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sexta-feira, 1 de abril de 2011

Poesia (XII)


Amar, verbo reflexivo

Eu não amo você, mas sua imagem
surge oportuna na invenção dos rumos
e irrefletidamente espelha a face
idealizada sobre meus escombros.

Você agora eu amo. E sobretudo,
entre nós dois, já não existe margem
para marcarmos nosso desencontro
do que em tudo de mim você faz parte.

Dói-me a dor sua. Vejo por seus olhos.
Meu anseio lateja de seus poros.
Nada em você que não de mim conheço.

Se estou todo em você, você em si
não vejo. Que alma estranha vive em mim:
jamais verei a quem eu mais desejo.

(Poesia de Luís Antonio Cajazeira Ramos
Procurem por suas obras. São belíssimas)


Dedicada com carinho ao amigo romântico Marcelo Bergamo.

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