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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Recesso temporário por motivo de força maior


Inicia-se hoje e estender-se-á até o início de novembro.  É a vida real que chama, precisando de ajustes.

Porém, o tempo corre e logo estarei de volta com novas resenhas, posts e novidades para o blog. Até lá, fiquem a vontade para voltar sempre por aqui e revisitar postagens anteriores. Aqui, sinta-se em casa. 

Até!

Trecho selecionado (V)




"Não conheço nenhum romancista que não sofra do vício descontrolado da leitura. Somos, por definição, bichos leitores. Roemos as palavras dos livros incessantemente, como a carcoma emprega todo o seu ser ao devorar madeira. Além disso, para aprender a escrever é preciso ler muito; por exemplo, George Eliot tinha uma vastíssima cultura e lia Homero e Sófocles em grego e Cícero e Virgílio em latim: eu sou incapaz de semelhante proeza e esta pode ser uma das razões pelas quais escrevo pior que ela. Em seu precioso ensaio Letra ferida, Nuria Amat propõe aos escritores uma pergunta cruel que consiste em decidir entre duas mutilações, duas catástrofes: se, por alguma circunstância que não vem ao caso, você tivesse que escolher entre nunca mais escrever ou nunca mais ler, o que escolheria? Nestes últimos anos formulei esta inquietante questão, na base da brincadeira, a quase todos os autores com quem me encontrei pelo mundo afora, e descobri duas coisas interessantes. A primeira é que a esmagadora maioria deles, pelo menos noventa por cento e possivelmente ainda mais, escolhe (escolhemos: eu também) continuar lendo. E a segunda é que esta brincadeira aparentemente inocente é um bom revelador da alma humana, porque tenho a sensação de que muitos dos escritores que dizem preferir a escrita são pessoas que cultivam mais o seu próprio personagem do que a verdade."

[Trecho de A Louca da casa, de Rosa Montero]

Selecionado para o blog especialmente pela minha querida 
Denise Thiery, da cidade maravilhosa, RJ. Beijos, Deinha e obrigado por tudo!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Poesia (V)


Coração Couraça

Porque te tenho e não
porque te penso
porque a noite está de olhos abertos
porque a noite passa e digo amor
porque vieste a recolher tua imagem
porque és melhor que todas tuas imagens
porque és linda desde o pé até a alma
porque és boa desde a alma a mim
porque te escondes doce no orgulho
pequena e doce

coração couraça
porque és minha
porque não és minha
porque te olho e morro
e pior que morro
se não te olho amor
se não te olho
porque tu sempre existes onde quer que seja
porém existes melhor onde te quero
porque tua boca é sangue
e tens frio
tenho que te amar amor
tenho que te amar
ainda que esta ferida doa como dois
ainda que busque e não te encontre
e ainda que
a noite pese e eu te tenha
e não.
[Poesia de Mario Benedetti, do livro O amor, as mulheres e a vida: antologia de poemas de amor.]
Escolhida especialmente pela amiga 
Julyana Brandão, de Teresina, Piauí. Obrigado, Ju!

Resenha: Animaq - Almanaque dos Desenhos Animados




Longe de ser excelente ainda

Impossível fazer uma separação entre os desenhos animados e nossas vidas se um dia fomos crianças e tínhamos, direta ou indiretamente, uma TV ao nosso alcance.

Verdadeiras babás eletrônicas e uma fonte de alívio para nossas mães, que nos viam entretidos em frente ao encantador e hipnotizante tubo de imagens (colorido ou não) as mesmas despejavam em nossas vidas uma verdadeira torrente de programas que hoje em dia fazem parte de nosso imaginário popular, em especial os desenhos animados.

Seguindo a onda dos almanaques temáticos que começaram a proliferar há alguns anos atrás, visando principalmente o espírito nostálgico de leitores, o Animaq - Almanaque dos Desenhos Animados - é o mais recente item desta safra e com certeza um dos que foram mais esperados pelo público leitor, depois de conhecer títulos como o Almanaque dos Anos 70, 80, 90, das Histórias em Quadrinhos, das Novelas, das Séries de TV... Provavelmente muitos (como eu) se perguntavam quando sairia algo do gênero dedicado especialmente aos cartoons.

E o jornalista Paulo Gustavo Pereira, que antes já havia lançado o Almanaque dos Seriados de TV, resolveu preencher este vazio lançando, segundo a concepção do próprio, um panorama completo de todos os desenhos animados exibidos no Brasil desde que a televisão iniciou suas atividades aqui, nos longínquos anos 50. 

Ele, inclusive, vai mais além, retrocedendo a investigação sobre as produções pesquisadas até os anos 30, onde os grandes sucessos da animação começaram a tomar suas formas iniciais, em outros países, onde foram produzidos, como por exemplo a serelepe Betty Boop, que praticamente só veio fazer sucesso em terras brasileiras quase cinqüenta anos depois. E  por conta disso, cada capítulo do livro acaba seguindo uma ordem cronológica rigorosa, divididos em décadas e respeitando, conseqüentemente, o ano de produção do desenho, já que o livro provavelmente se tornaria um verdadeiro ‘samba de crioulo louco’ se o autor organizasse os cartoons de acordo com seus anos de exibição no Brasil, pois muitos deles, lançados nos anos 70, só chegaram ao nosso país nos anos 90, por exemplo.

