não-autorizada de um ícone brasileiro. Trata-se de um verdadeiro compêndio sobre música popular brasileira, incluindo-se aí alguns de seus maiores artistas, festivais e composições que povoaram e ainda povoam o imaginário das pessoas desta nação. Recomendo a obra com louvor! 

E ainda desconfio seriamente que Roberto não tenha gostado do livro por causa das cores de sua capa. Se as mesmas fossem azul e branca, talvez a história dessa proibição tivesse sido muito diferente!

Que mancada, hein, Paulo Cesar Araújo!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Tentação total para compulsivos!



Já pensou em ter as 10 Crônicas Vampirescas de Anne Rice de uma vez só e ainda levar os dois volumes de A Hora das Bruxas por um preço bem camarada? Corram! O Submarino fez um pacote com esses livros, que estão saindo todos juntos pelo preço de 199,90. Normalmente sairiam por R$ 623,80.

Corram! Abaixo o link para compra. Boa sorte!

Polêmica: Bíblia Sagrada



Entidades não-conservadoras dos EUA resolveram colar um selo de advertência no "livro sagrado". Segundo elas, a bíblia (em minúsculo mesmo) representa um grande perigo. 


"Este é um livro de ficção. NÃO deve ser levado ao pé da letra."

Com certeza! O caráter ficcional do livro é evidentemente verdadeiro, não é mesmo? O incompreensível na história é o fato de um grande número de pessoas ainda considerarem o seu conteúdo e suas leis distorcidas como verdades absolutas e inquestionáveis. Veja agora o restante do aviso:

Advertência sobre o conteúdo: Contém versículos descritivos de incitamento ao suicídio, incesto, bestialidade, sadomasoquismo, atividade sexual e contexto violento, assassinatos, violência mórbida, uso de drogas ou álcool, homossexualidade, voyeurismo, vingança, desmistificação de figuras de autoridade, ilegalidades, violação de direitos humanos e atrocidades.

Advertência de exposição: A exposição ao conteúdo durante largos períodos de tempo ou durante os anos formativos em crianças pode causar delírios, alucinações, diminuição da capacidade de raciocínio cognitivo e objetivo, e, em casos extremos, transtornos psicopatológicos, ódio e violência, incluindo, mas não limitando, o fanatismo, assassinato e genocídio.

E pensar que ainda aconselham crianças a ler a bíblia. Aos interessados em insinuações de cunho sexual no livro sagrado, inclusive com menores, basta procurar pelos Cânticos dos Cânticos.

E Maria, mãe de Jesus, que tinha 13 anos de idade quando engravidou, segundo estudiosos?

PLOFT!

Fonte: Blog Vísceras Literárias (por Leonardo Pastor).

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Notícia ótima para uns e para outros nem tanto...


Amazonas é o 4º em consumo de livros no país

Uma pesquisa do Ibope informa que o Amazonas ocupa hoje o 4º lugar no ranking dos Estados brasileiros onde os habitantes compram mais livros, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, do Distrito Federal e de São Paulo.

Entre os cinco Estados que menos gastam, o Piauí aparece em primeiro lugar. Seus habitantes desenbolsam apenas R$ 7,89 por ano com livros. Em seguida vêm Alagoas (R$ 8,65) e Sergipe (R$ 9,09). Pernambuco e Roraima quase empatam na quarta posição com R$ 12,76 e R$ 12,92, respectivamente.

A informação é do Ibope Inteligência e foi citada recentemente no site www.divirta-se.uai.com.br. O instituto de pesquisa traz dados sobre a demanda por diferentes bens de consumo do Brasil.

Os habitantes do Amazonas gastam em média R$ 39,55 por ano com livros. A enquete foi feita entre agosto de 2009 a janeiro deste ano e foram ouvidas 19.456 pessoas em todos os Estados da Federação.

O Rio de Janeiro lidera o consumo de livros no Brasil e cada habitante da capital carioca gasta por ano R$ 95,90 em livros. São Paulo fica em segundo neste quesito.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Trecho selecionado (III)


"Agora preciso de tua mão, não para que eu não tenha medo, mas para que tu não tenhas medo. Sei que acreditar em tudo isso será, no começo, a tua grande solidão. Mas chegará o instante em que me darás a mão, não mais por solidão, mas como eu agora: por amor. (...) O amor é tão mais fatal do que eu havia pensado, o amor é tão inerente quanto a própria carência, e somos garantidos por uma necessidade que se renovará continuamente. O amor já está, está sempre. Falta apenas o golpe da graça - que se chama paixão.”

[Clarice Lispector] 

Trecho de "A Paixão Segundo G.H.".

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Resenha: A Casa das Sete Mulheres


Superou minhas expectativas


Adquiri este livro em meio a sentimentos contraditórios, que mesclavam curiosidade, incredulidade e um certo preconceito literário.

Curiosidade porque a autora tinha sido altamente elogiada pela crítica por sua obra. Incredulidade porque estava sendo comparada até com seu mais famoso conterrâneo, Erico Veríssimo. Preconceito porque ao meu julgamento, A Casa das Sete Mulheres parecia ser mais um dos inúmeros romances açucarados tipo "mulherzinha" que abarrotam as prateleiras das livrarias mundo afora. Tanto que tinha sido transformado em minissérie por uma emissora de TV brasileira famosa em distorcer histórias quando o assunto é a própria História, principalmente a do país em que vivemos.

