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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Nossa língua (X)


40 Gírias antigas que caíram em desuso

    Nem ouso contestar! Umas eu sequer ouvir falar antes!

  1. À Beça – Comi à beça. (muito)
  2. Barra Limpa – O sujeito é barra limpa ou a barra está limpa.(fora de perigo)
  3. Bicho – Fala bicho! (mais usado pelos hippies)
  4. Boa Pinta – O sujeito é boa pinta. (gente boa, elegante)
  5. Botar pra Quebrar – Vai lá e bota pra quebrar. (arrebentar)
  6. Bulhufas – Não entendi bulhufas.(nada)
  7. Chapa – Fala meu chapa! (Amigo)
  8. Chato de Galocha – Fica quieto seu chato de galocha. (pessoa chata)
  9. Dançou – Bobeou, dançou! (perdeu)
  10. De Lascar – Esse carro é de lascar (algo bom) ou Este calor está de lascar (algo ruim)
  11. Estourar a Boca do Balão – Vou estourar a Boca do Balão. (arrasar)
  12. Fichinha – Saltar de bungee jumping é fichinha. (muito fácil)
  13. Grilado – Fiquei griladão com o que aconteceu ontem. (preocupado)
  14. Jóia – Fiz uma reforma na casa é agora está uma jóia. (legal, bonito, limpo)
  15. Pega Leve – Professor! Pega leve na prova. (está muito díficil, deixe fácil)
  16. Pode Crer – Pode Crer, é isso mesmo! (Acredite!)
  17. Sacou – O esquema é este, sacou? (o mesmo que: Entendeu? Tá Ligado?)
  18. Supimpa – Aquela festa foi supimpa. (bom, legal)
  19. Tutu – Estou sem nenhum tutu no bolso. (O mesmo que dinheiro )
  20. Um Estouro – A festa foi um estouro. (algo que arrebentou , foi muito bom)
  21. Xuxu beleza – Como foi sua lua de mel, ohh foi xuxu beleza. (Está tudo Ok, tudo certo)
  22. Belezura – Olha só que belezura. (sinônimo de bonita)
  23. Tirar as barbas de molho – Alguém que está muito tempo parado (seja lá o que for) e volta a ativa.
  24. Matar cachorro a grito – Tentar fazer algo que não tem como dar certo. Você está a matar cachorro a grito.
  25. Amigo da onça – Traidor.
  26. Parada dura – Aquela mulher é parada dura (algo dificil de se conquistar/realizar)
  27. Pela Madrugada! /Pelas barbas do profeta – Pelo amor de Deus
  28. Toró – Vai cair um toró (chuva, trovão)
  29. Duro na queda – Aquele é duro na queda, tomou três tiros na cabeça e não morreu.
  30. Cambada – Muita gente . Olha só aquela cambada de sem ter o que fazer .
  31. Lero-lero – Enrolação
  32. Xispa – O mesmo que cai fora!
  33. Pega pra capar – Briga confusão. Está o maior pega pra capar ali na esquina.
  34. Mandar brasa – Vai em frente! Manda Brasa
  35. Nem que a vaca tussa! – o mesmo que Nem morto etc.
  36. Mundaréu -Algo imenso, grande. Um mundaréu de casas, um mundaréu de gente.
  37. No pó da rabiola ou estar só o pó – Cansado, muito cansado. Você está só o pó.
  38. Sebo nas canelas – Sebo nas canelas meu fi, estamos atrasados.
  39. Ó Pai, Ó – insatisfação . Ó pai, ó eu mau cheguei e já estou escutando sermão. (gíria baiana)
  40. Pangaré – Uma pessoa que se acha inteligente, mas é mais burro do que o próprio burro.
Fonte:  Site Cambalacho.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Poesia (XVIII)


Razão de ser

Escrevo. E pronto.
Escrevo porque preciso,
preciso porque estou tonto.
Ninguém tem nada com isso.
Escrevo porque amanhece, 
E as estrelas lá no céu
Lembram letras no papel,
Quando o poema me anoitece.
A aranha tece teias.
O peixe beija e morde o que vê.
Eu escrevo apenas.
Tem que ter por quê? 

[Paulo Leminski. Da obra Distraídos, venceremos]

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Trecho selecionado (XVII)


"O orgulho - observou Mary, que se gabava da solidez das suas reflexões - é um defeito muito comum, creio eu. Por tudo o que tenho lido, estou mesmo convencida de que é muito comum, que a natureza humana manifesta uma tendência muito acentuada para o orgulho, que são pouquissímos os que não alimentam esse sentimento, fundados em alguma qualidade real ou imaginária! A vaidade e o orgulho são coisas diferentes, embora as palavras sejam frequentemente usadas como sinônimos. Uma pessoa pode ser orgulhosa sem ser vaidosa. O orgulho se relaciona mais com a opinião que temos de nós mesmo, e a vaidade, com o que desejaríamos que os outros pensassem de nós."


[Trecho de Orgulho e Preconceito, de Jane Austen]

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Frase (XX)


"A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde."
[André Maurois, novelista e ensaísta francês]

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Resenha: Rock in Rio


A história do maior festival de música do mundo

Rock in Rio, o festival de rock pioneiro do Brasil: muitos foram e nunca esqueceram. Eu nunca fui, mas confesso que é difícil de esquecê-lo também, pois de certa forma, fascina.