Ter dado vida a um livro como esta foi um feito louvável do autor, porém ela não escapou a uma crítica mais aguçada de minha parte. Seus textos são por demais resumidos, técnicos e não passam a emoção necessária à obra, que por essência, deveria ter um cunho saudosista ao leitor.

Talvez nem todos os desenhos tenham sido vistos pelo autor e é aí que reside a falha do livro. Uma obra desta amplitude deveria ter múltiplos autores que trouxessem à mesma diversos pontos de vistas diferentes e demais sentimentos nostálgicos associados, se sua intenção era realmente se tornar algo único no mercado editorial.

O almanaque também dá umas derrapadas no quesito visual (poucas cores) e principalmente no de informações, omitindo algumas delas ou simplesmente deixando de fora alguns desenhos. Os leitores desta nova geração jamais saberão um dia que, depois de tapear a cobrinha azul, o besouro japonês costumava cantar uma canção para irritá-la ainda mais, que a principal rival da cegonha da perna fina era uma estranha e rara libélula que cospia fogo e que o inexpressivo desenho ‘Daria’, exibido na MTV nos anos 90 era um spin-off do consagrado e politicamente incorreto ‘Beavis and Butt-Head’. 

E por que desenhos como Tenchi Muyo! e Corrector Yue, de origem japonesa e que passaram recentemente em canais abertos e fechados na TV não entraram no livro? Falha gravíssima para um livro que tinha como função ser o panorama completo dos desenhos exibidos no Brasil.

Portanto, adquirir ou não o livro fica a critério do leitor. Eu aconselharia a fazê-lo em edições futuras, onde talvez seu autor faça as reparações necessárias, tornando assim o livro menos técnico, enfadonho, mais colorido e mais humanizado com aquele sabor especial de nostalgia que ainda falta em suas páginas. Justificando o título da resenha, este Animaq ainda está muito longe de ser a obra definitiva e excelente que tanto almejamos.

Mas se você for do tipo ansioso que nem eu e quiser averiguar as falhas e lacunas com os próprios olhos, fique à vontade para fazê-lo. Afinal, o mesmo não é um investimento de risco completo. Numa tarde calma no aconchego de seu lar, alheio ao mundo em um recanto tranqüilo, você pode se permitir ser arrebatado por belas lembranças de sua infância lendo o conteúdo da obra. 

E se resolver lê-la mesmo, corra o risco da aventura como em um bom desenho de ação. Invoque os poderes de Greyskull, use a visão além do alcance, diga "É hora do show, energia", grite "Iabadabaduuu" e seja muito feliz em sua leitura. Ou melhor: viagem de volta no tempo.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Resenha: O apanhador no campo de centeio


O primeiro livro real feito para jovens

É bem possível que você nunca tenha lido O Apanhador, mas deve ter ouvido falar muito nele por aí. Se você tem um mínimo de conectividade com o mundo que o cerca, muito provavelmente já viu, leu ou ouviu alguma alusão ao livro no cinema, em jornal, revistas, em outros livros e até mesmo em escabrosas teorias da conspiração, como o fato do livro ser o favorito de Mark Chapman, o assassino do ex-Beatle John Lennon e de John Hincley Jr., que tentou assassinar o presidente norte-americano Ronald Reagan nos anos 80 . O fato é que este romance de 1951 virou lenda ao longo dos anos, e fez de seu autor, Jerome David Salinger (ou simplesmente J. D.), um dos maiores mistérios da história recente da literatura. A pequena revolução que O Apanhador causou no comportamento da juventude americana (e por tabela, no comportamento da juventude do mundo todo), reverbera até os dias atuais.


O Apanhador narra um fim-de-semana na vida de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos vindo de uma família abastada de Nova York. Holden, estudante de um pomposo internato para rapazes, volta para casa mais cedo no inverno depois de ter levado bomba coletiva em quase todas as matérias que estuda. Na volta para casa, antevendo a bronca que levará de seus pais, vai refletindo sobre tudo o que viveu, repassando ao leitor sua peculiar visão de mundo e tentando no processo enxergar alguma esperança ou talvez alguma grandiosa idéia que defina o seu futuro. E antes de se defrontar com os pais, procura algumas pessoas importantes para si (um professor, uma antiga namorada, sua irmã Phoebe) e tenta explicar-lhes a confusão que passa por sua cabeça.


E é apenas isto. Não há nada de trágico ou dramático na história. Trata-se apenas da jornada de um adolescente de volta ao lar e a grande sacada de O Apanhador é justamente esta: ser uma história de e para adolescentes, e não meramente um livro "recomendado para leitores em idade escolar". Foi a primeira vez na literatura americana (ou mesmo na mundial) que o universo próprio dos jovens foi estudado a fundo e exposto de maneira absolutamente natural, sem nenhuma pretensão ou didatismo. As idéias, conceitos, bobeiras, burrices, enfim, toda a loucura de ser jovem, nunca haviam sido traduzidas de uma maneira tão profundamente sintonizada com a realidade, segundo alguns fãs e críticos entusiastas do livro.


