Coletânea de preciosidades
Este livro representa uma dupla surpresa para mim. Primeiro porque chegou até mim sem que eu o esperasse, dado de presente por uma amiga querida de Brasília, a Luíza, ainda por cima autografado pelo próprio autor, José Rezende Jr. Segundo porque, embora breves, cada conto lido foi uma experiência gratificante.
Os contos de Eu perguntei pro velho se ele queria morrer são belos, inusitados e inquietantes. Com jogos de linguagem precisos e imagens marcantes o autor constrói seus doze contos com uma prosa simples e sofisticada. Entre eles destaco o que dá nome ao livro, um embate dramático e definitivo entre um filho adotivo e seu pai moribundo, "Quase nada", que lembra um pouco a narrativa do escritor Graciliano Ramos em seu romance mais famoso, Vidas Secas, pois se passa no sertão nordestino, "Vida, morte e assunção de Nossa Senhora", sobre uma companhia de teatro que viaja em caravana Brasil afora e que possui uma atriz principal que desperta paixões inusitadas por onde passa, mesmo não sendo uma beldade do cinema e da televisão e "Um conto de horror", talvez o mais eletrizante de todos, que nos fala do dilema de uma mãe em relação a um filho que não sente mais como seu.
José Rezende Jr. escreve bem, é versado nos fatos do cotidiano e demonstra possuir todos os elementos para ser reconhecido como um dos maiores contistas da atualidade. Faço votos que sua carreira literária seja longa, proveitosa e gratificante.
Por fim, aconselho a leitura deste seu livro, o segundo de muitos dele, aos leitores do blog. Procurem-no e leiam cada uma de suas linhas, pois trata-se, justificando o título da resenha, de uma coletânea de preciosidades.
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