Fascinação essa que tem origem nas inúmeras histórias que li aqui e ali em diversas publicações ou que ouvi falar ao longo dos anos, a respeito de todas as edições do festival, especialmente as que foram realizadas em solo brasileiro. E é nelas que o livro do jornalista Luiz Felipe Carneiro foca.

Com inúmeras fotos, Rock in Rio - o livro - traz consigo os registros dos grandes momentos destas edições, com especial atenção às duas primeiras, como o leitor verificará ao comparar o número de páginas dedicado a cada uma delas. Alguns críticos poderiam tomar isto como um descaso do autor, mas o fato é que as mesmas foram muito mais interessantes, tanto no andar dos acontecimentos, quanto musicalmente falando, afinal os ídolos de hoje (cada vez mais descartáveis) não são e nunca serão como os de outrora.

Para que este livro fosse possível, o autor pesquisou mais de 2 mil artigos e entrevistou diversos organizadores do festival, incluindo Roberto Medina, o idealizador do evento e dezenas de artistas e jornalistas em busca de episódios inusitados em cada edição, com destaque especial ao dublê de ator/humorista/relações públicas Amin Khader, que foi camareiro chefe e cicerone dos artistas em todas as edições. 

Entre as situações narradas por Medina, Khader e outros está a de Rod Stewart jogando futebol com sua equipe dentro de uma luxuosa suíte de hotel, deixada literalmente em cacos; a generosidade de Axl Rose em compartilhar uma macarronada com produtores, faxineiros e camareiras da equipe de apoio do festival; Cássia Eller impressionando o ex-Nirvana David Grohl, atual líder do Foo Fighters, com sua louca performance no palco, sem falar nas exigências e esquisitices de Prince, os chiliques de Freddie Mercury e muito mais.

Nem preciso dizer que este é um livro bem gostoso de ler, especialmente se você curte cultura popular, música e histórias de bastidores. Se for seu caso, não perca mais tempo e adquira logo o seu. Unindo entretenimento e história, Rock in Rio é uma obra fundamental para as estantes de todos os antenados, tenham eles ido ou não ao festival. Recomendo.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Resenha: Água para elefantes


Longe de ser mais um livro meloso


Eis uma obra que a princípio eu não teria a menor vontade de adquirir e ler. Primeiro por aparentar ser mais um dos muitos e terríveis livros água com açúcar que abarrotam as prateleiras das livrarias. Aqueles que, muitas vezes são recheados de histórias inverossímeis e irreais que são mais indicadas para um público mais juvenil e menos seletivo. Segundo, porque foi adaptado para o cinema tendo o insosso ator Robert Pattinson como protagonista...

Mas, ganhei de presente. E, "como cavalo dado não se olham os dentes", resolvi tirar uma tarde para dar uma 'folheada' no livro, sem maiores compromissos. Só que a folheada acabou se tornando uma das leituras mais prazerosas que já tive nos últimos tempos.

Água para elefantes, terceiro livro da canadense Sara Gruen tem romance, claro. Mas também aborda temas que são populares e fascinam muito as pessoas, como o mundo dos circos e a paixão dos seres humanos pelos animais, mas sob uma ótica completamente desprovida de glamour, voltada mais para os bastidores dos espetáculos e longe dos picadeiros, onde vemos seres racionais e irracionais vivendo na mais completamente precariedade, considerando que vivem em terríveis tempos de recessão econômica.


A história se passa em dois tempos distintos: em (indefinidos) dias atuais e no começo dos anos 30, nos Estados Unidos, logo após a quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. O protagonista dela é um senhor nonagenário de ascendência polonesa que vive em um abrigo para idosos, chamado Jacob Jankowski. Com ele, e bastante nítidas, também vivem as reminiscencias de seu passado.


Aos 23 anos, Jacob era um promissor estudante de veterinária. Mas sua sorte muda quando seus pais morrem num acidente de carro, lhe deixando completamente desamparado. Órfão, sem dinheiro e sem ter para onde ir, ele deixa a faculdade antes de prestar os exames finais e acaba pulando em um trem em movimento, pertencente ao Circo dos Irmãos Benzini, o Maior Espetáculo da Terra.

Admitido com uma certa má vontade para cuidar dos animais, já que todos vivem tempos difíceis, Jacob sofrerá nas mãos do implacável "Tio" Al, o empresário tirano do circo, e de August, o mentalmente perturbado chefe do setor dos animais.


É também sob as lonas dos Irmãos Benzini que Jacob vai se apaixonar duas vezes: primeiro (e perigosamente) por Marlena, a bela estrela do número dos cavalos e esposa de August, e depois por Rosie, a elefanta aparentemente estúpida que deveria ser a salvação do circo.


A história lhe soa interessante? Embora não seja tão inovadora à primeira vista, garanto que a mesma é comovente e prende o leitor do início ao fim, suscitando-lhe emoções diversas, que oscilam entre a angústia, a ternura e o ardente desejo por um final feliz.