O que faz com que um livro narrando acontecimentos quase banais, ocorridos com um adolescente que não tem nada de extraordinário, transforme-se na mais acurada e sensível crônica da juventude deste século? Por se tratar justamente de um marco na longa estrada que os jovens trilharam (e ainda trilham) para provar que têm direito a uma voz e uma visão de mundo próprias. E antes dele, simplesmente não existia esta coisa que há hoje de cultura jovem. Pode ser difícil de acreditar, mas há meros 50 anos os jovens (e sua maneira de pensar, suas idéias próprias e suas aspirações) não eram levados a sério pelos adultos de forma alguma. Ser jovem, nos anos pré-Elvis Presley, era apenas estar em um estágio irritante entre criança e o "homem feito", uma fase que devia passar o mais rápido possível e sem maiores dores. O que não quer dizer que os jovens não tivessem seus anseios e preocupações - que não eram infantis nem adultas - mas que eram ignoradas pelos mais velhos. O Apanhador, com seu relato sem retoques de tudo aquilo que realmente se passa na mente de um adolescente, ajudou a tornar a sociedade mais atenta à barra (às vezes, pesada) que é ser jovem.


Uma autora que nitidamente me lembra Salinger aqui no Brasil é a Lygia Bojunga. Mas esta fala dos anseios das crianças, que como qualquer ser humano também possui suas preocupações no dia-a-dia.


Mas voltando ao Apanhador, não deixe de lê-lo, mesmo que você já seja um adulto feito. E ao tê-lo em mãos, faça uma espécie de regressão mental e imagine-se jovem outra vez, como se tivesse a mesma idade de Holden Caufield. Será inevitável não encontrar semelhanças entre a vida dele e a sua, de muitos anos atrás, lembrando que Salinger  teve êxito nessa regressão, pois já tinha 32 anos quando escreveu sua obra. Mesmo sendo homem feito, soube mergulhar como ninguém no espírito jovem da época. Portanto, permita-se fazer o mesmo, especialmente se você é alguém que lida com jovens em seu dia-a-dia.


E descubra também o porquê do título do livro, já que a história se passa na cidade, não no campo...


Nota: alguns trechos, idéias e pontos de vista desta resenha foram retirados do texto de Marco Antonio Bart para este livro, no Site Scream & Yell. Clique AQUI e procure pelo texto deste autor na íntegra.

sábado, 16 de outubro de 2010

Minha vida de leitor (III)


Olá, você que está chegando apenas hoje ao blog! Bem-vindo!

É novo por aqui? Deixa eu te contar algo, então.

“Minha vida de leitor”, como os leitores veteranos do Pérolas já sabem, é uma série de posts, de periodicidade mensal, onde eu narro um pouco da minha vida e de meus hábitos de leitor desde a mais tenra infância. E hoje, considerando que este blog está em seu terceiro mês de vida, estamos entrando no post nº 3. Ô vida!

Sei que aparentemente a minha não pode ser a mais interessante do mundo, mas ao criar este blog quis compartilhar um pouco das minhas experiências pessoais com meus leitores. Não queria simplesmente uma coisa mecânica e impessoal, mas sim dar um pouco de calor humano ao projeto. Por isso, caso minha trajetória lhe interesse, procure pelos demais aí entre os marcadores.

Hoje falarei sobre uma parte muito gostosa da minha vida: os primeiros anos de escola e minha relação com a leitura. E sobre isso tenho muito o que contar e compartilhar. Se preparem que nem tudo foram rosas nesse período.

Já disse isso nos dois primeiros posts e volto a repetir neste, esperando finalmente parar por aqui desta vez: sempre tive a nítida impressão de que aprendi a ler só ou que nasci com este dom. Mas, alheio às especulações dos outros, eu lia apenas para mim mesmo, uma coisa própria de meu mundinho particular de criança introvertida e cheia de imaginação. Ler em alto e bom som para quem quisesse escutar mesmo, só aconteceu aos sete anos, quando finalmente fui considerado "alfabetizado".

Foi em 1981 o ano oficial em que sentei num banco de escola de 1º Grau (atual Ensino Fundamental) e onde iniciei a primeira série. E era nela em que as crianças eram alfabetizadas. Não existiam classes de alfabetização em si, apenas classes de pré-escolar que eram geralmente em pouquíssimas creches ou em escolas particulares, como a Mickey Mouse, onde estudei e mencionei no post anterior de “Minha vida de leitor”.

Gostava muito de ler, mas odiava escrever. Aliás, odiar é uma palavra muito pesada. Eu simplesmente não tinha a menor vontade de fazê-lo. Só queria ler. Ou então desenhar.

