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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Histórias inspiradoras de incentivo à leitura nas escolas



Se leitura vem bem próximo à palavra “inspiração”, conheça aqui atividades de algumas escolas que vão, sim, estimular educadores mas também todos os nós no incentivo à leitura. 
Podem copiar à vontade! E, se você tiver alguma história parecida para nos contar, aproveitem nosso espaço abaixo. 

Livro-presente 
No Colégio Cenecista Elias Moreira, em Joinville (SC), professores de crianças de 4 e 5 anos de idade pedem aos pais, no início do ano, uma quantia em dinheiro equivalente ao valor de um livro. No aniversário de cada criança da sala, então, presenteiam-na com um livro acompanhado de dedicatória feita por toda a turma. 

Personagem amigo 
Eleger um personagem como “amigo da turma”, para que vire tema de sala é outra iniciativa positiva praticada pelo Colégio Cenecista Elias Moreira. Histórias do personagem amigo são lidas, as crianças criam outras (em texto coletivo), vêm filme do personagem, discutem ilustrações que o caracterizam e criam quadrinhas para ele, de modo que se perceba a importância da pesquisa e do aprofundamento das leituras. 

Produção de livros 
Que tal as próprias crianças produzirem livros ao longo da vida escolar? Na escola Grão de Chão, os grupos produzem um diário de sala a cada ano, contando a sua história. Eles ainda fazem livros que sintetizam e registram projetos de trabalhos (dinossauros, casas, abelhas etc.) e têm a chance de produzir livros de reconto e criação de histórias.

O Prêmio: Vivaleitura! 
O Prêmio Vivaleitura acontece desde 2006 para promover e divulgar nos mais variados cantos do Brasil. No site do Prêmio, você encontra projetos relacionados à leitura em creches e escolas, que foram finalistas nos anos dos prêmios de 2006 ou 2007. 

Um berçário cheio de livros 
Os bebês do Berçário Municipal Mãe Cristina, de Marília (SP), estão aprendendo a amar a leitura. Dos clássicos da literatura infantil, como Branca de Neve, Pinóquio e a Bela e a Fera, às fábulas e histórias do folclore brasileiro, como O Boto Cor-de-rosa e o Negrinho do Pastoreio, os livros da escola são lidos para os bebês e também manuseados por eles.
A lição de casa é distribuída toda sexta-feira, na hora da saída, para os pais, um contingente de diaristas, comerciários, secretárias, vigias, operários e estudantes. Cada família recebe um livro da biblioteca da escola, que deve ser lido para os filhos durante o fim de semana e devolvido na segunda, com um relato da reação dos bebês.
Batizado de Meu Broto de Leitura... Leitura de Histórias, Contos, Poesias... Para Bebês, o projeto foi idealizado pela professora Creuza Prates Galindo Soares. Muitas vezes, os próprios pais são apresentados aos livros por causa do programa. Além disso, o Meu Broto de Leitura fortalece os vínculos entre os bebês e os pais e também aproxima a família da escola. 

Rimas com a Literatura de Cordel 
O projeto vencedor na categoria Escolas Públicas ou Privadas, Cordel: rimas que encantam, nasceu da necessidade de conhecer o repertório dos alunos da Escola de Ensino Fundamental João Pinto Magalhães, localizada em São Gonçalo do Amarante (zona rural do Ceará), para entender a melhor maneira de estimulá-los no processo de aprendizagem.
Ao perceber a passividade e a desmotivação com que seus alunos encaravam o ato de ler, Francisca das Chagas Menezes Sousa, idealizadora do projeto, resolveu investigar os motivos de tamanho desencanto pela literatura. Descobriu que uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos estudantes era conciliar seu “falar cotidiano” com a “linguagem escolar”. Concluiu que os jovens simplesmente não compreendiam um texto normativo por ser muito diferente de sua realidade lingüística. A solução? O cordel. Francisca apostou em textos que apresentassem uma oralidade familiar, isto é, a linguagem popular dos cordelistas da região, para desenvolver nos alunos as habilidades de leitura e escrita. “Não existe pessoa desmotivada, mas leitura que não agrada”, acredita Francisca. “Temos simplesmente que descobrir que tipo de texto conquista cada indivíduo.” 