Se a história termina bem, cabe a você descobrir. Pelo seu poder em comover, recomendo-a com entusiasmo.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Resenha: O vampiro que ri


O princípio dos "prazeres"

Dos três mangás de Suehiro Maruo lançados no Brasil, O Vampiro que ri é o mais raro de se encontrar no mercado. Suas edições estão esgotadas.

A história narra os acontecimentos macabros que antecedem a trama do ótimo Paraíso - O sorriso do Vampiro, já resenhado aqui no blog.  Nele, descobrimos a origem da repulsiva e misteriosa Corcunda, assim como os detalhes por trás das metamorfoses de seus servos sugadores de sangue, Konosuke Mori e Runa Miyawaki, outrora pacatos estudantes de ensino médio da região de Tóquio.

Personagens como Sotoo Henmi, rapazinho piromaníaco e com fortes tendências psicóticas e Kan, um palhaço pedófilo e estuprador dão à trama um tom mais sádico e doentio que deixaria o Marquês de Sade orgulhoso. Até onde o ser humano é capaz de ir quando a satisfação de seus impulsos e instintos são suas metas primordiais?

Descubra lendo esta obra se os temas nela retratados lhe apetecerem e se o encontrar disponível para venda em algum lugar especializado. Trata-se de um verdadeiro tesouro do mangá underground japonês. Raro e indispensável.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Resenha: Olhos de pantera


Matador de feras à espreita

Um novo assassino em série está a solta em Bon Temps, Louisiana. E novamente temos a garçonete telepata Sookie às voltas com mistérios, crimes aparentemente insolúveis e claro, seres sobrenaturais.

Aliás, em Olhos de Pantera, o quinto volume das aventuras de Sookie Stackhouse (escritas por Charlaine Harris), as criaturas sobrenaturais são as vítimas da vez, não mais mulheres e jovens indefesas. E indefesa, definitivamente, não é mais um rótulo que se aplica à protagonista da história, pois, mais à vontade com seus poderes psíquicos e também mais experiente no quesito defesa pessoal, Sookie quer provar a todos e principalmente a ela própria de que pode cuidar de si, ainda mais depois de estar oficialmente livre de compromisso com seu vizinho vampiro e ex-amor, Bill Compton.

Porém, desta vez, não será fácil pegar o assassino. Ele também é de origem sobrenatural e Sookie não consegue ler com clareza seus pensamentos. Mas sabe, lá no fundo que ele está completamente obcecado em destruir mutantes metamorfos como ele, colocando assim em perigo o único irmão da própria Sookie, Jason, um recém-criado homem-pantera.

A trama é concisa, envolvente, mas em comparação ao livro anterior é um pouco fraca e confusa em algumas passagens. Mesmo assim, a diversão é garantida, ainda mais para os fãs desta série de livros em particular e do seriado de TV a qual ela deu origem, True Blood.

Portanto, leia sem culpa. E descubra que no mundo de Sookie, repleto de seres e acontecimentos estranhos,   os temíveis vampiros são apenas uma pequena ponta de iceberg.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Resenha: Um leão chamado Christian


Perto do coração selvagem


Este livro possui uma história bem peculiar.

Bastou apenas um vídeo de dois minutos exibido no YouTube e assitido, em apenas um mês, por mais de 4 milhões de pessoas para transformar Um leão chamado Christian num dos maiores fenômenos da internet de todos os tempos. Neste livro com mais de 50 fotos, você vai conhecer a história daquele que é considerado o leão mais “fofo” do mundo.

A história começa quando dois rapazes australianos, Ace e John, que moram na Londres de 1971, se encantam por um filhote de leão à venda numa badalada loja da cidade e decidem comprá-lo para o criar como um bichinho de estimação.

Esperto, e dócil, o leãozinho recebe o pomposo nome de Christian. E acaba transformando a vida de todos para melhor, salvas algumas dificuldades de adaptação iniciais do animal em seu novo lar, envolvendo, na maior parte delas, objetos destruídos graças às brincadeiras do pequeno felino.

Entretanto, com o passar do tempo, o leãozinho cresce. E rápido. E por conta disso, seus donos chegam logo à conclusão de que criar um leão na pequena loja onde mantém, talvez não seja algo adequado, já que envolve possíveis riscos ao animal e às pessoas. E depois de tentar infrutiferamente arranjar um novo lar para seu bichano, resolvem então pôr em prática a única opção que eles possuem: procurar alguém que os ajude a adaptar Christian à vida selvagem e enviá-lo ao continente que nunca conheceu, já que nasceu em solo inglês: a África.

Encontrando as pessoas certas depois de algum tempo, para ajudá-los em sua empreitada, John e Ace conseguem levar Christian com sucesso ao Quênia, onde é adaptado e introduzido à natureza.

Um ano depois e saudosos do animal, eles resolvem visitar Christian em seu novo lar. Mas será que foram reconhecidos pelo leão, já adulto e selvagem?

Isso você descobrirá lendo o livro. E também os muitos percalços que Christian e seus donos passaram para que sua “volta” à natureza fosse possível.