Mas vamos falar sobre um pouco como era a rotina escolar daquele tempo, para que vocês entendam melhor a minha relação com a leitura. Nos anos de 1980, o método utilizado para alfabetizar as crianças era o velho e bom “Caminho Suave”, da Branca Alves de Lima, o mais tradicional em boa parte do Brasil e que vinha sendo utilizado nação afora desde o final dos anos 40, quando foi idealizado pela sua autora.

Esse método teve um alcance tão longo que é praticamente muito difícil encontrar uma pessoa adulta na faixa dos 30 anos de idade que não saiba que o A é da abelha, o E é do elefante, o I é da Igreja, o O é do ovo e o U é da unha. Hehehe! Segundo estimativas, 1/3 dos brasileiros foram alfabetizados pelo método até o ano em que Branca Alves de Lima morreu, aos 90 anos de idade. Isto em 2000.

Mas, voltando a mim, o meu negócio era realmente só ler, dentro das dependências da minha escola, que se chamava Nathália Uchôa. Porém, tendo apenas com a cartilha Caminho Suave o tempo inteiro em mãos não dava pé, não é? Eu vivia ávido por novas coisas e por conta disso o desinteresse em estudar se acentuou de uma forma tão assustadora que professora e meus pais começaram a especular se eu não tinha algum problema neurológico, pois eu chegava na escola e só queria saber de brincar, ficar olhando figuras de gibis ou então desenhar ou fazer pinturas fora de hora.

De fato, eu tinha um problema. Aos quatro fui diagnosticado com disritmia cerebral do tipo retrógada e desde essa idade eu já vinha tomando remédios controlados e fazendo os tratamentos de praxe, como mensalmente ir ao neurologista munido de um eletroencefalograma que tinha de fazer a cada dois meses. Aliás, esses meus “passeios” ao médico nunca me foram desagradáveis porque eram momentos gostosos onde, muitas das vezes, participavam apenas eu e minha mãe. E neles, eu sempre acabava com um gibi nas mãos, coisa que eu já confessei adorar por aqui.

Preocupada com meu desempenho e talvez desprovida de experiências com crianças excêntricas, a professora chamou meus pais e sugeriu que eu fosse para outra turma, devido a meu comportamento e provavelmente ao meu diagnóstico de disritmia. E eles concordaram sem pestanejar. O problema é que essa turma era a famigerada “sala especial” das escolas públicas dos anos 80. O local para onde iam os que tinham dificuldades de aprendizagem ou alguma espécie de retardo mental. Literalmente, eu pirei


Mas a questão é que eu só queria saber de ler, porém não expressava isso com clareza para as professoras, provavelmente por conta da minha timidez que naquela época era avassaladora. E minhas professoras (Dona Elza, a que me baniu e Dona Raimunda, a que me recebeu depois na outra turma) achavam que eu pegava livro apenas para fazer charme.


A rotina na sala especial era muito estranha. Ninguém lia ou escrevia, mas trabalhos manuais eram feitos à exaustão por lá. Odiava. E os alunos da sala mesmo, os originalmente matriculados, além de estranhos (muitos realmente com sérios problemas de retardo) eram às vezes propensos à agressividade, quando contrariados. E usando de astúcia e às vezes de medo justificado, eu fugia da sala, na maior parte das vezes e ficava vagando pelo pátio ou pelo corredor. Quando calhava de eu levar um gibi escondido na bolsa, ia lê-lo na tranqüilidade do pátio. E esse meu hábito não passou despercebido a uma pessoa, a Dona Iracy, a vice-diretora da escola, que a partir de então me resgatou da sala especial e me levava para a sala dela, onde me enchia de livros para ler. Livros infantis, como O menino maluquinho, outros de contos de fada. E foi ela que meu deu de presente o primeiro deles, que guardo até hoje: As aventuras do avião vermelho, de Erico Veríssimo.

Creio piamente que ela acreditava que eu lesse de verdade, tamanha era a minha concentração nessas horas. Só não o fazia em voz alta, frustrando ainda mais a minha professora que, de vez em quando entrava na sala, balançava a cabeça e saía, sem sequer dar um pio em minha direção.

Vieram as férias e os alunos da 1ª série mais adiantados deixaram a cartilha e passaram para o 1º Livro de Leitura do Caminho Suave. Mas essa transição foi bem rígida. Só os que foram mais aplicados nas leituras e exercícios escritos da cartilha é que receberiam o livro. Claro que eu resolvi burlar essa burocracia toda.

No dia do recebimento do livro eu me enchi de coragem e pedi um à professora, que disse: “você não sabe ler”. E eu respondi: “sei sim”.

“Prove”, disse ela. E alta e claramente para a toda turma eu li o primeiro texto do livro deixando a professora boquiaberta. Tão boquiaberta que os olhos esbugalharam (jamais esqueci a expressão dela). Nem preciso dizer que ela deu um jeito de telefonar correndo para minha mãe para dar a notícia.

Não só ganhei o livro, como o levei para a casa naquele dia, ao lado dos demais alunos aplicadinhos da turma que ficaram morrendo de despeito com a minha carta na manga.

