Parece até mentira, mas Holden Caufield, o adolescente questionador e sem rumo criado por J. D. Salinger para a sua obra máxima, O apanhador no campo de centeio, continua vivo. E mais vivo do que nunca.
Foi preciso o autor passar desta para uma melhor para que isto fosse possível. Em vida, Salinger jamais pensaria em dar continuidade às aventuras de Holden, que seria na verdade um alter ego do próprio autor que o criou. Por isso, o escritor Fredrik Colting assumiu a ousada tarefa de continuar uma das principais narrativas da literatura norte-americana neste 60 Anos Depois: Do Outro Lado do Campo de Centeio (Verus Editora, 2010).
Na obra, além de atualizar o clássico, ele promove o encontro entre Holden Caulfield, o já não tão jovem protagonista do livro original, com o seu criador, Salinger. Desta vez, Holden foge de um lar de idosos para se perder pelas ruas de Nova York. A metrópole começa a evocar lembranças importantes de sua vida.
No entanto, diferente do passado, o ativo aventureiro percebe que seus novos embates agora são contra a senilidade, que se mostra presente em suas ações. E, permeando a narrativa, a consciência de Salinger torna-se também personagem e tenta entender e controlar o protagonista que criou.
Holden Caufield é um dos mais conhecidos e admirados anti-heróis da ficção nos Estados Unidos. No livro original de Salinger, ele é um rebelde expulso da escola e que sai para se aventurar em Nova York encarnando assim a alienação, a inocência e a fantasia juvenis.
A obra, publicada originalmente em 1951, abriu caminho para a contracultura e rebeldia da década seguinte e tornou-se um contraponto ao conformismo do pós-Guerra. Antes de Salinger, como já escrevi antes aqui no blog, nenhum autor tinha mergulhado antes no universo dos jovens sem pensar como um.
Se você ficou curioso como eu fiquei, corra, leia e tire suas próprias conclusões sobre a obra.
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