Um leão chamado Christian, na verdade, é uma reedição. O original foi lançado na época em que John e Ace já haviam devolvido Christian ao seu habitat original e o vídeo no YouTube, que você assiste logo abaixo, serviu apenas para popularizar novamente a história desse leão e para fomentar ainda mais as discussões acerca de se ter um animal selvagem como bicho de estimação, sobre o futuro de animais de circo e de colecionadores e até mesmo de animais usados para filmes. O que acontece com eles depois?

Apesar de hoje em dia existir uma preocupação maior com o bem estar dos animais, esta história continua atual e serve como um exemplo e como amostra de como o selvagem pode se aproximar do coração humano sem feri-lo e de como as pessoas podem contribuir, efetivamente, para melhorar a vida de animais que vivem em condições estranhas e desfavoráveis às suas espécies. Recomendo.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Resenha: O bom Jesus e o infame Cristo


O "salvador" e  a sombra que o acompanha


Phillip Pullman, um ateu confesso, é famoso no mundo inteiro por sua trilogia "Fronteiras do Universo", onde, por meio de uma espécie de fábula inserida no mundo real, questiona a religião cristã e suscita dúvidas sobre a onipresença, a onipotência e a onisciência de Deus.


Com este livro, não poderia ser diferente. Despreocupado com a repercussão negativa de seus livros entre fundamentalistas religiosos, desta vez ele resolve extrapolar um pouco e eleger, como alvo de suas críticas, o filho do "Homem" - Jesus Cristo. Ou melhor dizendo, os filhos do homem, os irmãos gêmeos Jesus e Cristo.


Hã? Como?


Isto mesmo, não estranhe. Nesta história de Philip, Maria dá à luz dois gêmeos – Jesus e Cristo. Um, descrito como “forte e saudável”, e o outro, como “pequeno, fraco e de aspecto doentio”.


As distinções entre os dois irmãos vão ficando mais evidentes no decorrer da história. Jesus é extrovertido, travesso e querido pelas outras crianças e Cristo, um menino reservado e meio misantropo que captura para si a preferência e a proteção da mãe.


Já adultos (já que pouco se conhece sobre a real juventude do filho de Deus) e após uma peregrinação no deserto, observamos Jesus iniciar suas pregações ao público, enquanto Cristo, sempre à sombra do irmão, dispõe-se a observar seus discursos e fazer anotações sobre tudo o que ele faz. E é a partir disto que o autor arquiteta a finalidade principal do livro: mostrar ao leitor a inconsistência da Bíblia e dos relatos nela contidos, especialmente os do Novo Testamento, que narram a vida do 'Messias'. Na história, observamos Cristo passar a ser orientado por um misterioso desconhecido para aumentar, manipular e até a inventar fatos grandiosos relacionados ao seu irmão, tornando-o assim cada vez mais popular.


O bom Jesus e o infame Cristo é um livro bem escrito, simples e de fácil leitura. Inspira reflexões sobre diversos mitos que se criaram em torno do cristianismo e apresenta uma versão diferente e plausível da vida terrena do filho de Deus, tornando-o justamente o que provavelmente sempre foi: um ser humano normal, com suas qualidades e seus defeitos.


Em uma época em que se acentua o conflito entre ateus e religiosos, entre os que acreditam ou não em Jesus Cristo, temos uma oportunidade preciosa para parar, ler e refletir sobre o tema.


O livro, portanto, é um meio de dar calor a um debate ou pode ser encarado como uma via que pode levar seus leitores a um caminho de luz, especialmente aqueles que ainda questionam sua religião (se for a cristã), sua fé ou até mesmo os seus propósitos neste mundo.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Retornando!



Após um longo período de recesso, o Pérolas da Compulsão está de volta com postagens inéditas. Entretanto, as mesmas não serão diárias como eram até junho deste ano. Dependerão, portanto, da disponibilidade do blogueiro, que está às voltas com novos projetos e empreendimentos de ordem pessoal.

Mas, continuem prestigiando e principalmente usufruindo deste espaço. Todos aqui são bem-vindos!

Carinhosamente,

Marcelo

domingo, 26 de junho de 2011

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Ler antes de dormir faz bem


Ler antes de dormir é um hábito comum que geralmente tem origem na infância, quando pais sentam-se à cabeceiras de seus filhos e narram histórias para ninâ-los. Mas, será que o costume traz efeitos benéficos?

Pesquisadores apontam que sim. Desde a infância, o hábito da leitura feita pelos pais auxilia no desenvolvimento das habilidade linguísticas das crianças, tendo ainda efeito na coordenação motora (o manuseio do livro e suas páginas) e na memória dos pequenos, estimulando-a. A leitura também implicam na conduta da criança em sua vida. Conforme as palavras de Barry Zuckerman, professor universitário responsável pela pesquisa, “as crianças, por fim, aprender a amar os livros porque estão compartilhando-os com alguém que amam”.

Um dos muitos benefícios da leitura é a qualidade do sono. Quando se lê antes de dormir, tornando a atividade um hábito, a leitura age como um alarme para o corpo e emite o sinal de que aproxima-se a hora do sono. Calcula-se que de 30 a 40% da população adulta sofra com insônia e outros distúrbios do sono e a leitura pode ser um bom aliado para quem sofre destes maus. Especialistas indicam ainda que a forma da leitura deve ser feita de forma calma, tranquilo, com ritmo mais lento.