E em casa, quando comecei a ler alto, fui perceber o quanto de sofrimento e apreensão eu tinha trazido à minha família, pois minha mãe chorou muito nesse dia, ao me escutar lendo. Nunca me esqueço desse dia: ela sentada na cadeira de balanço, fazendo crochê e eu de barriga no chão, com o Caminho Suave novo aberto, feliz da vida. Cheguei a perguntar-lhe porque chorava, se estava triste, mas ela deu uma desculpa esfarrapada. Só alguns anos depois é que ela me confessou que chorou de emoção ao saber que eu, afinal, poderia não ser um caso perdido no futuro.

E na escola, depois de compreender o que se passava comigo, Dona Elza, finalmente resolveu ter um pouco mais paciência comigo, em particular, estimulando-me a escrever mais.

Passei de ano raspando, com um cabeçalho maiúsculo e minúsculo escrito de cabeça para baixo na prova final por não saber seguir direito algumas instruções (tipo margem, linhas, parágrafos, essas coisas). Foi um verdadeiro marco na minha vida escolar, confesso, mas desde ali, então, já ficou decidido que no próximo ano eu teria de freqüentar uma aula de reforço.

E foi o que aconteceu nos anos seguintes. Meu desempenho frente às professoras que tive nos anos seguintes (Edna, Tânia, Jacileide e Maria das Neves) foi bem mais profícuo, graças às aulas particulares com a velha (e não muito boazinha) Urca, que se chamava na verdade Inês, por conta de seu método nada ortodoxo onde os ‘bolos’  de palmatória eram uma constante, especialmente para um moleque como eu quando descobriu que a Matemática era o maior de meus pesadelos nos anos que se seguiram.

Nem preciso dizer que nas outras disciplinas, por conta das leituras, eu era fera, né? Hehehe! Até a próxima!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Trecho + Resenha


"Cada par copiava um mesmo trecho de prosa e vencia o aluno que apresentasse a letra mais bonita. O prêmio que se lhe dava era meter-lhe na mão a palmatória para que castigasse o vencido com uma dúzia de “bolos”. O professor chamou o meu nome e o nome do Doca. Aproximamo-nos da grande mesa. Eu tremia. Durante três minutos o velho examinou e comparou as duas escritas. Depois disse:
As duas letras são bem parecidas. Não se pode dizer que uma seja melhor do que a outra. Ambas são boas.
E lançou o julgamento:
“Empate”.
Respirei livremente.
O professor entregou-me a palmatória.
“Para que isso?”, perguntei.
“Para que há de ser?”, disse-me. Os dois não empataram?”. Você dá seis ‘bolos’ nele, e ele lhe dá seis ‘bolos’”.
Achei aquilo um disparate. Olhei o velho com surpresa.
“Que é que você está olhando?”, roncou ele asperamente.
A minha língua travou.
“Não posso compreender isso!, exclamei. Por que houve empate? Porque o Doca tem letra boa e eu tenho letra boa. Então quem tem letra boa apanha?”
João Ricardo ergueu-se da cadeira com um berro.
“Não quero novidades! Sempre e sempre foi assim. Atrevido! Quem é aqui o professor?
E entregou a palmatória ao Doca."

[Trecho de Cazuza, Viriato Corrêa]


Não é novidade para ninguém que no dia 15 de outubro, no Brasil, comemora-se, (aparentemente) o dia do professor.

Enfatizo o aparentemente porque como ex-membro da categoria, percebo que a cada dia que passa, os mestres desta nação têm muito pouco a comemorar, seja por conta de salários irrisórios que recebem por aulas dadas, ou por conta das inúmeras dificuldades que passam no exercício diário de sua profissão, onde, cada vez mais e com maior freqüência percebemos os mesmos tornando-se reféns de situações bizarras e absurdas que põem em risco tanto as suas reputações como profissionais quanto suas próprias vidas, quando geralmente têm de lidar com alunos problemáticos que são oriundos de núcleos familiares desestruturados que cada vez mais pipocam Brasil afora.

O fato é que o descaso das autoridades com a educação, setor que deveria ser tratado com alta prioridade neste país, está cada vez mais notório. Outrora uma profissão de status na sociedade, hoje em dia quase ninguém deseja tornar-se mais professor, o que não deixa de ser uma grande lástima. Penso que se um dia este país realmente deseje mostrar ao mundo que é desenvolvido, merecendo figurar entre os melhores do mundo, deve priorizar não só suas diretrizes educacionais, mas também valorizar ainda mais os profissionais que trabalham nas linhas de frente deste segmento, ou seja, os seus mestres.

