"A casa do Senhor" a serviço da devassidão
Em minha infância, assistindo a alguns programas de TV, descobri que nomes como Messalina, Agripina e Lucrécia Bórgia eram sinônimos de mulheres sedutoras, lascivas e que poderiam ser bastante traiçoeiras e perigosas, do tipo que deveriam ser mantidas à distância. Mas até então, não tive a menor inspiração ou timing para me aprofundar mais a respeito das pessoas por trás destes nomes.
E foi apenas em anos recentes é que descobri o peso e a má fama confirmada que o pomposo nome Bórgia carrega no decorrer dos séculos, ao ler, em um livro do jornalista inglês Nigel Cawthorne (chamado A vida sexual dos papas, o qual recomendo) a respeito da vida do cardeal Rodrigo Bórgia, que desprovido de virtudes e alçado de forma ilícita ao posto de papa, comandou o vaticano no comecinho do século XVI com o nome de Alexandre VI.
E foi apenas em anos recentes é que descobri o peso e a má fama confirmada que o pomposo nome Bórgia carrega no decorrer dos séculos, ao ler, em um livro do jornalista inglês Nigel Cawthorne (chamado A vida sexual dos papas, o qual recomendo) a respeito da vida do cardeal Rodrigo Bórgia, que desprovido de virtudes e alçado de forma ilícita ao posto de papa, comandou o vaticano no comecinho do século XVI com o nome de Alexandre VI.
Cobiça, poder, conspiração, política, luxúria, messianismo são, então, alguns dos ingredientes polêmicos da série de quadrinhos Bórgia, roteirizada pelo poeta, escritor e cineasta chileno Alejandro Jodorowsky e ilustrada pelo cartunista italiano Milo Manara, ambos conceituadíssimos no que fazem. Seus quatro volumes são uma espécie de biografia não autorizada da família, notória na exposição dos excessos e pecados da igreja católica do início do século supracitado (Alexandre era o papa quando o Brasil foi 'descoberto', em 1500) período que fez com que a própria instituição, numa tentativa patética de redimir seus erros, legasse a muitos papas do mesmo período e da mesma estirpe torpe de Alexandre, os vergonhosos título de anti-papas.
No primeiro volume da série, Sangue Para o Papa, presenciamos os últimos dias de vida do infame papa Inocêncio VIII às voltas com inúteis tentativas de sobrevivência, sua morte e principalmente os artifícios sórdidos que o cardeal Rodrigo Bórgia utiliza para manipular as eleições papais de 1492 e chegar ao poder como Alexandre VI.
No segundo volume, O Poder e o Incesto, conhecemos melhor a beleza, os caprichos e a má índole da filha predileta do Papa, Lucrécia Bórgia, retirada de um convento para um casamento de conveniências com Giovanni Sforza, o duque de Pesaro, sua iniciação sexual pelo próprio irmão, César e a reação do rei da França frente à eleição fraudulenta do novo papa, planejando assim invadir a Itália com o apoio dos monarcas da Inglaterra, da Espanha e da Áustria.
Em As Chamas da Fogueira, terceiro volume de Bórgia, conhecemos melhor os bastidores do Vaticano, que sob a administração de Alexandre VI, encontra-se constantemente maculado por orgias, compras de cargos e execuções arbitrárias de colaboradores. Também presenciamos a ascensão de César, filho mais velho do papa, ao cargo de cardeal sem possuir a menor vocação para tal. Em vida foi um ser tão perverso e torpe que inspirou Nicolau Maquiavel, escritor da época, a escrever seu livro mais famoso, O Príncipe., o manual predileto de nove entre cada dez seres corruptos deste mundo.
E finalmente, no quarto e último volume, intitulado Tudo é Vaidade, chegamos à conclusão da história acompanhando, finalmente, a decadência e os momentos finais de todos os Bórgia e suas consagrações definitivas como membros de uma das famílias mais repugnantes que existiram na face terrena.
Se eu fosse você, corria logo atrás. E lembre-se que os volumes de Bórgia não são indicados para menores de 18 anos, caso você seja um deles.
ok, Marcelo. mais do que suficiente para que eu suba Sangue para o Papa lá pro alto da pilha eterna. :)
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