Além de facilitar o sono, a leitura é apontada por alguns como uma forma de melhor absorção de conteúdos e informações. Ao adormecer, o subconsciente está mais acessível e quando você lê, a mente tende a facilitar colocar seu psicossoma naquilo que está concentrando antes de dormir. Daí a maior absorção.

Mas cuidados. A leitura antes de dormir pode ser um agravante se feita sem alguns cuidados. Estar em uma posição confortável durante a leitura evita que haja dores nas costas e que problemas lombares sejam agravados. É preciso não ter um apoio confortável e que não se force o pescoço. Especialistas indicam ainda não fazer a leitura já deitado na cama, sendo preferível a escolha de uma poltrona confortável. Os novos tabletes e notebooks não são aconselháveis para a leitura que antecede imediatamente o sono. Especialistas afirmam que telas e displays muito brilhantes despertam a atenção de cérebro e olhos, impedindo que o hormônio melatonina, um dos grandes responsáveis por regular o sono, seja ativado no organismo.

Fonte: Blog Dicas.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ministros do Brasil discutirão a implantação definitiva de tablets na educação dos brasileiros



O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, revelou na manhã do último dia 7, que encontrará os ministros da Educação, Fernando Haddad, da Ciência e Tecnologia, Aloísio Mercadante, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para discutir o uso dos tablets para a educação.

"Na viagem ao Uruguai com a presidente Dilma, coloquei a experiência da Coreia do Sul, que em 2014 já não vão mais oferecer livro didático impresso. Ela me pediu para procurar o Haddad sobre o assunto, e o ministro revelou que já tem iniciativas sendo discutidas por lá. Então, até a próxima semana, devemos nos encontrar", afirmou Paulo Bernardo.

Segundo Paulo Bernardo, mesmo antes de a presidente Dilma Rousseff assumir o cargo, já havia procurado ele para tratar dos tablets. "Nós não incluímos o tablet nas leis de isenção que beneficiam o computador com isenções porque ainda não existiam. Agora, já estamos incluindo ele. Mas precisamos de um plano abrangente para aproveitar essa tecnologia, não só na educação, mas em outras áreas também", afirmou.

Mas o ministro descartou que a proposta brasileira deva seguir a coreana, culminando com o fim das versões impressas. "Lá eles editam em pequenas quantidades só para as bibliotecas. Aqui, a condição é diferente, ainda há gente que prefere o livro. Mas com certeza haverá estudantes que terão seu primeiro contato com o livro didático em meio digital", disse.


Reportagem de Tiago Falqueiro, de Brasília, para o site G1.
07/06/2011.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nossa Língua (IX)


O português falado em Angola, na África


Angola é o terceiro país lusófono, onde mais de 30% da sua população fala português como língua principal (60% em Luanda), isto num total de cerca de 7,5 milhões de habitantes (entre 12,5). A variante da língua portuguesa aqui utilizada é o chamado “português angolano”. Foneticamente, esta variante é muito semelhante à variante brasileira (veja-se p.ex. a palavra “menino” e o contraste com Portugal), com algumas marcantes excepções, como a pronuncia da palavra “Portugal” (idêntica entre Portugal e Angola e diversa entre estes dois países e o Brasil).

A ortografia seguida tinha sido a da variante escrita portuguesa, algo que a partir da esperada ratificação do Acordo Ortográfico de 1990 por Angola (em resultado das pressões das camadas mais cultas da sociedade angolana, representada pelo escritor Agualusa, por exemplo).

De todos os países lusófonos, Angola é – com a natural excepção do Brasil – o país onde a língua de Camões mais se propagou pela população e aquele onde a percentagem de falantes de português como primeira língua é maior. Um fenómeno tão intenso resulta evidentemente do cruzamento de várias influências entre os quais se destaca sobretudo a existência de uma política determinada e clara que passava pela “assimilação” de uma extensa camada populacional de indivíduos de raça mista de forma a transformá-los em ferramentas da administração e do exército colonial. No âmbito desse processo de “civilização”, a adopção da língua portuguesa era factor essencial e condição essencial para o ingresso nas camadas médias da administração colonial. Um segundo factor, provavelmente ainda mais determinante que o primeiro foi a existência de uma política de colonização nesta colónia. Angola foi – de facto – a única colónia africana onde, desde finais do século XIX, havia uma política oficial de “colonização”. Muitos portugueses partiram com as suas famílias para fundarem quintas nas regiões rurais do planalto angolano e as maiores cidades estavam relativamente bem povoadas de colonos vindos da metrópole. Esta colonização não se repetiu com esta intensidade em mais nenhuma colónia africana, nem mesmo em Moçambique, onde em 1974 o grosso da presença de portugueses continentais era ainda de membros do exército ou de quadros administrativos.

O português foi rapidamente adoptado pelos angolanos, mesmo em meados do século XX, sendo utilizado como língua-franca entre as diversas etnias e línguas locais e usado pelas elites intelectuais que, décadas depois, se haveriam de rebelar contra a ocupação colonial, sem contudo nunca deixarem de usar o português como sua língua de eleição. Paradoxalmente, aliás, a língua portuguesa serviria de ponto unificador entre as várias organizações que combatiam a ocupação colonial, já que a maioria dos grupos tinham raízes étnicas e que o próprio MPLA que haveria de ganhar o poder assentava a sua base popular de apoio, nos mestiços de Luanda que se distinguiam das etnias locais precisamente pelo facto de terem o português como sua primeira língua.