Realmente são poucas as pessoas de hoje que (como nós um dia já idealizamos) abraçam com fervor a vontade e o desejo de exercer a profissão, possivelmente alimentando também no peito o secreto desejo de tornar o mundo um lugar melhor, seja proporcionando seus conhecimentos ou suas lições de vida a futuros cidadãos brasileiros ávidos por saber. Também são poucos os exemplos de profissionais em que professores aspirantes podem se espelhar, por conta deste caos instituído e enraizado no meio educacional, já que muitos mestres do agora não são nem a sombra de muitos que já existiram nos tempos de outrora, especialmente os de nossa época de estudantes, modelos irrepreensíveis com os quais convivemos em nossa vida escolar e que de certa forma nos influenciaram em nossas escolhas da vida. Isso sem mencionar aqueles que também conhecemos através de filmes como "Sociedade dos Poetas Mortos", canções como "To Sir With Love" (Lulu) e principalmente por meio dos livros que um dia lemos.

E aproveitando o gancho da data, como uma forma de homenagear os mestres do país, resolvi que hoje  o trecho e a resenha inéditos que posto aqui no blog estão relacionados aos professores, em especial com alguns modelos que conheci ainda na infância, ao ler certo dia, um livro aparentemente simplório chamado Cazuza, de um autor que, na época, jamais tinha sequer ouvido falar antes: Viriato Correia.

Segundo sua biografia, o maranhense Viriato foi professor, jornalista, contista, romancista, teatrólogo, dramaturgo, autor de uma série de livros infanto-juvenis e membro da Academia Brasileira de Letras. Com seu único romance de destaque, “Cazuza”, o escritor faz uma crítica à escola do início do século, que ainda conservava o ranço do Império, ou seja, o modelo ultrapassado onde os alunos, em classe, apenas ouviam a voz do professor e nada opinavam, principalmente em estabelecimentos de ensino de pequenos vilarejos espalhados pelas cidades do interior. O docente, portanto, nesta época, constituía a única pessoa na sala com o poder absoluto da palavra. Só ele falava e as crianças apenas ouviam e copiavam suas lições, no mais completo silêncio. Se porventura respondessem de forma errada ou dessem um passo em falso, eles, os alunos, apanhavam, como o que acontece com o protagonista, que acaba ficando com mãos inchadas e sangrentas em uma das passagens mais dramáticas da obra.

Cazuza foi lançado no Brasil em 1938 e segundo Viriato, em prévia introdução ao texto, se trata de um romance autobiográfico de um estranho que o autor conhecia apenas de vista e do qual jamais soube o nome verdadeiro. Ressalta ainda que recebeu em mãos os originais do misterioso indivíduo em sua casa e depois disso nunca mais teve notícias do sujeito, que na vizinhança era conhecido apenas por seu apelido, Cazuza, uma alcunha tipicamente brasileira e bastante comum entre as crianças da época e do lugar onde ele vivia, a região Nordeste do Brasil.

Basicamente, o livro narra as doces e amargas experiências escolares do misterioso Cazuza, desde seus primeiros anos escolares, onde é alfabetizado por João Ricardo, o cruel e autoritário professor da escola do povoado onde o garoto nasceu passando depois pelos cuidados da maternal Dona Neném quando este se muda para a Vila. Por fim, a narrativa nos leva até os dias de Cazuza como aluno interno em um colégio da capital do Estado, São Luís, convivendo assim, nesta breve passagem de sua vida, com tipos humanos bastante distintos, entre professores e alunos, facilmente divididos entre pessoas cativantes e inesquecíveis e pessoas, infelizmente, intoleráveis e repugnantes.

Mas, mesmo não sendo o autor real do livro, que transborda de carisma e simplicidade, Viriato ajudou a criar um belo romance sobre o processo de crescimento físico e amadurecimento emocional de uma criança por meio de suas impressões pessoais no meio acadêmico, focando sempre em uma visão crítica sobre a pedagogia do antigamente, onde castigos físicos impostos aos estudantes e outras práticas abomináveis de disciplina rígidas eram adotadas por muitos estabelecimentos educacionais, especialmente os da década de 30, quando o Brasil se encaminhava para as políticas do Estado Novo de Getúlio Vargas.

Foi nesse contexto político e ideológico que o livro Cazuza foi elaborado. Destinado às crianças, a obra traz, em um tom fortemente didático, questões que envolvem a moral e o enaltecimento de virtudes, que devem a todo custo ser seguidas, tais como a tolerância, a generosidade, a obediência, o respeito e a piedade, da mesma forma como o repúdio aos vícios, sendo os principais a mentira, a soberba, o autoritarismo, além, claro da exaltação máxima ao amor pela família, célula que precisa que naquela época precisava ser mantida, pois era em seu seio que se iniciava a formação do cidadão, posteriormente lapidado pela instituição escolar.

Recomendo Cazuza com louvor. Para quem é ou foi aluno ou para quem é ou deseja ser um professor. No caso dos pequenos, sua leitura é indispensável para a formação moral das crianças, pois traz questões que envolvem o cultivo das virtudes. E para os adultos, revela o papel da escola como um agente de formação e não de repressão do cidadão, mesmo mostrando os dois lados da moeda.


Observação: embora a grafia do nome do autor seja Corrêa na capa do livro, enfatizo que a forma correta é Correia, de acordo com o site da Academia Brasileira de Letras.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Frase (IX)


"Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; 
a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz."