Confesso que fui precipitado em julgar. Depois de dois longos anos "embolorando" em minha pilha de livros por ler,resolvi dar uma colher de chá à obra. E a conclusão a que chego se resume em uma única pergunta: "Por que não li este livro antes?"

A Casa das Sete Mulheres está longe de ser um romance de mulherzinhas. Fala de mulheres fortes e determinadas que durante quase dez anos viveram juntas sob o mesmo teto, às voltas com os temores, as incertezas e as poucas alegrias que um período prolongado de guerra fatalmente traz consigo.

Fala também de homens como Bento Gonçalves: de suas batalhas e de seus ideiais, de suas alegrias e de suas tristezas, todas narradas em perfeita descrição de detalhes, como se a autora estivesse presente em cada evento decisivo da Guerra dos Farrapos. 

Por conta de seu talento em narrar histórias, Letícia Wierzchowski agora pode orgulhar-se de figurar entre os melhores talentos da literatura nacional, na minha mais sincera opinião. 



Recomendo!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Frase (IV)



"É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz 
uma estrela cintilante."

[Friedrich Nietzsche]

Nossa Língua (III)


Aprenda as regras da reforma ortográfica divertindo-se


Ainda não familiarizado(a) com as mudanças ortográficas ocorridas no idioma português? Ou seria "ao idiôma portugués"? Hehehe!

Está em vigor desde janeiro de 2009 o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Não completamente obrigatório ainda em terras brasileiras, tem como objetivo primordial aproximar e padronizar as grafias dos oito países que falam e escrevem o idioma. Até 2012, a expectativa é que o mesmo esteja em pleno uso tanto no Brasil quanto nos demais países envolvidos.

Como não poderia deixar de ser, para muitas pessoas a adaptação às novas regras está sendo um pouco difícil, devido ao costume delas com um grande número de palavras e regras gramaticais há muito tempo consolidadas. Agora, estudar para concursos e vestibulares se tornou mais difícil. 

Mas em meio ao desespero reinante, você, se quiser, pode aprender as novas regras brincando. 

No link http://www.livroclip.com.br/livroclips/183_anima.swf, mandado a mim há algum tempo atrás pela minha amiga gaúcha Irlanda Bom (Lana), você encontra um jogo super interessante que trata ludicamente das mudanças. 

A recompensa pelo bom desempenho no jogo é o download gratuito de um guia desenvolvido pela equipe do Museu da Língua Portuguesa em São Paulo, para que você possa começar a se familiarizar de imediato com as mudanças e não cometer mais erros e gafes em suas redações e textos.

O novo acordo alterou a maneira como escrevemos diversas palavras, especialmente as que são acentuadas e as que levam hífen. Criou, como já relatei anteriormente, dificuldades que batem de frente com palavras que já estávamos habituados a escrever. 

Trata-se de um grande desafio a vencer e, se você não quiser ser chamado de antiquado daqui por diante, aproveite esta oportunidade. As gramáticas brasileiras ainda estão se adequando gradativamente ao acordo e as que já o fizeram, estão com os preços ainda um pouco salgados.

Jogue, ganhe e aprenda!

domingo, 15 de agosto de 2010

A mais preciosa pérola poética de Thiago de Mello


Escritos pelo poeta amazonense Thiago de Mello, quando estava exilado no Chile em decorrência da ditadura militar brasileira, "Os estatutos do homem" representam os anseios de um ser humano simples, nascido e criado no coração da floresta, por um mundo melhor . Leiam, reflitam e se possível, absorvam cada uma das palavras desta magnífica obra de arte literária, para começarem bem a nova semana.

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mãos dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana, inclusive as terças-feiras mais cinzentas, têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante, haverá girassóis em todas as janelas, que os girassóis terão direito a abrir-se dentro da sombra; e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro, abertas para o verde onde cresce a esperança.

Artigo IV
Fica decretado que o homem não precisará nunca mais duvidar do homem. Que o homem confiará no homem como a palmeira confia no vento, como o vento confia no ar, como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único: O homem, confiará no homem assim como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens estão livres do jugo da mentira. Nunca mais será preciso usar a couraça do silêncio nem a armadura de palavras. O homem se sentará à mesa com seu olhar limpo porque a verdade passará a ser servida antes da sobremesa.

Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos, a prática sonhada pelo profeta Isaías, e o lobo e o cordeiro pastarão juntos e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido o reinado permanente da justiça e da claridade, e a alegria será uma bandeira generosa para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor sempre foi e será sempre não poder dar-se amor a quem se ama, e saber que é a água que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura.

Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa, a qualquer hora da vida, o uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição, que o homem é um animal que ama e que por isso é belo, muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado nem proibido, tudo será permitido, inclusive brincar com os rinocerontes e caminhar pelas tardes com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único: Só uma coisa fica proibida: amar sem amor.

Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro não poderá nunca mais comprar o sol das manhãs vindouras. Expulso do grande baú do medo, o dinheiro se transformará em uma espada fraternal para defender o direito de cantar e a festa do dia que chegou.

Artigo Final
Fica proibido o uso da palavra liberdade, a qual será suprimida dos dicionários e do pântano enganoso das bocas. A partir deste instante a liberdade será algo vivo e transparente como um fogo ou um rio, e a sua morada será sempre o coração do homem.

Santiago do Chile, abril de 1964.

Thiago de Mello
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