O fim da guerra colonial e a erupção da violenta e longa guerra entre a UNITA e o MPLA levou à fuga de muitas centenas de milhares de angolanos desde as zonas rurais até às grandes cidades provinciais e para Luanda. Datam desta época a construção das zonas de habitações precárias que ainda hoje caracterizam infelizmente a capital angolana. Esta deslocação interna haveria, contudo, de vir ainda a favorecer a difusão da língua portuguesa, já que esta se tornaria a língua de contacto destes refugiados internos com os anteriores habitantes destas cidades e quando começaram a regressar – após a paz entre a UNITA e o MPLA – trariam de volta para estas regiões rurais o português como primeira língua.

A construção de uma estrutura administrativa nova pelo MPLA e a sua multiplicação após o fim da Guerra Civil, favoreceu também a disseminação do português para além das áreas urbanas onde estivera confinado durante a maior parte do período colonial, servindo a língua como forma de imposição do poder da longínqua administração central e como forma de afirmação durante a derradeira fase da Guerra nos territórios que as forças do Governo iam “libertando” aos guerrilheiros da UNITA. O português tem assim servido em Angola, como um elemento de reforço do conceito de “Estado nacional” e é um dos raros esteios que permitem ancorar os angolanos no seio de um Estado único e coeso, mais importante que os tribalismos regionais, associados inevitavelmente a línguas nacionais que se fossem favorecidas ou acarinhadas pelo Estado central iriam colocar em questão a sua autoridade sobre estas periferias e relançar sementes para um novo conflito intra-regional, sempre possível num continente de fronteiras tão novas e artificias, como é África.

A língua portuguesa em Angola não estagnou. Bem pelo contrário, desenvolveu-se e acolhendo influências várias das línguas locais, especialmente do quimbundo e do umbundo, ganhou uma feição própria e única, cuja descrição não cabe no âmbito deste resumido artigo. Este dinamismo permite explicar porque é que de todos os países da Lusofonia africana é em Angola que o português mais depressa se está a transformar na língua nacional angolana. Como começamos por dizer, onde mais habitantes usam o português como língua principal e a situação tende ainda a progredir ainda mais no sentido da Lusofonia já que a maioria dos jovens em idade escolar já só fala português e não domina nenhuma língua nativa.


terça-feira, 14 de junho de 2011

Frase (XIX)


"O declínio da literatura indica o declínio de uma nação."

[Johann Wolfgang Von Goethe, escritor, 
artista, cientista, historiador e filósofo humanista alemão]

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Poesia (XVII)


A descoberta do amor


Ensaia um sorriso 
e oferece-o a quem não teve nenhum. 
Agarra um raio de sol 
e desprende-o onde houver noite. 
Descobre uma nascente 
e nela limpa quem vive na lama. 
Toma uma lágrima 
e pousa-a em quem nunca chorou. 
Ganha coragem 
e dá-a a quem não sabe lutar. 
Inventa a vida 
e conta-a a quem nada compreende. 
Enche-te de esperança 
e viva à sua luz. 
Enriquece-te de bondade 
e oferece-a a quem não sabe dar. 
Vive com amor 
e fá-lo conhecer o Mundo.


[Mahatma Gandhi, líder espiritual indiano]

sábado, 11 de junho de 2011

Trecho selecionado (XVI)



"Meu maior medo não é morrer sozinho, ainda que morrer sozinho, sem visitas em um hospital ou sem pássaros num asilo, é tão triste quanto uma pilha de discos de vinil para vender. Meu maior medo é viver sozinho e não me acompanhar. Meu maior medo é ter um dia de aniversário por ano para lembrar de que não nasci, de que estou "apenas olhando". Meu maior medo é perder a curiosidade da solidão. Ficar com alguém para disfarçar a espera, esquecendo do egoísmo de prender esse alguém de uma nova chance. Meu maior medo é ser reconhecido por aquilo que poderia ser. Meu maior medo é dizer sim para desistir depois, dizer não para querer depois. Meu maior medo é não ser avisado pelo medo. Meu maior medo é fingir que estou bem e me contentar em afirmar "o problema não é você, sou eu" em cada fim de relacionamento. E não acreditar nisso, seguir sendo o problema dos outros para me livrar de meu problema. Meu maior medo é viver sozinho e não ter fé para receber um mundo diferente e não ter paz para se despedir. Meu maior medo é almoçar sozinho, jantar sozinho e me esforçar em me manter ocupado para não provocar compaixão dos garçons. Meu maior medo é ajudar as pessoas porque não sei me ajudar. Meu maior medo é desperdiçar espaço em uma cama de casal, sem acordar durante a chuva mais revolta, sem adormecer diante da chuva mais branda. Meu maior medo é a necessidade de ligar a tevê enquanto tomo banho. Meu maior medo é conversar com o rádio em engarrafamento. Meu maior medo é enfrentar um final de semana sozinho depois de ouvir os programas de meus colegas de trabalho. Meu maior medo é a segunda-feira e me calar para não parecer estranho e anti-social. Meu maior medo é escavar a noite para encontrar um par e voltar mais solteiro do que antes. Meu maior medo é não conseguir acabar uma cerveja sozinho. Meu maior medo é a indecisão ao escolher um presente para mim. Meu maior medo é a expectativa de dar certo na família, que não me deixa ao menos dar errado. Meu maior medo é escutar uma música, entender a letra e faltar uma companhia para concordar comigo. Meu maior medo é que a metade do rosto que apanho com a mão seja convencida a partir com a metade do rosto que não alcanço. Meu maior medo é escrever para não pensar."