[Platão]

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Apelo


Olá, amigo e leitor do blog! Bom dia!


Hoje venho através deste post pedir um pouco de sua atenção e apelar a seu bom coração para que ajude a salvar um projeto muito bonito que é desenvolvido na cidade do Rio de Janeiro e que está prestes a ser extinto, por falta de divulgação. Trata-se da Audioteca Sal e Luz, uma instituição filantrópica sem fins lucrativos que produz e empresta gratuitamente livros falados (audiolivros) a pessoas que possuam algum tipo de deficiência visual, seja ela branda ou severa.

Seu acervo conta com mais de 2700 títulos que vão desde literatura em geral, passando por textos religiosos até provas corrigidas voltadas para concursos públicos e vestibulares. São emprestados sob a forma de fita K7, CD ou MP3.  Para ter acesso a este acervo, o deficiente visual deve associar-se à sede da Sal e Luz, que fica situada à Rua Primeiro de Março, 125,  no Centro da cidade do Rio. Outra opção criada em face da dificuldade de locomoção dos deficientes no perímetro urbano é a solicitação de materiais via telefone, onde o interessado  escolhe os títulos que desejada através do site da instituição, que os envia gratuitamente, através dos Correios.

A popularidade dos audiolivros não está só entre aqueles que sofrem algum tipo de deficiência visual, mas lhes é essencial. Pensando na correria da vida moderna, na dupla jornada de trabalho e no imediatismo da informação, quando muita gente troca a leitura convencional de um livro pelas telas (da televisão do computador), as editoras de livros têm investido cada vez mais nos audiobooks ou livros falados. Nesse caso, geralmente, o narrador é profissional, que enriquece o texto com sua interpretação.

Mas voltando à questão, ontem à tarde recebi um e-mail (encaminhado pelo amigo Guto) e assinado por uma senhora de nome Christiane Blume, que alega ser uma das responsáveis pelo projeto. Graças à boa vontade do governo, o mesmo recebe, religiosamente, uma ajuda de custo mensal para sua manutenção, sem falar em outras parcerias que são desenvolvidas com outras instituições privadas menores. Entretanto, o mantenedor público exige em resposta a seu investimento a apresentação de resultados satisfatórios que o justifiquem. Em outras palavras, a Audioteca precisa atingir um número significativo de associados para continuar recebendo e assim continuar garantindo o seu funcionamento pleno e também o atendimento a seus associados. Se este trabalho, que também é prestado por dezenas de voluntários e com um acervo considerável se extinguir, os deficientes visuais poderão, fatalmente, não mais desfrutar da magia da leitura.

Divulgue entre seus amigos e conhecidos a existência dessa alternativa de leitura para cegos. Isso certamente ajudará não só a muitos deficientes que não conhecem o serviço como também ajudará a Sal e Luz a manter-se. Maiores detalhes sobre o projeto podem ser conhecidos no vídeo abaixo e também no site da Sal e Luz: http://audioteca.org.br/.

Ressalto mais uma vez que  a  Audioteca não precisa de dinheiro, mas de DIVULGAÇÃO.  Então, leitor do blog, conto com sua ajuda: repasse esta informação. A Sal e Luz envia seu material aos interessados de graça, sem nenhum custo. Trata-se de um belo trabalho! E quem puder fazer com que a Audioteca chegue à mídia, fique à vontade para que isso aconteça. É tudo o que os voluntários de lá precisam.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Prêmio Jabuti 2010


Edney Silvestre derrota nomes como 
Chico Buarque e Luís Fernando Veríssimo

O jornalista Edney Silvestre é o ganhador do Prêmio Jabuti 2010 de melhor romance, com o livro "Se Eu Fechar os Olhos Agora", da editora Record. A obra já havia conquistado o Prêmio São Paulo de Literatura de autor estreante. O segundo e terceiro colocados na categoria foram, respectivamente, "Leite Derramado", de Chico Buarque, e "Os Espiões", de Luís Fernando Veríssimo.
O resultado foi anunciado nesta sexta-feira (1º) na sede da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Em poesia, a vencedora é Marina Colansanti, com "Passegeira em Trânsito", também da editora Record. O melhor livro reportagem é "O Leitor Apaixonado - Prazeres à Luz do Abajur", de Ruy Castro, e a melhor obra de contos e crônicas, "Eu Perguntei pro Velho Se Ele Queria Morrer (e outras histórias de amor)", escrito por José Rezende Jr.
O primeiro lugar de cada categoria recebe R$ 3 mil. No dia 04 de novembro, na Sala São Paulo, acontecerá a cerimônia de premiação, quando serão anunciados também o melhor livro do ano de ficção e o melhor livro do ano de não-ficção, escolhidos por um júri formado de editores. Os vencedores recebem um prêmio de R$ 30 mil.
Na mesma noite, também serão conhecidos os ganhadores do voto popular, que acontece pela primeira vez, através da internet. Neste ano, o Jabuti obteve número recorde de inscritos – 2.867 livros.
Confira abaixo os primeiros colocados no Prêmio Jabuti 2010:
- Romance: "Se Eu Fechar os Olhos Agora" (Record), de Edney Silvestre
- Tradução: "O Leão e o Chacal Mergulhador" (Globo), traduzido por Mamede Mustafa Jarouche
- Teoria/Crítica Literária: "A Clave do Poético" (Companhia das Letras), de Benedito Nunes
- Reportagem: "O Leitor Apaixonado - Prazeres à Luz do Abajur" (Companhia das Letras), de Ruy Castro
- Biografia: "Nem Vem que Não Tem - A Vida e o Veneno de Wilson Simonal" (Globo), de Ricardo Alexandre
- Poesia: "Passageira em Trânsito" (Record), de Marina Colasanti
- Ciências Humanas: "Viver em Risco" (Editora 34), de Lucio Kowarick
- Contos e Crônicas: "Eu Perguntei pro Velho Se Ele Queria Morrer" (7Letras), de José Rezende Jr.
- Infantil: "Os Herdeiros e o Lobo" (Comboio da Corda), de Nelson Cruz
- Juvenil: "Avó Dezanove e o Segredo do Soviético" (Companhia das Letras), de Ondjaki.