Biblioteca no barco 
Uma biblioteca dentro do barco que leva diariamente os alunos para a escola, com acervo formado por doações. Foi assim que um mero meio de transporte se transformou em fonte de estudos e informação. Com o nome de Biblioteca Espumas Flutuantes, o projeto, iniciativa da prefeitura de Angra dos Reis (RJ), foi um dos cinco selecionados como finalistas do Prêmio VIVALEITURA, na categoria Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias.
A solução de incentivo à leitura funciona desde 1994 no barco Irmãos Unidos II, contratado pela prefeitura para levar diariamente crianças e jovens de praias da Baía da Ilha Grande para a Escola Municipal Silvestre Travassos, situada na Praia de Araçatiba. O barco sai do cais às 5h e chega à escola às 8h, depois de oito paradas. Na volta, deixa Araçatiba às 14h e ancora no cais ao entardecer. Durante as duas viagens, cerca de 100 alunos, monitorados por dois professores, podem fazer pesquisas escolares, empréstimos ou leitura livre. 

Estudantes gravam livros falados para deficientes visuais 
A descoberta da solidariedade a partir da tomada de consciência das diversas carências humanas. Foi o que aconteceu com os 46 alunos da 7º série de 2007 da escola particular Palmares, em Curitiba, Paraná.
A partir de uma série de reflexões feitas em sala de aula junto com a professora, eles foram para a ação. Instigados pela mestra, foram visitar a biblioteca pública do Paraná para conhecer o acervo público de livro falado, visitado no ano anterior. O responsável pelo setor, um deficiente visual, contou os meandros de produção deste acervo e suas principais carências. A artificialidade das narrações feitas por meio do computador, com voz sintetizada e a falta de voluntários para a gravação da leitura das obras, sensibilizou os alunos. “Meus alunos ficaram impressionados com a frieza dessa voz e pediram para ouvir um livro que tivesse sido gravado por voz humana”, afirma Vanessa Lopes Ribeiro, a professora de Português da turma, que havia iniciado um trabalho de gravações de livros com os estudantes da mesma série em 2006. O trabalho foi iniciado com ênfase em livros infanto-juvenis, os mais requisitados pelas bibliotecas do interior do Estado. Cada aluno escolheu dois livros, um para ser gravado na escola e outro em casa. Com isso, o número de livros falados do acervo da seção de braille da Biblioteca Pública do Paraná teve um incremento considerável. 

Os gibis como iniciação à leitura 
Utilizar o gibi como forma de iniciação à leitura. Essa foi a forma encontrada por três professores da rede municipal na cidade de Pompéia, localizada na região centro-oeste do Estado de São Paulo.
É o projeto Semeando o Prazer de Ler com as Histórias em Quadrinhos, que busca desenvolver nas crianças e nos pais o hábito e o gosto pela leitura, formando leitores por meio de momentos prazerosos de leitura nas unidades educacionais. Os quadrinhos mais utilizados são os da Turma da Mônica e os do Menino Maluquinho.
O projeto envolve diretamente 60 alunos da pré-escola e foi criado pelos professores Marcelo Campos Pereira, Rita de Cássia Souza Ribeiro Silva e Vilma Maria do Nascimento Vicentin, da EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Sonho de Criança.
Para ampliar o número de gibis disponíveis para os alunos, uma campanha batizada de Aqueça o Nosso Prazer de Ler foi difundida na cidade. Os organizadores conseguiram arrecadar 300 gibis pelos nos mais variados locais da cidade, como bancos, lojas e ginásios de esporte. 
Estava pronta a base da gibiteca de Pompéia, que inicialmente foi repartida entre três turmas da EMEI Sonho de Criança. Os alunos passaram retirar gibis e levar para a casa. O processo acabou por envolver de forma efetiva as famílias no projeto.
O passo mais importante foi levar os pequenos leitores e a gibiteca para outros lugares e contagiar outras crianças a desenvolverem o gosto e o prazer pela leitura. Foram criadas atrações à parte como o Trenzinho da Leitura, vagão que transporta as crianças caracterizadas de personagens da Turma da Mônica.
“Colocamos a gibiteca no trenzinho e saímos pela cidade visitando toda semana algumas unidades educacionais”, conta um dos mentores, Marcelo Campos Pereira. Segundo ele, essas ações, dentro e fora da unidade escolar, ajudaram a “semear” nas crianças o desejo pela leitura.


Texto de Marina Vidigal publicado originalmente no site Crescer.

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