[Trecho de Pais e Filhos, Maridos e Esposas II, 
de Fabricio Carpinejarinédito em livro e publicado em seu blog]

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Resenha: Saudades do Século XX


Mais que um livro de memórias, um verdadeiro legado

Saudades do Século XX pode parecer exclusivamente um livro de memórias à primeira vista, ainda mais com o termo "saudades" tão destacado e onipresente no título.

Mas não se engane. O livro, realmente, é sobre recordações, mas ao lê-lo, ficou claramente explícito para mim que a finalidade maior da obra é legar a uma nova geração aquilo que Ruy Castro, o autor, apreciou em seus anos dourados de juventude e continua apreciando em idade madura.

Escritor de reputação insuspeita, Ruy é um dos melhores do Brasil no quesito biografias. E neste livro é o que não faltam, mesmo sucintas. Billie Holiday, Anita O'Day, Doris Day, Fred Astaire, Mae West, Orson Welles, Billy Wilder,  Alfred Hitchcock, Dashiell Hammett, Raymond Chandler, Humphrey Bogart, Glenn Miller e Frank Sinatra, com histórias de suas vidas, o esperam aqui.

Em sua obra, Ruy conta a vida desses nomes universalmente admirados do cinema, da literatura e da música popular. Vidas tão ricas e emocionantes quanto as obra que deixaram. E, em muitos casos, vidas que foram o exato oposto das imagens que eles passavam em seus filmes, livros e discos, por conta de tragédias pessoais.

Portanto você conhecerá uma Billie Holiday às voltas com drogas pesadas e casamentos infelizes, uma Doris Day implacavelmente atacada pela crítica e por seus credores, uma Mae West supostamente frígida (logo ela, uma deusa do sexo), um Orson Welles que não conseguia concluir seus projetos, mesmo sendo considerado um gênio e um Frank Sinatra com sérios infortúnios na vida amorosa e profissional.

Se você já aprecia estes artistas, excelente! Se não aprecia, recomendo que um dia resolva averiguar suas vidas por meio da leitura deste livro, que é ótimo, na minha mais sincera opinião, mesmo não trazendo relatos mais completos e detalhados das vidas daqueles que foram retratados em suas páginas. 

Saudades do Século XX, como disse antes, é um livro feito para despertar uma espécie de bom gosto nos leitores para as coisas que o autor aprecia. E espero que consiga este propósito. Confesso que após a leitura, fiquei interessadíssimo em saber um mais a respeito da vida destas pessoas e também sobre suas dignas contribuições para tornar este mundo um pouco mais melhor.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Resenha: Almanaque da Telenovela Brasileira


As paixões nacionais retratadas em livro

Entre os brasileiros, mesmo em tempos de grande popularidade de tevês pagas e da internet, as telenovelas (exibidas em canais abertos) ainda são opções de entretenimento bastante populares, principalmente nas camadas mais simples da população. Outrora, já foram mania nacional, quando o leque de opções de diversão em horas vagas era ainda reduzido.

De salões de beleza a bares, as novelas sempre estão nas mentes e nas bocas dos brasileiros. E também difundidas entre pessoas de várias parte do mundo, para onde elas são importadas quando são sucesso de público e crítica em terras tupininquins. Portanto, é bastante comum o turista brasileiro ser abordado por nativos (geralmente estranhos) de Cuba, Rússia, China e Filipinas, ávidos em busca de maiores informações sobre o final de determinadas novelas brasileiras que estão sendo exibidas naquele momento em seus países.

Mas mudando um pouco de assunto, foi por conta da paixão de Nilson Xavier pelos folhetins que surgiu este Almanaque da Telenovela Brasileira. Quando era mais jovem, costumava ter o hobby de fazer anotações, em um caderno escolar, a respeito das novelas que assistia com avidez no conforto de seu lar e junto de sua família.

A primeira de muitas foi Marrom Glacê, de Cassiano Gabus Mendes, exibida pela Rede Globo entre os anos de 1979-1980. E o que de início era apenas um caderno, acabaram-se tornando vários, ao longo dos anos. Inclusive recheados de ilustrações de revistas da época. Neles, Nilson colocava informações relevantes como elencos, diretores, trilhas sonoras, curiosidades, além de outras minúcias que não escapavam de sua implacável observação, especialmente costumes de época.