Notícia retirada integralmente do site Último Segundo / Cultura, do iG.

Divulgado o ganhador do Prêmio Nobel de Literatura de 2010


Mario Vargas Llosa vence o prêmio Nobel de Literatura


O escritor peruano Mario Vargas Llosa, 74 anos, é o vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2010, anunciou hoje a Academia Sueca. Llosa é autor de obras como "Pantaleão e as Visitadoras", "A Festa do Bode" e "A Casa Verde", e foi o vencedor do Prêmio Cervantes, o mais importante da literatura em língua espanhola, em 1994. "Travessuras da Menina Má" é seu último trabalho, lançado em 2006.
Segundo comunicado, Vargas Llosa recebeu o prêmio "por sua cartografia de estruturas de poder e suas imagens vigorosas sobre a resistência, revolta e derrota individual". Peter Englund, presidente do comitê de literatura do Nobel, disse que o escritor ficou "muito comovido e entusiasmado" ao saber da escolha. O reconhecimento do Nobel vem acompanhado de uma soma em dinheiro no valor de R$ 2,7 milhões. Em 2009, o prêmio foi dado à escritora alemã Herta Müller, 12ª mulher a vencer o Nobel de Literatura. Em 2008 foi a vez de Jean-Marie Gustave Le Clézio e em 2007, Doris Lessing.
Ao longo de sua carreira, Llosa recebeu inúmeros prêmios e condecorações como o Premio Rómulo Gallegos (1967), o Prêmio Nacional de Novela do Peru em 1967 por seu romance "A Casa Verde", o Prêmio Príncipe das Astúrias de Letras Espanha (1986) e o Prêmio da Paz de Autores da Alemanha, concedido na Feira do Livro de Frankfurt (1997). Em 1993 foi concedido o Prêmio Planeta por seu romance "Lituma nos Andes". Foi condecorado pelo governo francês com Medalha de honra en 1985.
Mario Vargas Llosa, que leciona na Universidade de Princeton, em Nova York, virá ao Brasil na próxima quinta-feira (14) para participar do evento Fronteiras do Pensamento, realizado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Conheça as obras do escritor
Ficção
Os Chefes (1959) 
A Cidade e os Cachorros (1963) 
A Casa Verde (1966)
Conversa na Catedral (1969) 
Pantaleão e as Visitadoras (1973) 
Tia Júlia e o Escrevinhador (1977) 
A Guerra do Fim do Mundo (1981) 
Historia de Mayta (1984) 
Quem Matou Palomino Molero? (1986) 
O Falador (1987) 
Elogio da Madrasta (1988) 
Lituma nos Andes (1993). 
Os Cadernos de Dom Rigoberto (1997) 
A Festa do Bode (2000)
O Paraíso na Outra Esquina (2003)
Travessuras da Menina Má (2006)

Teatro
A Menina de Tacna (1981) 
Kathie e o Hipopótamo (1983) 
La Chunga (1986) 
El Loco de los Balcones (1993) 
Olhos Bonitos, Quadros Feios(1996)

Ensaio
García Márquez: historia de un deicidio (1971) 
Historia secreta de una novela (1971) 
La orgía perpetua: Flaubert y Madame Bovary (1975) 
Contra viento y marea. Volúmen I (1962-1982) (1983) 
Contra viento y marea. Volumen II (1972-1983) (1986) 
La verdad de las mentiras: Ensayos sobre la novela moderna (1990) 
Contra viento y marea. Volumen III (1964-1988) (1990) 
Carta de batalla por Tirant lo Blanc (1991) 
Desafíos a la libertad (1994) 
La utopía arcaica. José María Arguedas y las ficciones del indigenismo (1996) 
Cartas a un novelista (1997) 
El lenguaje de la pasión (2001) 
La tentación de lo imposible (2004).

Notícia retirada integralmente do site Último Segundo / Cultura, do iG.
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