Com isso, Nilson fez um trabalho digno de um historiador. E os resultados, anos mais tarde, foram um site na internet o qual ele batizou de Teledramaturgia e depois, claro, este livro, muito bom, por sinal, que se tratando de uma obra de autor iniciante, é um verdadeiro mérito.

No almanaque, o leitor interessado encontrará informações sobre novelas de várias emissoras, exibidas desde 1963 até o ano de publicação da obra (2007) e relembrará momentos emocionantes da teledramaturgia brasileira, endossados por Mauro Alencar, historiador da televisão brasileira (que escreveu o prefácio) e por Sílvio de Abreu, autor consagrado de vários folhetins (que escreveu a orelha da obra).

Você quer saber ou relembrar quem matou Odete Roitman, em Vale Tudo? Ou quem sabe descobrir que coisas Dona Lola fazia para ajudar o marido nas despesas do lar, em Éramos Seis? Sacie então a sua curiosidade. Busque por este livro e não se arrependerá. Obra muito bem planejada, feita por alguém que gosta mesmo do assunto para pessoas de semelhante gosto.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Resenha: 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer


Insatisfatório

Eis um livro que já me causou aborrecimentos desde o momento em que folheei pela primeira vez suas páginas, em especial o índice dos tais discos.

Não pude crer que os 90 jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos (selecionados e supervisionados por Robert Dimery), que supostamente deveriam apresentar uma rica seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos, puderam deixar de fora os clássicos!

Não digo os clássicos de jazz, blues, rock, pop e outras vertentes musicais, que pipocam aqui e ali na obra, muito bem divididos de acordo com as décadas em que foram feitos. Mas me refiro aos artistas de música clássica, que foram omitidos sem explicação. E as melhores trilhas sonoras de todos os tempos então? Onde estariam?

Munido já de uma certa vontade, comecei a ler. E conforme fui avançando, o rótulo de mediano não cansava de surgir em minha mente enquanto eu lia este 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer.

Foram raros os momentos de entusiasmo durante a leitura, pois quase a metade dos discos retratados na obra são de artistas que não conheço ou com os quais antipatizo. Embora todos representem um convite à uma audição futura, confesso que não fiquei muito estimulado com a maior parte das sugestões e resenhas.

Mas, gosto musical é que nem umbigo. Cada um tem o seu.

O livro é apenas bom. Duvide seriamente de quem lhe disser que é ótimo, excelente. Pois muita coisa boa ficou de fora, inclusive entre os gêneros musicais que ele prioriza. Sem falar na música que é feita no Brasil.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Resenha: Crianças Como Você


Uma emocionante celebração da infância no mundo

Celina, do Brasil, ajuda nos afazeres de casa todos os dias buscando água com seus irmãos em um poço próximo do lugar onde vive. Sabah, da Jordânia, tem um pai, duas mães e vinte e três irmãos. Bogna, da Polônia, adora fazer fantoches e máscaras, especialmente na época de Carnaval. Na casa de Ari, na Finlândia, há uma sauna que ele e sua família usam duas vezes por semana. Meena, uma menina pobre da Índia, é um tanto vaidosa: usa óleo nos cabelos para deixá-los brilhantes e também pinta suas unhas com henna, uma espécie de corante natural. Taylor, dos Estados Unidos, coleciona adesivos e quer ser bombeiro ou um Power Ranger quando crescer.

Quem nunca reservou um único momento de sua vida para imaginar como pessoas de outros países vivem. Imaginar o que fazem no dia-a-dia, o que comem, o que bebem, como se divertem, como são suas casas.. Qualquer um que traga dentro de si o espírito de cidadão do mundo já deve ter passado horas, minutos e quem sabe até segundos devaneando a respeito do assunto.

Por meio deste livro, tal curiosidade pode ser saciada. Embora seja direcionado aos pequenos, como o título sugere, Crianças Como Você, de Barnabas e Anabel Kindersley, pode ser lido tranqüilamente por pessoas das mais diversas faixas etárias. Em relação a mim, caiu como uma luva quando resolvi fazer pesquisas para escrever meu primeiro livro, cheio de personagens do mundo inteiro.

Nesta obra, crianças de verdade falam e escrevem sobre sua vida e seu jeito de ser. E o melhor de tudo é que cada relato é ricamente ilustrado. Não apenas descobrimos peculiaridades a respeito das crianças, como também vemos. Pudera, já que os pequenos apreciam muito livros com figuras. E neste, elas não faltam.

Os autores fizeram um trabalho minucioso, rico, onde Barnabas fotografou e Anabel entrevistou as crianças. Surpreendente e emocionante, o livro é um marco: fez uma viagem pelas diferentes culturas do mundo mostrando o cotidiano dos menores nos mais variados países como ninguém havia feito antes.

Por ter sido editado em associação com o Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, a compra deste livro reverte fundos para projetos da instituição no mundo todo. Portanto, se você pretende unir o útil ao agradável, adquira o seu nas melhores livrarias.

E descubra que os relatos contidos nesta obra representam muito mais do que simples viagens. Cada um deles, na verdade, retrata uma verdadeira comunhão com o mundo, nos aproximando ainda mais daqueles que muitas vezes consideramos diferentes de nós. Mas que em um contato mais profundo e minucioso, revelam ser mais parecidos com a gente do que imaginamos.
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